sexta-feira, 1 de setembro de 2023

QUAL É A VERDADEIRA CAUSA DO SOFRIMENTO HUMANO? QUESTIONAVA JÓ.

 

Jó, da Tragédia para o Triunfo: Como uma história de dor e sofrimento nos ensina a obter a vitória verdadeira

David Ribeiro Jr. (Autor) 

Por que Deus permite o sofrimento humano? O que o livro de Jó nos ensina a este respeito?

Em sua época Jó foi o homem mais rico e bem-sucedido de todo o Oriente. Contudo, uma série de tragédias ocorridas em um único dia acabou com toda a sua fortuna e ainda resultou na morte dos seus dez filhos. Desesperado, buscou ajuda em Deus. Mas, num primeiro momento, ao invés de qualquer resposta da parte do Todo-Poderoso, Jó viu apenas a sua saúde arruinar tornando-se um velho doente que causava nojo e repulsa nas outras pessoas. Cansado de sofrer, e esperando apenas a morte chegar, Jó foi acusado pelos amigos e outros religiosos de ser um grande pecador e de estar sofrendo as consequências do seu suposto pecado. Irritado com essas acusações, procurou defender a sua honra. Enquanto se defendia, questionava: “Qual, afinal de contas, é a verdadeira causa do sofrimento humano? Por que Deus permite a dor e o sofrimento dos Seus filhos? Por que todas as pessoas, de um modo ou de outro, direta ou indiretamente, são vítimas de algum tipo de sofrimento?”

Tomando a história de Jó como pano de fundo, o autor David Ribeiro Jr. apresenta uma narrativa em que contextualiza uma ótima reflexão sobre a nossa relação com a dor, o sofrimento e as tragédias recorrentes. Escrito em forma de romance, com muitos elementos de ficção para ambientar o personagem, o primoroso texto do autor vai prender você da primeira à última página. E, mais importante: vai mostrar como uma história de dor e sofrimento nos ensina a obter a vitória verdadeira e a triunfar em meio às tragédias.

Acredite, este livro vai impressionar você, além de mudar a sua forma de ver os problemas do

William Horta

JÓ, DA TRAGÉDIA PARA O TRIUNFO,

UMA OBRA DO REPÓRTER DAVID JR.

Por que Deus permite o sofrimento humano? O que o livro de Jó nos ensina a este respeito?

Em sua época Jó foi o homem mais rico e bem-sucedido de todo o Oriente. Contudo, uma série de tragédias ocorridas em um único dia acabou com toda a sua fortuna e ainda resultou na morte dos seus dez filhos. Desesperado, buscou ajuda em Deus. Mas, num primeiro momento, ao invés de qualquer resposta da parte do Todo-Poderoso, Jó viu apenas a sua saúde arruinar tornando-se um velho doente que causava nojo e repulsa nas outras pessoas. Cansado de sofrer, e esperando apenas a morte chegar, Jó foi acusado pelos amigos e outros religiosos de ser um grande pecador e de estar sofrendo as consequências do seu suposto pecado. Irritado com essas acusações, procurou defender a sua honra. Enquanto se defendia, questionava: “Qual, afinal de contas, é a verdadeira causa do sofrimento humano? Por que Deus permite a dor e o sofrimento dos Seus filhos? Por que todas as pessoas, de um modo ou de outro, direta ou indiretamente, são vítimas de algum tipo de sofrimento?”

Tomando a história de Jó como pano de fundo, o autor David Ribeiro Jr. apresenta uma narrativa em que contextualiza uma ótima reflexão sobre a nossa relação com a dor, o sofrimento e as tragédias recorrentes. Escrito em forma de romance, com muitos elementos de ficção para ambientar o personagem, o primoroso texto do autor vai prender você da primeira à última página. E, mais importante: vai mostrar como uma história de dor e sofrimento nos ensina a obter a vitória verdadeira e a triunfar em meio às tragédias.

