Justiça decide afastar Flordelis do cargo de deputada federal do RJ
Desembargadores atenderam ao pedido do Ministério Público que afirmou que a ré poderia usar o cargo para interferir no processo
- RIO DE JANEIRO | Raíza Chaves, do R7*
Flordelis é acusada de mandar matar o marido Anderson do Carmo
Por unanimidade, a 2ª Câmara Criminal julgou favorável nesta terça-feira (23) o recurso do MPE (Ministério Público do Estado) que pede o afastamento de Flordelis da função pública de deputada federal pelo TJ-RJ (Tribunal da Justiça do Rio de Janeiro).
Com a decisão favorável ao pedido do MPE, vai ser remetido à Câmara dos deputados, para dizer aceita ou não a decisão do tribunal do Rio. Se a câmara entender pela manutenção, a parlamentar será afastada imediatamente do cargo por até um ano.
Durante a sessão realizada por videoconferência o advogado, assistente de acusação, Angelo Máximo, defendeu o pedido de afastamento da parlamentar ao citar os vídeos publicados por Flordelis nas redes sociais, a tentativa em entrar no presídio para visitar o filho Lucas, além das ameaças sofridas no decorrer das audiências.
“Fica claro o uso do cargo, do poder público, da ré Flordelis de se esquivar da responsabilidade de ser mandante do crime”, disse.
Já o advogado da deputada federal Flordelis, Anderson Rollemberg defendeu a cliente em um dos casos citados afirmando que “a carteirinha para visitar os filhos no presidío foi com base em toda a procedibilidade do Detran e que o próprio Detran pode informar ao judiciário”.
Segundo os procuradores, a parlamentar deve ser afastada do cargo até o julgamento, pelo prazo máximo de até um ano, pois a ré poderia usar o cargo para interferir no processo.
No documento, o promotor cita o depoimento de Regiane Ramos Rabello, que relatou à Justiça o atentado sofrido com a explosão de uma bomba em seu quintal.
Regiane é testemunha nos processos criminais relativos a Flordelis. Segundo ela, o atentado ocorreu após os advogados dela terem acesso às oitivas de Lucas dos Santos, filho da parlamentar e réu no processo que investiga a morte de Anderson do Carmo.
*Sob supervisão de Odair Braz Jr.
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