8 de janeiro
Por
Luís Ernesto Lacombe – Gazeta do Povo
General da reserva Marco Edson Gonçalves Dias aparece em vídeo de
câmeras de segurança do Palácio do Planalto em 8 de janeiro, quando era
chefe do Gabinete de Segurança Institucional.| Foto: Reprodução/ CNN
Brasil
Quantos segredos horripilantes ainda serão revelados?
Quantas vezes Lula ainda repetirá que “não sabia de nada”? Não sabia do
mensalão, não sabia do petrolão, não sabia da existência de imagens de
seu ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional circulando
entre manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto em 8 de janeiro…
O general Gonçalves Dias é íntimo de Lula, amigo de longa data.
Trabalhou na segurança do presidente em seus dois primeiros mandatos.
Trabalhou no governo Dilma, na campanha de Lula para as últimas
eleições. Foi o militar quem decretou o sigilo das imagens a que a CNN
agora teve acesso? Ele, isoladamente, por conta própria, sem consultar o
chefe, o ministro da Justiça? Difícil acreditar que não tenha contado
tudo aos companheiros, que Lula e Flávio Dino já não tivessem visto as
cenas que jogam contra o governo e também contra a Polícia Federal e o
STF.
A Abin notificou 48 órgãos do governo federal sobre riscos de ataques em 8 de janeiro… E o que foi feito, a partir dessas informações? Qual era o plano para evitar e conter possíveis manifestações violentas? Havia algum? Repito: para evitar e conter… Porque fica parecendo que havia um planejamento sórdido para estimular e facilitar a ação de vândalos. E com que objetivo? Muito simples: para falar em “tentativa de golpe de Estado”, para perseguir opositores, para sufocar manifestações populares legítimas, pacíficas e ordeiras, para censurar, para prender, para implementar, de alguma forma, uma ditadura. Isso tudo precisa ser investigado. O fato é que o governo Lula não poderia ter liberado apenas as imagens que lhe interessavam da invasão do Palácio do Planalto e tentado esconder aquelas que o colocam sob suspeita.
Fica parecendo que havia um planejamento sórdido para estimular e facilitar a ação de vândalos. Com que objetivo? Falar em “tentativa de golpe de Estado”, para perseguir opositores, para sufocar manifestações populares, para censurar, para prender
E entrou em cena Rodrigo Pacheco, que voltou da lua de mel com Lula na China mais apaixonado do que nunca pelo poder. Chegou do ninho do amor da ditadura, disposto a barrar de vez a CPMI. Aceitou, dessa forma, a condenação de inocentes e a proteção a quem verdadeiramente cometeu crimes em 8 de janeiro, por ação, omissão, ou por facilitar e até estimular a invasão de prédios públicos, o vandalismo, a destruição. Pacheco não tem caráter, não merece respeito. Agiu como líder do governo e deveria renunciar à presidência do Senado. Chamou as tentativas de impedir a instalação da Comissão Parlamentar de “exercício democrático”. Assim como Lula, ele não quer a verdade, nada mais que a verdade.
O STF, por sua vez, faz denúncias em bloco contra pessoas acusadas de envolvimento nos atos de 8 de janeiro. Elas nem têm foro privilegiado e serão julgadas, aparentemente, em tempo recorde. Assim, de modo genérico, sem individualização de condutas, sem necessariamente haver a indicação de ações concretas de cada uma que poderiam configurar prática de crime. Os ministros também falam em tentativa de golpe de Estado… Pessoas desarmadas, sem o apoio de forças militares… Agora, são 100 acusados… Em lotes, em lotes! Não há terroristas e golpistas entre eles, esses termos não cabem. Houve crimes? Houve. É para punir? É, mas tem de punir os culpados, com base nas leis e em provas robustas, seguindo o devido processo legal, o ordenamento jurídico. Quem fez o quê? Quais são as provas? Por que os advogados de defesa não conseguem trabalhar?
VEJA TAMBÉM:
Quem precisa de liberdade?
Uma grande armação
As camadas de censura que vão nos proteger
Os absurdos vão sendo empilhados. Comparam os atos de 8 de
janeiro com ataques a escolas e creches. E santificadas sejam as
invasões promovidas pelo MST, com facão, com foice, com armas de fogo. É
um concurso macabro de canalhices e cretinices. Dão bofetadas num país
inteiro, querendo que acreditem que é proteção, que é carinho, que é
defesa da democracia. Nada se sustenta, nenhuma historinha, muito menos o
atestado médico do general Gonçalves Dias… E como me dói vê-lo tomar o
lugar do poeta de mesmo nome nas pesquisas na internet. O Gonçalves Dias
da Canção do Exílio praticamente sumiu… A nossa terra, ela ainda tem
palmeiras, ainda tem sabiá, mas apodrece rapidamente.
ESPECIAL
Leia mais em:
https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luis-ernesto-lacombe/goncalves-dias-palacio-do-planalto-invasao-8-de-janeiro-absurdos-empilhados/
Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário