sábado, 13 de maio de 2023

LULA ATRAPALHA O GOVERNO COM SUAS DECLARAÇÕES VINGATIVAS

 

Manipulação de resultados é só uma amostra dos males que a jogatina é capaz de produzir

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

Um surto de manipulação de resultados de jogos de futebol se espalha no País, aparentemente no mesmo ritmo em que proliferam, ao arrepio da lei, as casas de apostas online. O esquema até aqui descortinado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) já mostrou que nem a elite do esporte nacional − vitrine para o mundo − está a salvo da ação criminosa de apostadores que tentam ditar o que se passa nos gramados, interferindo até mesmo no número de escanteios ou de cartões amarelos e vermelhos.

Como noticiou o Estadão, a Justiça goiana recentemente acatou denúncia do MP-GO com base na Operação Penalidade Máxima 2, que apontou fraudes inclusive em partidas da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022. Um time com a tradição do Santos − e isso não é trivial − afastou um de seus zagueiros, transformado em réu na ação. As investigações prosseguem e sabe-se lá o que haverão de revelar. Por ora, a única certeza é que as casas de apostas online, antes mesmo de serem legalizadas, já provocaram um tremendo estrago.

Vale notar que os jogos de azar são proibidos no País. Como já registramos outras vezes neste espaço, a Lei de Contravenções Penais (Decreto-Lei 3.688/1941) continua em vigor e prevê pena de detenção de três meses a um ano para quem estabelece ou explora esse tipo de atividade. Punição, aliás, reforçada pelo Congresso em 2015, com a fixação de multa para quem participa da jogatina, mesmo que pela internet. A propósito, é falacioso o argumento de que tal realidade teria sido alterada pela Lei 13.756/2018, considerando que as chamadas “apostas de quota fixa” não foram ainda regulamentadas − algo que o governo, equivocadamente, pretende fazer em breve, por medida provisória em fase final de elaboração. Em resumo, as empresas que exploram a jogatina online vêm operando ilegalmente no Brasil.

É espantoso, então, que as casas de apostas online não apenas sigam funcionando, como também patrocinem quase todos os clubes da Série A do Brasileiro. O poderio econômico desse setor de faturamento bilionário, por sinal, costuma ser invocado por quem defende a liberação dos jogos de azar. Os arautos da jogatina fingem não ver, claro, que os recursos que surgem de um lado desaparecem do outro, no rastro da desagregação do tecido social e dos demais danos provocados pelos jogos de azar. Sem falar na porta que se abre para a lavagem de dinheiro e outros crimes.

Ora, as tramoias reveladas até aqui não deixam dúvida quanto aos riscos representados pelos sites de apostas: mal esse tipo de empresa se instalou no País e já produziu um cenário de crise que atinge em cheio uma paixão nacional e o poderoso mercado da bola. Fraudes de que não se tinha notícia em tamanha extensão e profundidade − e que agora passam a exigir a atenção e a mobilização do aparato estatal, consumindo tempo e recursos do governo, com a Polícia Federal já convocada a entrar na investigação. Eis o triste retrato do que as casas de apostas online são capazes de produzir. Um problema que só se agravará se essa modalidade de jogo vier a ser legalizada no Brasil.

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