Fabrizio Romanzini, CEO da Rinno Energy
Chegada da BYD ao Brasil pode impulsionar redução de preços nos carros elétricos, segundo especialista
Desembarque de novos players traz perspectivas promissoras para o mercado automotivo brasileiro
A chegada da BYD ao Brasil tem despertado grandes expectativas e abre perspectivas promissoras para o mercado de carros elétricos no país. Especialistas acreditam que essa entrada pode impulsionar a redução dos preços e aumentar a competitividade nesse segmento, tornando os veículos elétricos mais acessíveis para os consumidores brasileiros.
De acordo com Fabrizio Romanzini, CEO da Rinno Energy, empresa especializada em soluções para o mercado de mobilidade eletrificada, diversos fatores indicam um cenário favorável para a redução dos preços dos carros elétricos. Um dos principais aspectos é a economia de escala proporcionada pela BYD, uma das maiores fabricantes de veículos elétricos do mundo.
“Com a produção em larga escala, a empresa tem a capacidade de aproveitar as vantagens econômicas desse modelo, reduzindo os custos de fabricação e, consequentemente, os preços dos veículos.”
Além disso, a produção local é outro ponto destacado pelo especialista. “Com a instalação de uma fábrica no Brasil, a BYD poderá reduzir os custos de importação e tarifas, tornando os carros elétricos ainda mais competitivos em termos de preço. Essa estratégia possibilita que a empresa ofereça modelos com preços mais acessíveis aos consumidores brasileiros, impulsionando a demanda e tornando os veículos elétricos uma opção viável”, comenta.
Romanzini explica que a tecnologia oferecida pela BYD também é um diferencial importante. “Reconhecida mundialmente por sua expertise em baterias e veículos elétricos, a empresa tem a capacidade de fornecer tecnologia de ponta a preços competitivos. Essa combinação entre qualidade e acessibilidade pode atrair uma nova geração de consumidores brasileiros e gerar uma competição saudável para o setor.”
Estímulo governamental também está no radar
Para Romanzini, a chegada de uma nova montadora ao Brasil pode incentivar o governo a adotar políticas públicas mais favoráveis à mobilidade elétrica. “A implementação de incentivos fiscais, subsídios e benefícios adicionais pode acelerar a transição para um transporte mais sustentável. A chegada da BYD ao mercado brasileiro representa uma oportunidade para impulsionar a indústria de carros elétricos no país”, comenta o especialista. “Com a combinação de produção local, economia de escala e tecnologia avançada, há uma grande possibilidade de ampliar a competição e, consequentemente, uma redução dos preços dos veículos elétricos no Brasil”, completa.
Um mercado em plena expansão
Dados recentes indicam um crescimento expressivo na demanda por veículos elétricos no país, impulsionado pela conscientização ambiental, melhoria da infraestrutura de recarga e novas opções de veículos elétricos. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), desde 2019, os veículos leves 100% elétricos (BEV) têm aumentado sua participação no mercado brasileiro. Em 2022, este segmento alcançou a marca de 8.458 unidades emplacadas, o representa um aumento de 197% em relação a 2021 (2.851 unidades).
Apesar do crescimento, os altos preços têm sido um dos principais obstáculos para a popularização dos carros elétricos no país. No entanto, há indícios de que essa realidade possa mudar.
“Com o aumento da demanda e chegada de novas opções, espera-se que a concorrência no mercado se intensifique, levando a uma queda nos preços dos veículos elétricos. Além disso, a expectativa é que a produção local e a economia de escala tenham um impacto positivo nos preços. À medida que mais fabricantes estabelecem operações de produção no Brasil e aumentam a oferta de modelos elétricos, a tendência é que os custos de fabricação se reduzam, refletindo em preços mais competitivos para os consumidores”, afirma Romanzini.
A melhoria da infraestrutura de recarga também desempenha um papel fundamental. Com um número crescente de postos de recarga espalhados pelo país, a preocupação com a autonomia dos veículos elétricos diminui, o que pode impulsionar ainda mais a demanda e estimular a redução dos preços. “Embora a transição para uma frota majoritariamente elétrica ainda demande tempo, as perspectivas são promissoras para o mercado brasileiro de carros elétricos”, diz.
Redução dos preços passa pela diminuição do custo de produção das baterias
Romanzini comenta que a redução do custo das baterias é um fator-chave para impulsionar a adoção em massa dos carros elétricos no Brasil. “A diminuição dos custos de produção das baterias é fundamental não apenas para tornar os veículos elétricos mais acessíveis, mas também para melhorar a experiência dos usuários em termos de recarga e autonomia. Atualmente, as baterias representam uma parcela significativa do custo total de um veículo elétrico. No entanto, a indústria vem investindo em pesquisa e desenvolvimento para aumentar a eficiência e reduzir os custos de produção das baterias.”
Como citado pelo especialista, a redução do custo das baterias não apenas impacta o preço de compra dos carros elétricos, mas também melhora a experiência dos usuários em relação à recarga e à autonomia. Com baterias mais acessíveis, os proprietários de veículos elétricos terão a oportunidade de adquirir baterias extras ou de maior capacidade, ampliando a autonomia e reduzindo a dependência de pontos de recarga.
“Além disso, a diminuição dos custos das baterias estimula o investimento em infraestrutura de recarga. Com preços mais baixos, torna-se mais viável para empresas e governos expandir a rede de estações de recarga, aumentando a conveniência e a disponibilidade para os proprietários de veículos elétricos”, finaliza.
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