A Teologia do livro de Jó

Mente Cristã

Jó talvez seja o melhor exemplo bíblico da interdependência entre forma e mensagem. Estudiosos críticos têm realizado inúmeras excisões no livro, tentando adaptá-lo a suas teorias literárias. Os principais alvos de tais cirurgias literárias são o prólogo (especialmente devido ao seu cenário celestial) e o epílogo, escritos em prosa. O fato de que outros escritos do antigo Oriente Médio (cf. ―A História do Camponês Eloquente‖, escrito no Egito, por volta de 1900 a.C.) apresentem o mesmo arranjo literário enfraquece dramaticamente a proposta de que um segundo autor seja responsável pelas seções em prosa. Além do mais, a parte poética do livro seria virtualmente desprovida de sentido sem o prólogo e o epílogo.

Outros candidatos para o bisturi crítico são os capítulos 27 (por sua aparente incoerência com os outros discursos de Jó) e 28 (por sua suposta falta de seqüência lógica com o que o precede). Nenhuma das acusações leva em conta a tentativa de Jó de passar da defesa de si mesmo para a confrontação das deficiências de seus três amigos. Outra seção que recebe muitos ataques é a que contém os discursos de Eliú (caps. 32– 37), devido ao fato dele não ser um dos discursadores originais e de estar ausente da repreensão de Yahweh no capítulo 42.7–9. Por isso, é considerada uma inserção posterior. Afirma-se ainda que Eliú não acrescenta qualquer idéia nova ao debate, meramente repetindo o que outros disseram ou antecipando as palavras de Deus. Embora o capítulo 2 deixe claro que ele não fazia parte do grupo original que se envolveu no debate com Jó, sua citação das palavras de Jó indica que foi um ouvinte ativo das discussões (cf. Roy B. Zuck, ―Job‖, Bible Knowledge Commentary – Old Testament [Comentários da Bíblia do conhecimento – Antigo Testamento], p. 758), fato que responde adequadamente à primeira acusação. Em resposta ao segundo argumento, uma leitura simplesmente cuidadosa do livro demonstra que sua contribuição ao debate foi contradizer a idéia de que todo sofrimento era simples castigo contra o pecado, defendida veementemente pelos demais amigos. Assim, a forma do livro, por estar intimamente ligada à mensagem, não pode ser dissecada sem que se prejudique severamente a compreensão da obra. A forma geral do livro de Jó é uma divisão tripartite – prosa – poesia – prosa. A parte poética é dividida em três partes: (a) um ciclo tríplice de diálogos (caps. 3– 27); (b) três monólogos (caps. 28– 37); e (c) os discursos de Deus (38.1–42.6). Gordis afirmou que o autor de Jó criou seu gênero literário (R. Gordis, The Book of God and Man [O livro de Deus e do homem], p. 7), que parece incluir contenda judicial, lamento (uma categoria literária distinta do lamento de Salmos), e controvérsia especulativa. Seu vocabulário é rico, suas figuras de linguagem abundantes e o escopo de seu conhecimento são enciclopédicos. Tais características sugerem que o autor era um homem da estatura intelectual de Moisés ou de Salomão.

