Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Imagem ilustrativa.| Foto: Agência Pará/FotosPúblicas
O Brasil passou de 600 mil mortos por Covid, esse vírus que veio lá da China e tomou conta do mundo. Só para lembrar a relatividade das coisas: eu tenho os números do registro civil dos mortos das outras doenças. Nas doenças cardíacas, neste mesmo período, houve 531 mil mortos, e vem crescendo: neste ano, mataram 7% mais do que no ano passado. Talvez pelo pânico gerado pela propaganda pró-Covid.
As outras doenças respiratórias, sem ser Covid, mataram 443 mil brasileiros. Eu fico me perguntando por que a Índia – tendo 1,35 bilhão de habitantes, sete vezes mais do que o Brasil – teve 450 mil mortes, muito menos por milhão de habitantes do que o Brasil.
Liberdade de expressão
O ministro da Saúde falou que ele acha que é ruim esse uso de máscara – isso a gente sabe desde sempre, que tem que respirar ar puro e que pouco funciona. Ele é contra o passaporte também, por uma questão de ser democrata. O passaporte é um controle. É uma a forma de controlar o cidadão e desrespeitar direitos e garantias constitucionais: que é livre a circulação no território nacional e que a gente tem liberdade de reunião sem armas.
A constituição tem sido muito desrespeitada por aí. E eu lembro que o prêmio Nobel da Paz foi concedido exatamente a dois jornalistas, uma filipina e um russo, que defenderam a liberdade de expressão. Essa liberdade que está tão cerceada neste país, com tribunais tirando a renda de pessoas que vivem disso, e prendendo também. A Constituição garante liberdade de opinião, veda a censura. E o Código Penal diz que se houver calúnia, injúria, difamação é só processar, pelo devido processo legal.
Tecnologia
Em época em que a Ciência e Tecnologia está reclamando que houve cortes pelo ministério da Economia, eu gostaria de lembrar os avanços nesta área, que foram consagrados pela presença do presidente da República em Campinas, na 1.ª Feira Brasileira do Nióbio.
Nióbio é nossa grande riqueza. Está lá na Cabeça do Cachorro, que por coincidência é uma reserva indígena. Quando tem riqueza é reserva indígena. Diamante tem em Rondônia. Potássio também está em reserva indígena, e a gente está precisando para fazer o NPK do adubo, do fertilizante.
Essa feira do nióbio mostra as grandes possibilidades que temos de superligas do material com grafeno – que está lá em Poços de Caldas e a gente vendia para o exterior a preço de banana e agora está na hora de a gente aproveitar.
Também começaram a funcionar mais cinco linhas de luz no grande acelerador Sirius, que está par a par com aceleradores de partículas do mundo inteiro. Ao mesmo tempo que se ampliou o laboratório de nanotecnologia por lá.
Integrar para não entregar
Tem ligação de fibra óptica pelo leito do Rio Negro, de Manaus a São Gabriel da Cachoeira, lá na Cabeça do Cachorro. Já foi de Manaus a Tefé, e está indo também a Tabatinga, lá na fronteira com o Peru, subindo o Rio Solimões. Com isso, está conectando hospitais, que dão teleconsultas, e também escolas.
É a Amazônia sendo informatizada. Para não entregar, a gente tem que integrar. A Amazônia é nossa, é para o nosso benefício. Eu mediei debates no Instituto General Villas Boas com indígenas, especialistas, com gente da Amazônia – não é pesquisador de biblioteca de São Paulo e Rio de Janeiro – que vive o dia a dia, sofre lá dentro e sabe o que está acontecendo. Nós temos que fazer isso: Amazônia para os amazônidas e para os brasileiros. A Amazônia não é do Brasil. É o Brasil.
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