Covid-19: Bolsonaro é
denunciado pela OEA e ONG Humans Right Watch
© agência Brasil
O governo de Jair Bolsonaro segue colecionando polêmicas a
nível internacional. Depois da Corte Penal Internacional, denúncias contra
Bolsonaro chegaram à Organização dos Estados Americanos (OEA) e à ONG Humans
Right Watch, ligada às questões ambientais no planeta. A política de abrir mão
do isolamento social durante o período de pandemia do coronavírus está entre os
principais aspectos criticados pelos órgãos.
Lideranças de organizações e órgãos brasileiros que atuam na defesa dos
direitos humanos foram ouvidas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos
(CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA). Por meio de uma reunião
virtual que durou pelo menos duas horas, foram relatadas violações que o
governo Bolsonaro vem cometendo contra a sociedade brasileira, especialmente
populações mais pobres e vulneráveis, no contexto da pandemia da COVID-19.
Entre as questões relatadas, estão os efeitos da omissão, da
desinformação e do negacionismo em relação à gravidade da doença que pôs o
mundo em quarentena e de uma política que elegeu a economia em detrimento da
saúde e da vida. Bolsonaro vem contrariando as orientações das autoridades de
saúde e aparecendo em manifestações que defendem seu governo.
Já a Humans Right Watch denunciou o governo federal em
virtude do desmatamento ilegal na Amazônia. A ONG enfatizou que o presidente
suspendeu as multas por desmatamento desde outubro de 2019 depois de um decreto
emitido por Bolsonaro para definir novas regras no pagamento das infrações.
Segundo a Humans,o governo está sabotando o trabalho dos
fiscais do Ibama, já que apenas cinco multas por crimes ambientais foram
cobradas desde outubro. Por outro lado, os alertas em tempo real do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram um aumento de 53% na área
desmatada na região amazônica entre outubro de 2019 e abril de 2020, comparado
com os alertas no mesmo período de 2019.
"Os agentes ambientais têm trabalhado com afinco –
frequentemente expondo-se a riscos consideráveis – para fazer cumprir o Estado
de Direito e as leis ambientais do Brasil, mas veem seus esforços sabotados
pelo governo Bolsonaro", disse a diretora da Human Rights Watch no Brasil,
Maria Laura Canineu.
Segundo as novas regras, um núcleo de conciliação ambiental
pode oferecer descontos ou declarar nulo o auto de infração. O Ministério do
Meio Ambiente estabeleceu ainda a suspensão dos prazos para pagar essas multas
até que a audiência de conciliação seja realizada. Segundo a ONG, a grande
maioria dos infratores não fazia o pagamento, mas apresentava recursos
protelatórios para conseguir a prescrição da multa. Agora, os fiscais notificam
os infratores sobre uma audiência que pode nunca ocorrem, na prática.

Nenhum comentário:
Postar um comentário