PRINCIPAIS PROBLEMAS INTERPRETATIVOS

Dois problemas principais para uma elaboração da teologia de Jó são o papel e a natureza do adversário (o Satã) de Deus no prólogo e o uso de elementos mitológicos no livro. No primeiro problema, os intérpretes são tentados a fazer uma, de duas coisas: (a) descartar todo o prólogo como uma produção posterior, incompatível com os estágios preliminares da revelação aos quais pertence a história de Jó; ou (b) sobrepor conceitos neotestamentários à narrativa. Nos capítulos 1 e 2 de Jó, (o) Satã ainda não é apresentado, como no Novo Testamento, como o arquiinimigo de Deus, no entanto, procura solapar a autoridade e a integridade moral de Yahweh. Ele está presente entre os ―filhos de Deus‖ (1.6; 2.1), mas é sutilmente distinto deles. Tem poder para gerar calamidade e mal, mas sua autoridade está claramente delimitada (1.12; 2.4), o que elimina a possibilidade de uma teologia dualista (algo que os defensores de uma data recente geralmente presumem haver no livro). Pode-se dizer com segurança que ao incluir Satanás em seu enredo o autor tencionou indicar que o relacionamento entre Deus e o homem não é nem exclusivo nem fechado. Um adversário poderoso se esforça por desafiar a autenticidade tanto da benevolência de Deus quanto da grata adoração humana, complicando não apenas a vida do homem, mas sua compreensão dela. O segundo problema não é tão sério quanto os adeptos de uma evolução religiosa em Israel querem fazer parecer. A menção e o uso de elementos mitológicos no desenvolvimento de um livro não implicam crença na realidade de tal sistema religioso. É comum para o homem moderno usar a palavra ―nêmesis‖, por exemplo, para indicar uma punição incessante, sem que isso indique o menor traço de crença em uma deusa grega da vingança sempre prestes a cortar o fio de vida de alguém. As criaturas aparentemente mitológicas mencionadas em Jó, ―beemote‖ e leviatã (40.15-24; 41.3-14) são mais bem entendidas no contexto dos discursos divinos como animais gigantescos já extintos, cujo tamanho e/ou ferocidade incomuns os fazia úteis como material mitológico para as religiões pagãs do antigo Oriente Médio e, como tal utilizados por autores mais recentes nos salmos e nos profetas. Outra dificuldade teológica do livro é o significado de 19.25-27. Basta dizer aqui que a confiança de Jó estava posta no próprio Deus como Aquele que o vindicaria. Embora a linguagem seja antropomórfica, quando fala que Deus ―se levantará sobre a terra‖ para defender a causa de Jó, ela é também capaz de um referencial mais amplo, encontrando assim cumprimento literal na encarnação. Além disso, esses versículos apresentam um reluzente lampejo de esperança escatológica. Isso é fato quer se interprete a preposição hebraica ןִׁ מ) min) no sentido de ―em‖, de modo a entender que Jó vislumbrava a esperança de ressurreição, quer prefirase entendê-la em seu sentido mais comum de ―fora de, sem‖, em cujo caso Jó poderia estar falando de existência consciente post-mortem. A possibilidade de um homem na época patriarcal em que Jó viveu ter tal percepção espiritual só é problema para quem insiste em uma visão evolutiva da religião em Israel. Literariamente, é notável que quando a atitude de Jó chegou no ponto mais baixo, Deus lhe tenha concedido tamanho reforço à fé.

PROPÓSITO E DESENVOLVIMENTO

A questão intrigante do propósito do livro de Jó tem atormentado intérpretes por séculos e uma resposta definitiva ainda não se apresentou. A abordagem favorita focaliza o sofrimento, suas causas e propósito. Tal procedimento, no entanto, deixa muito a desejar por causa da ausência de resposta específica ao problema da causa do sofrimento dos justos. Uma proposta mais bem focalizada investiga como os justos deveriam reagir ao sofrimento “imerecido”. Todavia, mesmo essa abordagem, deixa sem explicação boa parte das discussões entre Jó e seus amigos, pois o ―como‖ só é inferido no final do livro, quando Jó se arrepende e se humilha perante Deus. Este autor prefere um propósito mais amplo que inclua o desafio de Satanás à honestidade de Yahweh, como governante, a submissão inicial de Jó e sua hubris posterior contra Deus, as tentativas frenéticas dos três amigos em sustentar a retribuição terrena como o modus operandi exclusivo de Deus e, próximo do fim do livro, o tom aparentemente sem conexão dos discursos divinos. Palavras pomposas como ―incompreensibilidade‖ e ―inescrutabilidade‖, ainda que qualificadas por outras expressões, são meras tentativas de definir a transcendência e a imanência de Deus relatadas nesse livro. A seguir a tentativa de elaborar uma declaração do propósito do livro: Encorajar a dependência em Yahweh como o Deus que é inescrutável e justo em Seu trato soberano com Suas criaturas. Assim, Yahweh não se vê forçado a suprir uma explicação humanamente palatável para os sofrimentos de Jó. Este é um caso teste de Sua inescrutável soberania, mas não em um sentido fatalista. Embora Jó não receba qualquer indicação de por que sofreu tanto, ele compreende Quem soberanamente designou tempos e circunstâncias de modo a lhe oferecer a melhor maneira de enfrentar a vida. Mesmo em meio à aflição e ao sofrimento, o crente não precisa saber por que sofre, desde que saiba Quem o conduz ao longo da estrada. O livro de Jó é adequadamente dividido em três partes. Estas podem ser intituladas: A Tragédia de Jó (caps. 1 e 2); O Trauma de Jó (caps. 3.1–42.6) e O Triunfo de Jó (42.7- 17). A primeira parte, escrita em prosa, descreve o drama de um homem justo, cuja prosperidade (1.3, 14-17) e posteridade (1.2, 13, 18,19) são violentamente removidas em um conflito cósmico de cuja existência ele (mas, não o leitor) sequer suspeita. A própria saúde de Jó se torna um meio pelo qual a honestidade de Yahweh, como governante do mundo, é desafiada, quando Satanás o acusa de segundas intenções ao conceder bênçãos a Suas criaturas (1.9; 2.4,5). A rejeição que sofre da esposa e dos amigos (2.9) complica o problema de Jó, mas ele permanece inatacável em sua submissão a Deus e a Sua vontade (1.21, 22; 2.10). Sua lastimável condição faz com que três de seus amigos venham de longe para partilhar seu sofrimento e oferecer consolo (2.11-13).

