Dom Pedro Conti
Acordados ou dormindo, inexoravelmente, os dias irão transcorrer. Mais cedo ou mais tarde, seremos obrigados a reconhecer isso. “Esperança” é outra coisa.
– Mestre, como faço para me tornar um sábio? – perguntou.
– Boas escolhas. Ele fica pensativo por alguns instantes e depois torna a perguntar:
– Mas como fazer boas escolhas?
– Experiência – diz o mestre.
– E como se adquire experiência, mestre? – Más escolhas
Aprenda a fazer boas escolhas
Monica Buonfiglio
Escolher é respeitar o seu desejo em primeiro lugar; não é possível fazer uma escolha sobre algo que mudará sua vida pensando nos outros pois você é a pessoa mais importante nessa história.
Passamos a maior parte do tempo fazendo escolhas, o que implica em dizer que somos o que escolhemos, pois isso é resultante de um pensamento que envolve um julgamento.
Os psicólogos e psiquiatras informam que, ao tomar uma decisão, usamos um “arquivo” da memória e conseguimos calcular naquele momento os benefícios daquela decisão, ou seja, sempre fazemos as escolhas que são boas para aquela questão, pois o cérebro age muito rápido, fazendo um ensaio de uma futura mudança no estilo de vida; assim antecipa os resultados para que se encontre a melhor saída para o impasse.
Quando escolhemos entre X e não Y muitas vezes teimamos em dizer que a resposta veio do nada; na verdade, o cérebro procurou no arquivo-memória todos os prós e contras desta decisão e a resposta final coube a um pequeno detalhe que fez toda a diferença.
Por isso não tenha medo de escolher, pois não será um impulso como pode parecer para alguns, mas algo que já foi planejado sem que se perceba.
Use a criatividade, elabore uma boa resposta e dê mais significado às suas escolhas; explique corretamente aos outros o motivo da sua decisão. Uma dica de um exercício simples: escreva em um papel no lado esquerdo a palavra “agora” e no lado direito “depois”. Descreva abaixo de cada item dez sentimentos que traduzem o que pode definir (ou não) uma nova postura; se estiver faltando itens no “depois” é melhor esperar.
Claro que ninguém ganha sempre e tomar uma nova atitude consiste em assumir acertos e erros; por isso devemos lembrar que a emoção interfere nas decisões especialmente para as mulheres quando estão na TPM ¿ portanto, calma neste período. Também não dá para decidir usando apenas a razão como a maioria dos homens, mas é possível saber se a pessoa tem um bom equilíbrio mental, moral e ético através das escolhas. Trocar ideias com quem não tem nenhuma relação com esta nova fase da sua vida também ajuda bastante.
Não decida sobre algo importante quando se está muito feliz ou muito triste, pois dessa maneira, não é possível avaliar direito o que é melhor. Também é importante levar em conta o quanto essa decisão vai afetar as pessoas que estão próximas a você; por isso, em alguns casos, cautela.
Aprenda a tomar decisões ao fazer escolhas importantes com as dicas a seguir.
1. MANTENHA OS DOIS PÉS NO CHÃO
Seja realista e encare os fatos na hora de tomar uma decisão. Isso diminui a chance de se frustrar depois. Mantenha o otimismo e evite criar expectativas mirabolantes. Para isso, leve em consideração suas experiências de vida.
Vá para um lugar tranquilo e pense em tudo que deu certo e errado, considerando diversas possibilidades. Aproveite para deixar suas emoções e intuições aflorarem nesse momento de decisão, tendo o devido cuidado de não se desprender da realidade.
2. ENCARE A SITUAÇÃO E IDENTIFIQUE OPÇÕES
Independentemente da decisão que precisa tomar, é fundamental que você olhe para a situação a partir de diferentes pontos de vista. O objetivo é identificar as diversas opções disponíveis.
Para facilitar o seu processo de tomada de decisão, pegue uma folha de papel e faça nela uma lista de todos os pontos positivos e negativos acerca da sua situação. Depois de escrevê-los, imagine as possibilidades que podem existir a partir do cruzamento deles.
3. BUSQUE O MÁXIMO DE INFORMAÇÕES
Por trás de uma tomada de decisão pode aparecer a insegurança, que surge do medo daquilo que é novo. Isso é normal, ok? Só não é saudável que deixemos esse sentimento tomar conta de nossas mentes e decidir por nós o que é melhor para as nossas vidas.
