Jornal Estadão
No 28º andar do Farol Santander, um dos ícones do centro de São Paulo, você pode experimentar o chamado “caviar brasileiro”. Trata-se do “aperitivo de içá”, que nada mais é do que uma formiga tanajura fritinha na farinha de mandioca com cebolinha. A iguaria, preparada pelo chef Deivid Marques, é parte do cardápio do Boteco 28 – Bar da Cidade.
“Monteiro Lobato chamava a içá de caviar brasileiro. A farofa de içá era alardeada e vendida na rua pelas quituteiras, bem no largo do Rosário, onde hoje é a praça Antonio Prado, aqui em frente ao Farol Santander”, disse Cássio Pardini, um dos sócios do Boteco 28. “O prato acompanhou os paulistas até meados de 1900 quando parou de ser consumido pelos moradores que não queriam mais ser chamados de ‘comedores de formiga’, explicou.
O chef Deivid Marques explica o preparo do “caviar”: “A farofa de içá é feita com a parte inferior do abdômen da tanajura, que tem 30% de gordura e 15% de proteína. Aqui no Boteco preparamos com o óleo de alho, fazemos essa cocção, depois torramos a farofa e fazemos um conjunto das duas para finalizar. Por ser um aperitivo, querendo ou não todo mundo tem receio de comer formiga, quando o público experimenta fica surpreendido. Ela fica muito mais gostosa com a cachaça Mato Dentro que dá um frescor na boca”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário