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A proximidade do Halloween nos faz pensar na caça às bruxas. O termo caça às bruxas vem, principalmente, da Inquisição na Idade Média, quando mulheres acusadas de feitiçaria eram condenadas à morte na fogueira, que era acendida no final de outubro, na cerimônia de Samhain (fim da colheita). A celebração durava 3 dias e também homenageava o “Rei dos mortos”, daí a ideia de ser uma noite “macabra”, em que os espíritos dos mortos circulam entre os vivos e oferecem travessuras a quem não compartilha a fartura da colheita.
No mundo corporativo, porém, caça às bruxas é outra coisa e todo mundo, em um momento ou outro de sua jornada de carreira já viveu – quando existe uma preocupação maior em encontrar um culpado para um erro ao invés de uma busca por solução.
Na última semana rolou uma notícia devastadora no mundo do entretenimento: o ator Alec Baldwin matou acidentalmente à diretora de cena Halyna Hutchins durante a filmagem do longa Rust. Desde então, a polícia de Santa Fé, no estado do Novo México, tem atuado no caso para entender como se deu o acidente. O caso virou uma verdadeira caça às bruxas, com o toma lá dá cá sobre quem deixou de fazer o quê e como isso culminou na tragédia. O trauma, entretanto, faz com que Alec Baldwin, que atua há 41 anos no showbiz, queira encerrar sua carreira.
Existem erros e erros. Alguns com graves consequências – como foi o caso, outros com grandes aprendizados. E existem também formas e formas de lidar com um erro. Seja com a caça às bruxas, como está acontecendo nas investigações do set de filmagens de Rust, em que membros da equipe apontam o diretor-assistente Dave Halls, responsável pela checagem dos equipamentos, como uma pessoa relapsa, de difícil convivência e de postura assediadora, que não seguia protocolos de segurança como responsável pelo acidente que tirou a vida de Halyna Hutchins e gerou o trauma que encerra a carreira de Alec Baldwin. Seja avaliando as perdas, os aprendizados e tirando da experiência o que pode ser tirado – melhor checagem dos protocolos de segurança, maior investimento em efeitos visuais para evitar usar armas de fogo em sets de filmagem e aí por diante.
No mundo corporativo, quando falamos de erros, falamos também de cultura. Culturas organizacionais que são muito permissivas a erro enfrentam problemas de qualidade, execução e alcance de resultados. Enquanto que culturas que não são tolerantes a erros barram a inovação, o desenvolvimento de novas soluções e o pensar criativo. O caminho, é criar um processo de avaliação de impacto de erros e ter uma política forte de capacitação do quadro de colaboradores. O primeiro ponto vai identificar a previsibilidade dos erros, a frequência com a qual um mesmo erro é repetido e o impacto que esse erro tem nos resultados de negócio. Enquanto isso o segundo ponto vai mitigar as questões mapeadas e reduzir o impacto e a repetição de erros.
Errar é humano e é também uma forma de aprender o que não repetir. Lidar com erros – sejam próprios ou de outras pessoas – é também lidar com frustrações, emoções à flor da pele, inseguranças e ego. É importante, como profissional, que você saiba separar o que é aprendizado e o que é seu ego ferido quando se erra. E, quando se está numa posição de liderança, o desafio é ainda maior – é preciso agir rapidamente para estancar os danos e, ao mesmo tempo, instruir e acompanhar seus liderados para tomar decisões e operar para resolver o problema.
Entender o tamanho do estrago é o ponto crucial para saber como agir. A caça às bruxas não vai resolver o problema e, mesmo que sejam necessárias ações punitivas, corrigir o erro e retomar a rota correta é mais importante que criar um clima de tensão e medo.
Como a sua organização lida com erros atualmente? E quão preparados seus colaboradores estão para entender até onde podem ir? Fica a reflexão e a dica: invista em capacitação.
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