Se você estiver com medo, busque o máximo de informações sobre a decisão que você pretende tomar. Esses dados servirão de suporte para que você decida com base em fatos, não somente em emoções.
4. CONHEÇA AS SUAS CAPACIDADES
Cada pessoa tem suas características, que as tornam única no mundo. Você sabe quais são as suas? A partir do momento que você conseguir enxergar o seu potencial, isso poderá ajudá-la a desenvolver a autoconfiança necessária para tomar suas decisões.
A autoconfiança é adquirida quando você conhece todas as suas habilidades, sabe quais são os seus pontos fortes e aqueles que necessitam de aprimoramento. Isso se torna possível quando você investe em autoconhecimento.
5. CONTROLE A IMPULSIVIDADE
Dar passos sem ver e falar palavras sem medir: agir com impulsividade pode trazer arrependimentos. Na hora de tomar decisões, coloque todo o seu empenho em frear seu lado impulsivo para conseguir se relacionar de maneira mais tranquila consigo.
Dessa forma, analise quais serão as consequências das suas ações. Antes de decidir, descanse e coloque na sua mente a seguinte frase: “preciso pensar melhor”. Com a cabeça fria, sem pressões e com aquela lista de prós e contras, tudo se tornará mais simples e fácil de resolver.
Tenha em mente que o controle da impulsividade é um esforço que leva tempo, mas que, ao ver os primeiros resultados, você notará que esse trabalho vale a pena.
6. TENHA UM PLANO ALTERNATIVO
Nós sabemos que a vida é imprevisível, não é verdade? Por isso é importante que as suas decisões sejam tomadas considerando as adversidades que podem surgir pelo caminho. Antecipe-se aos possíveis obstáculos.
Para que você esteja seguro das suas escolhas, tenha um ou mais planos alternativos. Lembra-se das possibilidades que listamos a alguns tópicos atrás? Considere-as e tenha em mente um modo de seguir em frente caso as coisas não saiam como o esperado.
7. FILTRE AS OPINIÕES ALHEIAS
Quando nós precisamos tomar uma decisão importante e compartilhamos isso com amigos e familiares, é muito comum que surja e o famoso “conselho”, seguido de um “no seu lugar, eu faria”. Ouvir as opiniões dos outros é importante, mas é fundamental saber filtrá-las.
Conversar com as pessoas sobre as nossas decisões nos ajuda a externar o dilema que existe dentro de nós, bem como discutir as possibilidades. Quando isso é feito em uma conversa normal, em voz alta, facilita a análise da situação.
O fato é que alguns fatores que pesam para os outros talvez não sejam os mesmos que você levaria em consideração. Afinal, o que faz bem para alguém pode não ser interessante para você. Ouça cada opinião construtiva com atenção, mas lembre-se de que no fim é você que lidará com o resultado de sua decisão.
8. OLHE PARA O FUTURO
Se a decisão que tiver que tomar significa uma mudança drástica em sua vida, tente não se prender somente ao passado. Olhe para o futuro! Deixar de seguir em frente por causa de um pensamento destrutivo que diz que você está jogando algo construído fora é uma grande cilada.
Culpe-se menos pelo passado e pense na decisão sem considerá-lo como o único fator de peso. Raciocine com lógica e, diante de um dilema que envolva o que passou, considere também a possibilidade de corrigir as coisas no futuro.
9. RESPEITE O SEU TEMPO
Não seja impulsivo! Você não precisa decidir agora. Normalmente, alguns dias são suficientes para que você consiga organizar todas as suas ideias e argumentos acerca da escolha. Esse tempo é necessário para tomar uma boa decisão.
Durante o dia, aproveite para refletir, pesquisar, buscar ajuda com um amigo ou familiar, conversar com o seu terapeuta ou simplesmente se distrair. É durante a noite, no sono, que o seu subconsciente será capaz de reavaliar tudo o que foi visto durante o dia.
Depois de alguns dias, a análise de sua decisão será mais profunda.
10. NÃO OLHE A DECISÃO COMO UM TODO
É muito difícil avaliar uma situação por cima, sem a profundidade devida. Por isso, evite olhar a decisão como um todo. Se necessário, divida-a em pequenas partes para olhar cada uma delas.
Dessa forma, torna-se possível considerar de maneira mais prática todos os prós e contras que essa decisão tem. Isso facilita bastante a sua escolha.
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Quando você escolhe não é um impulso, mas algo que já foi planejado sem que se perceba
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