A segunda parte, escrita em poesia, contém três ciclos de diálogo entre Jó e seus amigos (caps. 4– 31), dois discursos por Eliú (caps. 32–37) e dois por Yahweh (caps. 38 – 41) e a retratação de Jó (42.1– 6), recordando as lutas do patriarca não apenas para enfrentar a situação, mas também para compreender sua dificuldade. No capítulo 3, Jó lamenta seu destino, questionando seu significado e continuidade (3.1-19, 20-24). Seguindo-se a isso, os três amigos de Jó avaliam sua situação a partir das perspectivas do misticismo [Elifaz], tradicionalismo [Bildade], e dogmatismo [Zofar]. Todos argumentam em favor da necessidade de uma justiça retaliatória de Deus, enquanto Jó defende sua integridade e afirma que seu sofrimento é imerecido (4.1–14.22). Elifaz abre o ciclo de discursos tentando fazer Jó se submeter a Deus por meio de repreensões, acusando-o de pecado oculto (4.1-11) e apelando a sua revelação mística da pecaminosidade do homem e da bênção para aqueles que se arrependem (4.12–5.27). A resposta de Jó é questionar a justiça de Deus por causa da natureza desproporcional de seu sofrimento (6.1-23) em vista de sua inocência (6.24-30) e da desesperança de sua situação (7.1-21). O tema da justiça divina é assumido por Bildade, que apela à tradição para provar que Deus é justo para os retos (8.1-22). A isso Jó responde que um Deus justo, que é de tal modo terrível que não pode ser confrontado, não lhe deixa qualquer esperança (9.1– 10.22). Ele reclama da falta de um mediador (9.25-35), da ausência de base para seu castigo (10.1-7), e da falta de coerência no trato de Deus com ele (10.8-22). Zofar, o dogmático, acrescenta tristeza a Jó, acusando-o acidamente de arrogância e estupidez por não perceber quão leve é sua punição (11.1-12) e por desperdiçar a vida devido a sua impenitência (11.13-20). O primeiro ciclo termina com uma longa resposta por parte de Jó (12.1– 14.22), na qual ele acusa seus amigos de falta de percepção (12.1–13.12), desafia Yahweh a lhe dar um julgamento justo (13.13-28) e reclama da desesperança em sua breve vida sob a disciplina de Deus (14.1-22). No segundo ciclo de discursos, a inescrutabilidade de Deus é desafiada pelo crescente conflito entre a fé e o desespero de Jó, enquanto que seus amigos insistem que uma justiça retaliatória unívoca exaure as maneiras pelas quais Deus trata com o homem (15.1–21.34). Elifaz abre o ciclo acusando Jó de ingratidão e orgulho, enquanto continua a defender o uso de justiça retributiva por Deus (15.1-35). A isso Jó responde com um ataque emocionado contra a falta de solidariedade de seus amigos (16.1-5) e descreve seus sentimentos ambíguos sobre o papel de Deus em sua vida (16.1–17.16). Bildade acusa Jó de ingratidão para com seus amigos (18.1-3) e de estar se destruindo por causa de sua maldade oculta (18.4-21). A resposta de Jó a ele é basicamente uma repetição da resposta a Zofar, declarando seu espanto diante da insensibilidade dos amigos (19.1-6) e a flutuação de seus sentimentos para com Deus (19.7-27). O segundo discurso de Zofar é um ataque ácido contra Jó como um homem ímpio, cujo destino está selado (20.1-29). Aqui Jó responde apontando para a impunidade dos ímpios (21.1-16) e acusando seus amigos de desonestidade intelectual por escolherem não ver essa óbvia injustiça da vida (21.17-34).

