Terra yanomami
Saída dos garimpeiros tem tudo para se tornar uma grande crise
Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Equipamentos utilizados por garimpeiros em RR são destruídos pelo Ibama, Funai e Força Nacional.| Foto: Divulgação / Ibama
Quem está gerindo a retirada dos garimpeiros da reserva dos yanomami está, na verdade, gerando uma nova crise. Os garimpeiros são pessoas humildes, que estão lá tentando ganhar a vida e ficaram desesperados, estão saindo de qualquer forma. A saída mais segura seria por avião, e a Força Aérea autorizou um corredor para saída até 6 de maio. Mesmo assim, muita gente está saindo a pé, morrendo no meio do caminho com picada de cobra, de fome, já sem poder carregar alimentação, e agora estão alertando que eles vão na direção de seis ou sete reservas de outras 14 etnias. Ou seja, provocaram um estouro da boiada de garimpeiros.
As famílias estão desesperadas. Gente do Pará, do Amazonas, do Piauí, do Ceará, de outros estados nordestinos, não sabe o que está acontecendo com seus parentes que estavam no garimpo. Vão ter de fazer algo a respeito, porque os garimpeiros também são brasileiros, e eu os parlamentares deveriam instalar uma CPI para saber exatamente o que está acontecendo. Já tentaram fazer uma CPI das ONGs, mas não sei que forças são essas que deixaram as ONGs para trás e fizeram entrar a CPI da Covid como palanque eleitoral. É importante investigar porque há muita coisa envolvida, como soberania nacional e ambições estrangeiras de países europeus. E digo isso também porque o ministro da Justiça anunciou um programa chamado Amazônia Mais Segura. Se é para tornar a Amazônia mais segura, então é preciso levar isso a sério, bem como outra terrível desgraça que ocorre na Amazônia: a entrada da droga, com o tráfico estrangeiro por lá, descendo o Rio Solimões.
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O ministro Gilmar
Mendes, do STF, teve uma decisão que parece um habeas corpus preventivo:
mandou dizer que não adianta querer derrubar o decreto do presidente
Lula, datado de 1.º de janeiro, que manda as pessoas com armas compradas
depois de maio de 2019, se não me engano, se registrarem também na
Polícia Federal, mesmo estando já registradas no Exército. Não sei qual é
a dificuldade de pegar o registro do Exército e comunica-lo à PF; até
por computador é possível fazer isso. Tem alguma coisa estranha aí.
A estranha história do homem que quebrou o relógio no Planalto
Assim
como também é estranha uma questão que percebi depois de ler um artigo
da jornalista Paula Schmitt, do Poder 360, sobre esse pintor de
automóveis que recebe o Auxílio Brasil, foi sozinho pra Brasília e
percorreu 330 km desde Catalão (GO) para ir quebrar aquele relógio no
Palácio do Planalto – e tudo na frente de uma câmera. Antônio Cláudio
Alves Ferreira usava uma camisa com a cara de Bolsonaro, do tipo que era
usada em 2018, desrespeitando a orientação dos acampamentos, que era de
não usar nenhum símbolo que remetesse a Bolsonaro. E era alguém que já
tinha passagem pela polícia por tráfico de droga.
Depois que li esse artigo passei a ficar com o pé atrás. Temos um novo Adélio? E também quero saber quem é o sujeito que furou seis vezes o quadro do Di Cavalcanti que vale milhões, saber quem é e por que fez isso. Falamos nisso enquanto há mais de 600 pessoas presas por incitação ao crime, por incitar as Forças Armadas a cometer o crime de intervenção armada – que não foi cometido. E não há como estar na genética de um crime que não foi cometido.
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