Guedes sugere “passaporte de imunidade” na “2ª onda” de impacto da
covid-19
Hanna Yahya
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Sérgio Lima/Poder360 Ministro Paulo Guedes (Economia) durante anúncio de
medidas para combater o impacto econômico da covid-19
O ministro Paulo Guedes (Economia) disse que o
Brasil passará por uma 2ª onda do impacto do coronavírus –a 1ª de saúde e esta
outra, econômica. Sugeriu que, para lidar com essa nova etapa, o país deverá
utilizar 1 “passaporte de imunidade”.
Segundo Guedes, haverá “testes em massa”, o
que possibilitará que 1 número maior de pessoas saiba se está ou não com a
doença. Dessa forma, quem não estiver com o vírus, poderá circular. “Tem
o passaporte de imunidade. Está negativo? Pode circular. As pessoas vão sendo
testadas semanalmente. Quem estiver livre [do vírus], continua
trabalhando normalmente.”
Guedes disse que conversou com “1 amigo”,
residente no Reino Unido, que se dispôs a dar para o Brasil 40 milhões de
testes por mês. A proposta já foi comunicada ao ministro Henrique Mandetta
(Saúde), disse Guedes.
A declaração foi feita em videoconferência promovida
pela CNDL (Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas). Participaram representantes
do IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo), da CACB (Confederação das
Associações Comerciais e Empresariais do País), da Abrasce (Associação
Brasileira de Shopping Centers), entre outras. Leia aqui a lista completa.
Assista ao vídeo completo (2h34min):
completa. Assista ao vídeo completo (2h34min):
Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de Privacidade)
O ministro foi questionado por 1 dos representantes do setor sobre o
fim das recomendações de isolamento social no país. Guedes afirmou que não sabe
se durará 1 mês ou 2 meses, mas que “vale o que a ciência diz”.
Voltou a citar a “2ª onda”: “O presidente já deu alerta que a 2ª onda
está vindo. Em vez de vir com negação, que só saúde é importante, sabemos que a
2ª onda está aí e temos que estar preparados”, afirmou.
FERIADOS NACIONAIS
O chefe da pasta da Economia foi questionado por 1 dos varejistas sobre
a possibilidade de antecipar os feriados nacionais para o período de
quarentena. A iniciativa já está na MP 927 de 2020, editada
pelo governo em 22 de março. Respondeu que achava uma “excelente
sugestão” e informou que já havia tomado a atitude – mas não detalhou
a medida.
“Depois desse período, o Brasil seria reaberto, poderíamos sair para
trabalhar. Já estamos passando os sábados e os domingos juntos. Nós vamos
precisar disso, do comércio funcionando nos feriados quando essa fase passar,
até do ponto de vista de uma ressurreição espiritual”, disse.
“CULTURA DO CALOTE”
O ministro disse que a crise provocada pelo coronavírus não deve
estimular uma “cultura do calote” no país. Aos varejistas, afirmou que é
preciso “manter a economia brasileira respirando e oxigenada”. “Não
podemos cair na atração fatal da inadimplência, da falta de pagamento, da
moratória, do vale-tudo. Isso descontinua a rede nacional de pagamentos.”
Em algumas ocasiões, dirigia mensagens à população. Pediu que os
brasileiros não deixem de pagar as contas para evitar “destruir,
descapitalizar e descontinuar” os serviços.
Aos varejistas, defendeu a retirada dos encargos trabalhistas. Disse que
são “armas de destruição em massa de empregos”. Também sugeriu a
retirada de outros impostos “disfuncionais”.
BANCO CENTRAL
Guedes relembrou as recentes medidas econômicas tomadas pelo governo nas
últimas 3 semanas –que, segundo ele, já chegaram a casa dos R$ 800 bilhões.
Afirmou que foi lançada uma “camada de proteção aos mais frágeis”. Mas
avisou que o Banco Central liberará mais recursos para que instituições
financeiras deem mais crédito ao mercado.
O chefe da pasta de Economia disse que o BC avalia liberar crédito ao
varejo pelas “maquininhas”.
“Tanto os aplicativos quanto as maquininhas são viáveis e já estamos
estudando. E eu sei que BC está conversando. Tem falado com o Caffarelli da
Cielo [CEO], 1 outro da Rede e outro da PagSeguro. Estamos conversando com
essa turma toda. A ideia do Banco Central é sair do cercadinho, não ficar só
negociando com os bancos, abrindo para outros canais”, declarou.
De acordo com Guedes, há a possibilidade do BNDES aumentar para R$ 300
milhões a linha de capital de giro.
“DINHEIRO NA PONTA”
A expressão foi bastante usada pelo ministro da Economia durante a
videoconferência com os varejistas. Afirmou que os recursos disponibilidades
por bancos estão “empoçados no sistema financeiro” e que, agora, o
governo está “dando dinheiro na veia, direto para as empresas”. E
complementou: o dinheiro deve “sair de Brasília” e ir “onde
o povo está“.
Segundo Guedes, o governo está se preocupando 1º com os mais “vulneráveis”. “Os
R$ 98 bilhões do programa para informais e microempresários são mais do que
o [orçamento] discricionário de 2020″.
TRÊS PODERES
O ministro elogiou o trabalho dos congressistas em relação aos projetos
que vêm sendo discutidos nas Casas legislativas. Mas alertou sobre 1
possível “ativismo regulatório”. Disse que conversa com deputados e
senadores para “resistir a tentação de fazer 1 pequeno conserto que, na
verdade, vai destruir” o futuro.
Também elogiou a atuação do STF (Supremo Tribunal Federal). “O
protocolo da crise está sendo seguido. Os presidentes dos Poderes estão se
entendendo”. Afirmou que o governo trocou seu “eixo de
atuação“. Antes, estava focado nas reformas estruturantes. Agora, o
objetivo são as medidas emergenciais.
Disse que estar seguindo as determinações do Ministério da Saúde.
Afirmou que bloqueou todas as exportações de produtos médicos e hospitalares,
além de ter travado em aeroportos máscaras, ventiladores pulmonares, remédios e
outros produtos médicos hospitalares. Também citou a retirada das alíquotas de
importações de álcool gel, máscaras e respiradores.
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