Zofar está ausente no terceiro ciclo de discursos, mas seus amigos compensam sua ausência lançando um ataque veemente contra a integridade de Jó, enquanto Jó vacila entre o ceticismo e a fé (22.1–31.40). Elifaz defende a justiça de Deus (22.1-4) e acusa Jó de algum pecado grosseiro e secreto que exige reconciliação (22.5-30). Jó responde a isso afirmando que seu desejo de vindicação (23.1-12) é abafado pela impunidade dos ímpios e pela mesmice da morte, a despeito do caráter moral dos falecidos (23.13–24.25). Bildade é o último dos amigos a falar e argumenta que é impossível para os homens, tão insignificantes, serem justos perante Deus (25.1-6). A resposta de Jó é que embora a proposta básica de seus amigos esteja correta i.e., a justiça retaliatória seja o modus operandi de Deus, eles foram incapazes de perceber a natureza excepcional de seu caso (27.1-23) e por isso não encontraram a natureza e a fonte da verdadeira sabedoria (cap. 28). O discurso final de Jó é uma crítica a Deus pelo paradoxo de sua vida, reduzido da prosperidade à pobreza a despeito de sua inocência (29.1–31.40). A essa altura, Eliú, que se mantivera apenas escutando, por reverência aos homens mais velhos, tenta vindicar Deus de três maneiras. Primeiramente, ele reprova os três amigos por não ter conseguido corrigir Jó quanto a sua visão errada de Deus (cap. 32). Em segundo lugar, repreende Jó por sua reação obstinada contra a disciplina de Deus (cap. 33). Por fim, tenta refutar a visão limitada, exibida até aquele momento pelos demais, da justiça de Deus, (caps. 34– 37). Suas muitas acusações incluem a falta de sabedoria dos três amigos (32.6-22), a obstinada resistência de Jó contra Deus e sua falta de fé na natureza restauradora da disciplina divina (33.1-33). Eliú, no capítulo 34, defende o caráter de Deus (34.10-30) e denuncia a hubris de Jó (34.31-37). A transcendência e a paciência de Deus não podem ser confundidas com distanciamento e descaso em relação ao pecado (cap. 35); por isso, Jó deve deixar de lado o lamento e adotar uma postura de louvor (cap. 36), reconhecer a soberania de Deus sobre todas as Suas criaturas (37.1-13) e parar de tentar limitar o Criador (37.14-24). A divisão poética do livro termina com os discursos divinos. Estes têm como fim humilhar Jó diante da inescrutável soberania de Deus (38.1–42.6). Primeiro, Jó é confrontado com sua incapacidade de entender a criação e, muito menos, de prover para ela (38.1– 40.2). Terra (38.4-7), mar (38.8-11), astros celestes (38.12-15, 19-24, 31-33), o mundo inferior (38.16-18), meteorologia (38.25-30, 34-38) e zoologia (38.39–39.30) escapam ao conhecimento de Jó, tornando-o um mau candidato a desafiar a soberana atividade de Deus (40.1,2). A esse discurso Jó responde com humildade e deferência (40.3-5). O segundo discurso de Yahweh confronta Jó com sua incapacidade de controlar a vida, tanto a humana (40.6-14) quanto a animal, ilustrada pelos dois ―monstros‖, beemote e leviatã (40.15–41.34).1 A resposta de Jó é o reconhecimento humilde do direito de Deus de intervir na vida dos homens, de maneiras que estes não conseguem entender e sem que tenham de prestar contas a Suas criaturas (42.1-6).

O triunfo de Jó (42.7-17) é realmente a vindicação da inescrutável soberania de Deus. Os três amigos são repreendidos por sua teologia do ―Deus na caixa‖ (42.7-9) e Jó tem sua saúde e prosperidade restauradas (42.10-17). O leitor termina a leitura com a impressão clara de que a honestidade governamental de Deus foi vindicada por meio das tribulações de Jó, ainda que este não tenha sido capaz de encaixar todas as peças do quebra-cabeça, deixando assim espaço para a humildade da fé.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ESCOLHA DE PIMENTA CRIA CONFLITO COM GESTÃO DE LEITE

Brasil e Mundo ...