sexta-feira, 21 de agosto de 2020

CÂMARA DOS DEPUTADOS MANTEM O VETO PRESIDENCIAL DE REAJUSTES DOS SERVIDORES ATÉ 2021

 

Economia comemora veto a reajuste de servidores, diz que derrubada traria "graves consequências"

 

 

 

© Reuters Plenário da Câmara dos Deputados

SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério da Economia comemorou a decisão da Câmara dos Deputados de manter o veto do presidente Jair Bolsonaro à concessão de reajuste a servidores públicos, afirmando que uma derrubada traria "graves consequências".

A ação da Câmara na quinta-feira, que evita um impacto superior a 120 bilhões de reais nas contas públicas, foi tomada depois que o Senado votou no dia anterior pela derrubada da proibição, em uma derrota para o governo.

"A possível derrubada traria graves consequências para as contas públicas, em especial de Estados e municípios. O Ministério da Economia parabeniza todos os deputados envolvidos na manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro...", afirmou o ministério em nota na noite de quinta-feira.

"Neste momento importante da democracia, é preciso elogiar, da mesma forma, os senadores que votaram favoravelmente à manutenção do veto, apesar do resultado negativo", completou.

Encarada como um teste da base que o presidente Jair Bolsonaro tenta construir no Congresso, a votação do veto ocorreu após forte mobilização que contou com a participação do governo, de lideranças e também do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O Ministério da Economia agradeceu a Câmara dos Deputados pela manutenção do veto que impede a concessão de reajustes a servidores públicos até o fim de 2021. Em nota, a pasta também elogiou os senadores que votaram nessa 4ª (19.ago.2020) pela manutenção do veto, mas foram derrotados.

Segundo o ministério, uma eventual derrubada do veto teria impacto fiscal relevante nas contas públicas, principalmente dos governos locais.

O Ministério da Economia parabeniza todos os deputados envolvidos na manutenção do veto do presidente Jair Bolsonaro, que impediu temporariamente a concessão de reajustes a servidores. A possível derrubada traria graves consequências para as contas públicas, em especial de estados e municípios. Neste momento importante da democracia, é preciso elogiar, da mesma forma, os senadores que votaram favoravelmente à manutenção do veto, apesar do resultado negativo”, destacou o ministério em nota.

ARTICULAÇÃO

Em sessão do Congresso nessa 5ª feira (20.ago) à noite, a Câmara manteve o veto por 316 votos a favor e 165 contra. Como 1 veto precisa ser derrubado pelas duas Casas, a decisão do Senado, que havia derrubado o veto, não terá nenhum valor.

O congelamento do salário dos servidores tinha sido pedido pelo governo como condição para o pacote de ajuda de R$ 135 bilhões aos Estados e municípios afetados pela pandemia do novo coronavírus. O Congresso, no entanto, tinha aprovado 1 destaque que excluía categorias na linha de frente ao enfrentamento à covid-19, como profissionais da saúde, da segurança pública, da educação, de carreiras periciais, de limpeza urbana e de serviços funerários.

O presidente Jair Bolsonaro vetou a lista de exceções, acarretando o congelamento dos salários do serviço público em nível federal, estadual e municipal até dezembro de 2021. Ficaram de fora da restrição, no entanto, os aumentos aprovados antes do estado de calamidade pública, como o concedido aos militares das Forças Armadas.

Ao derrubar o veto, a maioria dos senadores entendeu que os profissionais da linha de frente atuaram direta ou indiretamente no combate à pandemia, mantendo serviços básicos e essenciais durante o confinamento. Por isso, justificaram a derrubada afirmando que esses profissionais merecem ter o reajuste previsto, a despeito da crise econômica. A manutenção do veto pela Câmara exigiu a articulação do governo com os deputados.

 

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