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Você é feliz? Ou, perguntando melhor, você sabe identificar o que te faz feliz?
Para alguns, a felicidade está sempre no futuro – quando se alcançar uma meta ou objetivo, ou no passado. Algumas filosofias, como o budismo, defendem que a felicidade é o encontro e o contentamento com o presente, de forma fluída e serena. Mas a felicidade não é uma questão de ter ou ser – é uma questão de estar.
Desde a Grécia Antiga que a filosofia ocidental discute o conceito de felicidade. Isso porque o oriente, em grande parte de suas filosofias, como o taioismo, o budismo e o maoismo, atribui à consciência e satisfação com o momento presente.
O que os filosofos ocidentais concordam, porém, é que a felicidade se caracteriza pela equação de prazer ser maior que a dor. O ponto seguinte começa a ser de discórdia para as três grandes escolas filosóficas gregas: o estoicismo acredita que a felicidade tem a ver com o domínio do raciocínio sobre as posses materiais; o epicurismo defende o prazer sobre todas as coisas; e o cinismo propõe que não há uma resposta lógica para o que é felicidade, então não há razão para perseguí-la.
Mas vamos pegar a nossa máquina do tempo e voltar para a atualidade. Quando você pensa em felicidade, seu trabalho faz parte disso? Ou você é do time que acredita que a felicidade é poder não fazer nada e viver em ócio?
Não há nada errado com nenhuma das duas visões. Mas a segunda visão, de que a felicidade é igual a ócio tende a ser mais hedonista que a primeira. Isso porque o conceito de felicidade ociosa está mais ligada, atualmente, à positividade tóxica e à forma que usamos as redes sociais. Os mais jovens são as vítimas mais frequentes desse conceito de felicidade hedonista; porque já nasceram num mundo com redes sociais e têm dificuldade de balizar o que é real do que é montado para a representação virtual da vida.
Já a felicidade eudaimônica está mais ligada à compreensão de que a felicidade não é um estado de espírito constante, mas ao correto entendimento do que gera a satisfação pessoal. Neste conceito, ser feliz é saber que a dor e o prazer são complementos um do outro e a realização de grandes feitos e mudanças está intrinsecamente ligada à experiência de ambos os sentimentos. Ou, como canta Chico Buarque em ‘Vai levando’:
Mesmo com toda a fama
Com toda a brahma
Com toda a cama
Com toda a lama
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando essa chama
(…)
É essa ideia de que a felicidade está além dos bens que se possui, ou dos desafios que se vive, que a proposta da eudaimonia se apresenta. E é também a forma de ter uma relação mais saudável com seu trabalho e com a sua rotina. Vale entender: o que você faria se não precisasse trabalhar para sobreviver? Há quem acredite que não trabalharia nunca mais, mas cada vez mais, a ciência e o mercado entendem, por meio de estudos e pesquisas, que o trabalho não é o problema, a questão central é o desalinho de propósito.
E é essa quebra que afeta também a aposentados ou ganhadores da loteria que voltam ao mercado. Quando o trabalho não é só a representação e a garantia da sobrevivência, é mais fácil olhar para o que se tem como propósito e perseguir esse ideal de maneira realista: sabendo que dias bons e dias ruins fazem parte da jornada e que é preciso sempre avaliar e recalcular a rota para alcançar o que se deseja.
Ser feliz, então, é encontrar o equilíbrio entre o desejo e a necessidade e dar valor aos aprendizados dos momentos de dificuldade tanto quanto se dá ao prazer.
Estou de volta pro meu aconchego Trazendo na mala bastante saudade Querendo um sorriso sincero, um abraço Para aliviar meu cansaço E toda essa minha vontade … Que bom poder tá contigo de novo Roçando teu corpo e beijando você Pra mim tu és a estrela mais linda Teus olhos me prendem, fascinam A paz que eu gosto de ter … É duro ficar sem você vez em quando Parece que falta um pedaço de mim Me alegro na hora de regressar Parece que vou mergulhar Na felicidade sem fim
E aí, você é feliz?
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