Ministério da Educação anuncia saída do Mercosul
Isabela Palhares
© Dida Sampaio/Estadão Ministro da educação,
Abraham Weintraub
SÃO PAULO - O Ministério da
Educação (MEC) anunciou nesta sexta-feira, 29, que o setor
educacional do Brasil não vai mais fazer parte do Mercado Comum do Sul (Mercosul) . Segundo o ministro Abraham Weintraub,
a decisão de sair do grupo foi tomada após avaliação de que os investimentos
nos últimos anos não geraram "resultados concretos".
“Após 28 anos, não há resultados concretos e
objetivos para a gente mostrar e a despesa e o custo foi grande”, afirmou o
ministro que disse estimar o "gasto de R$ 30 milhões com as
reuniões".
O Setor Educacional do Mercosul foi criado em
dezembro de 1991 como um espaço para que os países membros e associados
pudessem articular políticas educacionais, estimular a mobilidade e o
intercâmbio. Entre as ações que foram desenvolvidas pelo grupo nos últimos anos
estão programas que facilitam o intercâmbio de estudantes e professores,
acreditação de diplomas de graduação e pós-graduação.
O Estado apurou que a decisão de saída não
foi embasada por nenhum estudo ou análise sobre a participação do Brasil no
grupo. A medida teria motivação ideológica.
Segundo a pasta, as parcerias iniciadas serão
mantidas sem prejuízo às partes como, por exemplo, o reconhecimento da
equivalência dos estudos no âmbito da educação básica de alunos que estudam
fora do país e que são pertencentes ao bloco assim como o sistema de
acreditação de cursos de graduação do Mercosul (ARCU-SUL). Os bolsistas também
terão o benefício mantido.
A saída significa que o Brasil deixa de participar
das reuniões do bloco e passa a ter relações e acordos bilaterais na área.
O governo brasileiro ressalta que não está rompendo
relações com os países vizinhos. O diálogo permanece e futuros acordos, que
tragam entregas efetivas, poderão ser firmados bilateralmente como por exemplo
a implementação do bilinguismo nas escolas.
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