Máscaras mais
eficazes: pesquisas inovam equipamento de proteção incorporado ao nosso dia a
dia
Luisana Gontijo
Máscara de óxido de grafeno pode vir a ser uma
alternativa segura e acessível para os brasileiros
Consideradas
essenciais na luta contra a pandemia de Covid-19, capazes de ajudar a evitar o
contágio pelo novo coronavírus, as máscaras já são itens de uso obrigatório em
várias cidades brasileiras, como Belo Horizonte, por exemplo.
E elas podem vir a
ser exigidas em todo o país, segundo projeto de lei aprovado há poucos dias na
Câmara dos Deputados, que segue para avaliação do Senado e, sendo ratificado na
Casa, dependerá apenas da sanção do presidente da República para entrar em vigor.
A norma prevê o uso de máscaras em espaços públicos, transporte coletivo e
locais privados acessíveis ao público, e estabelece multa de R$ 300 para quem
descumpri-la.
Tudo indica que as
máscaras deverão ser incorporadas ao nosso vestuário por um bom tempo, até que
a infecção pelo novo coronavírus deixe de ser uma ameaça.
Este cenário
impulsiona uma infinidade de pesquisas em busca de novas tecnologias, novos
materiais, que resultem em máscaras mais resistentes, que protejam melhor e, se
possível, mais baratas e acessíveis a um número maior de pessoas.
Tecnologia
Um desses estudos, desenvolvido aqui no Brasil, propõe o uso do óxido de grafeno na produção de máscaras de proteção. Nanomaterial oriundo do grafite, o grafeno é 200 vezes mais resistente do que o aço e tem espessura menor do que a de um átomo, sendo apontado como um dos materiais com maior capacidade de revolucionar a tecnologia nos dias atuais.
Tecnologia
Um desses estudos, desenvolvido aqui no Brasil, propõe o uso do óxido de grafeno na produção de máscaras de proteção. Nanomaterial oriundo do grafite, o grafeno é 200 vezes mais resistente do que o aço e tem espessura menor do que a de um átomo, sendo apontado como um dos materiais com maior capacidade de revolucionar a tecnologia nos dias atuais.
Diante disso, o
pesquisador Gabriel Estevam Domingos, coordenador do estudo sobre o uso do
grafeno na confecção de máscaras, acredita que o novo equipamento de proteção
individual poderá atingir 99,9% de eficácia na prevenção da Covid-19.
“O vírus (Sars-CoV-2)
mede 50 a 200 nanômetros de diâmetro. As propriedades nanométricas do grafite
permitem deixar a máscara permeável ao ar e retentiva à Covid-19”, explica
Estevam, que é diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Ambipar, em Nova
Odessa, interior de SP.
A proposta inicial,
segundo ele, é produzir quantidade razoável de protótipos da nova máscara até o
fim do ano e testar ergonomia, resistência e eficácia na retenção de
vírus.
Acesso
Estevam diz acreditar que, além da eficácia, a máscara de óxido de grafeno poderá ter preço acessível no futuro. “Primeiro, vamos atuar com pessoas da área da saúde e que fazem serviços de descontaminação, afinal, a segurança desses profissionais é fundamental. Ainda mais quando vemos notícias do alto número de profissionais da saúde contaminados no exercício de suas funções frente à pandemia”, pondera.
Acesso
Estevam diz acreditar que, além da eficácia, a máscara de óxido de grafeno poderá ter preço acessível no futuro. “Primeiro, vamos atuar com pessoas da área da saúde e que fazem serviços de descontaminação, afinal, a segurança desses profissionais é fundamental. Ainda mais quando vemos notícias do alto número de profissionais da saúde contaminados no exercício de suas funções frente à pandemia”, pondera.
Em seguida,
prossegue, a intenção é facilitar o acesso da tecnologia principalmente a
pessoas que estão no grupo de risco, além das que estão em classes sociais
menos favorecidas. “Nem que seja necessário buscarmos o fomento de subsídios
por parte dos nossos gestores públicos e agências de fomento à inovação”,
admite.
Atualmente, segundo
o pesquisador, o trabalho está mais concentrado em esforços para a produção da
matéria prima (óxido de grafeno), já que, apesar de o Brasil ser um dos países
com mais reservas de grafeno e liderar pesquisas sobre o uso do nanomaterial em
diversos segmentos industriais, ainda não é possível comprá-lo em grande
escala.
Palavra do
especialista
Antes desta pandemia
de Covid-19, lembra a médica infectologista Carolina C. Ponzi, o uso de
máscaras era mais comum dentro de estabelecimentos de saúde, para proteção dos
profissionais que ali atuavam. O que ocorre hoje, pondera ainda, é o uso mais
generalizado desses Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), para proteger
os outros e para proteger o ambiente.
As máscaras de
tecido que a população em geral tem usado, avalia a infectologista, diminuem a
chance de infecção, mas não têm um poder de filtração tão bom quanto as
máscaras profissionais. “Mas, se eu uso e você usa, a saliva que a gente joga
no ambiente vai ser muito menor, se não zero”, frisa Carolina Ponzi.
Ela lembra que
alguns países têm culturalmente esse hábito de usar máscaras, os asiáticos,
principalmente, por poluição e porque surtos de gripes aviárias costumam
começar por lá. Se vai ser uma coisa perene ou não por aqui, é difícil dizer,
segundo ela. “Até que se tenha uma vacina eficaz e que grande parte da
população mundial seja imunizada, pode ser que a gente continue usando máscara.
E talvez o uso seja mantido para ambientes mais restritos, como voos, em
ônibus. Os vírus de transmissão respiratória sempre ocorreram e sempre vai
haver surtos”, enfatiza a infectologista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário