Selic
Banco Central
Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.| Foto: José Cruz/Agência Brasil
Parece divertida, mas na verdade é triste essa nova onda da humanidade que está ganhando muitos seguidores. Uma importantíssima prova ciclística nos Estados Unidos foi vencida por um homem que se declara mulher. Como ele pôde participar da prova é algo que eu não entendo. Como é que as outras competidoras, todas mulheres, permitiram isso e concordaram em participar da prova em condições tão desiguais? Todo mundo sabe que a musculatura, a estrutura corporal do homem é diferente da mulher. Parece que colocaram em prática aquela charge com as bicicletas prontas para arrancar na largada, há uma moto no meio e o dono da moto diz: “ela se sente bicicleta”.
Política de gasto livre do governo mantém os juros nas alturas
O
presidente Lula criticou o Banco Central por manter a taxa básica de
juros, a Selic, em 13,75%. Eu aprendi muito com a Federação das
Indústrias do Rio Grande do Sul e repito aqui o que li agora na análise
sobre esse assunto. Ela diz que sim, o juro está alto para combater a
inflação, mas o problema não é do Banco Central; o problema é o governo.
O governo está sinalizando liberação de gastos, com essa história de
não seguir o teto; vai gastar mais e acha que a solução não é conter a
despesa, mas cobrar mais do contribuinte, arrecadar mais impostos. Essa é
a questão, e quem corrige isso? Está nas mãos do Congresso, que irá
votar o arcabouço do governo, e não do Banco Central. A taxa básica de
juros é alta, eles reconhecem que a taxa é alta, prejudica os negócios
da indústria, mas que isso não é causa, é consequência. A causa é o
governo e suas políticas, que estão passando agora pelas mãos de
deputados e senadores. Perfeita a análise da Federação das Indústrias do
Rio Grande do Sul.
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Gostei
muito de um comentário do José Roberto Guzzo, comparando essa retirada
do projeto de censura nas redes sociais com o futebol. Ele disse que é
como um time de futebol que, ao perceber que vai perder o jogo, não
entra em campo. E no dia seguinte o governo perdeu – felizmente, porque
não fica em perigo um futuro com água na casa de todos os brasileiros e
esgoto na casa da maioria dos brasileiros. O Marco do Saneamento seria
atingido por decisões do governo Lula, mas não passou o que queriam que
passasse, que era estatizar de novo. Todo mundo sabe que poder público
não funciona nesses casos. Poder público tem de funcionar para saúde,
educação, segurança pública, Justiça… Para produzir coisas, entregar
água na casa das pessoas, tirar esgoto da casa das pessoas, melhor
deixar com a iniciativa privada, escolhida por meio de licitação. As
estatais ficariam dispensadas de licitações para renovar contrato, mas
isso foi derrubado pela Câmara e está indo agora para o Senado.
Devido processo legal é ficção no Brasil do STF
Almocei em Lisboa com uma juíza criminal, e ela está apavorada com o que está acontecendo com o devido processo legal no Brasil. Ela disse, por exemplo, que Bolsonaro não tem mais foro privilegiado, ele não é caso para o Supremo. E a questão de vacina não tinha nada a ver: Bolsonaro tinha passaporte vermelho, diplomático, e não precisava de vacina. O pior de tudo é que a subprocuradora-geral, Lindôra Araújo, avisou Alexandre de Moraes que não havia nenhum indício minimamente consistente para justificar uma busca na casa do ex-presidente. Isso, em condições normais de temperatura e pressão, de respeito ao devido do processo legal, teria acabado ali. Não é o juiz que pede; talvez o juiz possa pedir para orientar, instruir o processo, mas se o acusador diz que não há nenhuma razão para isso está tudo encerrado. No entanto, aqui o acusador diz que não tem nenhuma razão para busca e apreensão, e mesmo assim é feito. Esse é o “devido processo legal” completamente anormal que vigora no nosso país.
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