Crise entre poderes
Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
Em Cuiabá, presidente Jair Bolsonaro disse estar aberto ao diálogo com ministros do STF que até outro dia criticou.| Foto: Isac Nóbrega/PR
A CPI da Covid parece que está desesperada. A comissão aprovou a quebra do sigilo bancário de um monte de gente ligada à Precisa Medicamentos, que é a empresa que representava o laboratório indiano que ia vender a Covaxin para o Brasil. Mas o negócio não foi feito, é bom lembrar.
A CPI inclusive pediu a quebra de sigilo de um advogado, Frederick Wassef, em cuja casa, em Atibaia, estava abrigado o Fabrício Queiroz, que era assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, que hoje é senador. Wassef nunca vendeu vacina, nem comprou vacina, nem hospital de campanha, nem equipamento de proteção individual, nem respirador, nem nada. Não sei se ele se vacinou ou não; se teve Covid ou não. É incompreensível esse ato da CPI.
A comissão também quebrou o sigilo de sete canais de notícias, alegando que eles publicam notícias falsas. Interessante que hoje no Brasil há um negócio bem totalitário. O que é notícia falsa? É aquela com a qual eu não concordo. É mais ou menos isso.
Tem que demonstrar que é falsa, e tem coisas que hoje ninguém consegue demonstrar que é falso. Porque nessas questões médicas científicas tem que esperar anos muitas vezes para saber os resultados, para saber se era falso ou não era. Se isso era eficaz ou não era. Se isso foi apenas para ganhar dinheiro, para vender ou não. Tem que esperar pelos resultados.
Disposição ao diálogo
O presidente Jair Bolsonaro fez um discurso de muito boa vontade, em Cuiabá, dizendo que está de portas abertas para o diálogo. Que ele conversa com o ministro Luis Roberto Barroso, se ele quiser conversar. Com o ministro Luis Felipe Salomão, que foi quem pediu também, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que bloqueasse os rendimentos de canais de notícias que eles julgam que estão publicando notícias falsas.
O presidente sabe que esse barulho produzido por desentendimentos entre os poderes da República provoca efeitos negativos no dólar, na bolsa de valores, na produção, nos investimentos, nas exportações, na inflação, prejudicando o povo em geral.
É bom lembrar que um emissário do presidente, o negociador político do governo, que é o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, dialogou separadamente com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Luiz Fux, presidente do Judiciário, para falar que é preciso conversar.
Tomara que todos eles se encontrem e conversem, a portas fechadas, para que possam dizer tudo o que quiserem dizer um do outro e desabafem, cada um dizer a sua verdade, para o país retornar a calma.
Incentivo à energia limpa
A Câmara aprovou projeto de lei, que vai agora para o Senado, que dispensa 700 mil brasileiros que estão produzindo energia elétrica com placas fotovoltaicas de pagar as tarifas de eletricidade até 2045. Eles vão vender eletricidade e só vão pagar a taxa de iluminação pública. E quem entrar no primeiro ano, depois da publicação no diário oficial, se for aprovado no Senado, vai ficar isento também. Os próximos vão ter uma escala de tarifa.
Isso para o micro e miniprodutor. Vai aliviar o sistema brasileiro, ainda mais em um momento em que as hidrelétricas estão carentes de água para funcionar. O Brasil já é o país que produz mais energia elétrica limpa desse planeta e vai aumentar isso.
Produção independente
Foi aprovado em caráter terminativo, na Câmara e agora já vai para o Senado, a possibilidade de produção independente comprar a programação parcial ou total de emissoras de rádio e televisão. Desde que tenha um cunho educativo e cultural e que a publicidade não ultrapasse a 25% do tempo.
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