Regras do impeachment nos EUA permitem até prisão a senador que
conversar
Ighor Nobrega
©
Geraldo Magela/Agência Senado Durante sessão do impeachment no Senado
brasileiro, enquanto alguns discursavam, outros levantavam placas e discutiam
O processo de impeachment do presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, encaminha-se para a conclusão. Duas semanas depois de a
presidente da Câmara, Nancy Pelosi, enviar o inquérito para o Senado, restam apenas duas fases
para a votação final que decidirá se o republicano será deposto ou não.
A partir desta 6ª feira (31.jan.2020), começam os
pedidos de documentos e da convocação de testemunhas adicionais –etapa que
requer a aprovação dos senadores por maioria simples. Depois, restará apenas a
votação, em plenário, das acusações contra Trump.
Rápido, rígido, organizado e disciplinado. Assim é
o trâmite do processo de impeachment nos EUA. O cenário visto na Câmara e no
Senado durante a condução do processo em nada remete ao que foi visto no Brasil
em 2016, quando a então presidente da República, Dilma Rousseff, foi deposta.
No Congresso norte-americano, os senadores –que
atuam como jurados no julgamento do presidente– não podem conversar, comer e
nem mesmo levar celulares para o plenário. Além disso, os democratas Bernie
Sanders, Elizabeth Warren, Amy Klobuchar e Michael Bennet, pré-candidatos à
Casa Branca, foram obrigados a interromper suas campanhas.
Em Brasília, só não era permitido ficar sentado. Os
senadores –e também os deputados, nas fases anteriores– levaram cartazes,
placas, camisas do Brasil e até confetes no processo contra Dilma. Na Câmara,
os congressistas levaram 6 horas para responder sim ou não –com alguns
complementos dispensáveis– em uma votação via microfone.
A votação em Washington é bem diferente. Nas duas
Casas do Capitólio, a votação é eletrônica e cronometrada. Um painel mostra em
tempo real os votos de cada congressista. São 6 horas de debates organizados
que antecedem a votação final.
Já durante a fase de argumentos da defesa e da
acusação, os senadores não podem nem sequer falar com o presidente da Suprema
Corte, “sob pena de prisão“. A imprensa também tem fortes restrições:
jornalistas não podem transitar nos corredores de acesso aos congressistas 15
minutos antes e depois das sessões presididas por John Roberts.
Essas são apenas algumas diferenças entre o
processo norte-americano e o brasileiro. O Poder360 preparou 1
infográfico com as disparidades entre o processo nos 2 países durante o
inquérito de impeachment.
Nenhum comentário:
Postar um comentário