sexta-feira, 9 de abril de 2021

MINISTRO TARCÍSIO FREITAS É FESTEJADO EM JANTAR

 

Circe Bonatelli e Cristiane Barbieri

Ministros do governo Bolsonaro após jantar com empresários. Foto: Alex Silva/Estadão

Mesmo sem discursar durante jantar que reuniu o presidente Jair Bolsonaro, a equipe ministerial e empresários na noite de quarta-feira, 7, em São Paulo, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, foi muito festejado em sua chegada ao encontro. Freitas foi recebido com uma salva de palmas, numa manifestação de apoio dos empresários por seu empenho no programa de concessões de ativos públicos à iniciativa privada. O ministro, egresso da área de infraestrutura dos governos Michel Temer e Dilma Rousseff, é visto como uma pessoa pragmática e discreta, que passa longe das declarações controversas e, frequentemente, ofensivas de seu atual chefe.

Por sua vez, Bolsonaro e demais membros do governo foram aplaudidos só depois de falarem, recebendo apoio dos presentes, porém de forma mais protocolar. Os discursos foram entoados por Roberto Campos Neto (Banco Central), Paulo Guedes (Economia) e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.

Comentários de grupos de empresários no WhatsApp no dia seguinte davam conta do cansaço com Guedes. Principal motivo para o apoio da categoria à eleição de Bolsonaro, o ministro mereceu comentários na linha de ser muito afeito a discurso e pouco efetivo. Na reforma ministerial da semana passada, inclusive, um grande empresário perguntou a um par, nas conversas pela rede de mensagens, com ironia, se Guedes assumiria a pasta da Economia.

Ambiente para investimentos ficou tumultuado

Um interlocutor que não participou do jantar disse, inclusive, que há presidente responsável pela operação local de um grande fundo estrangeiro com a missão de calcular o custo de uma saída total do Brasil. Com a pressão por critérios de ESG (boas práticas de sustentabilidade, governança e ambientais, da sigla em inglês) crescendo, tem causado arrepios nos estrangeiros as falas e atitudes de Bolsonaro. Ainda mais com a perspectiva de uma disputa entre Lula e Bolsonaro no próximo ano.

A intervenção do presidente nas estatais, inclusive, teria sido a principal responsável pela interrupção no fluxo de capital estrangeiro ao País este ano. O movimento de ofertas iniciais de ações, que segurava o mercado de capitais, foi interrompido pela aversão ao risco por conta dos ruídos causados pelo presidente – além da postura no combate à pandemia e o consequente agravamento das mortes. Maior movimento da Bolsa recente, a Dasa relançou suas ações esta semana e caiu forte pelo segundo dia consecutivo.

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 08/04, às 19:30.

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