Ex-prefeito de
Nova York quer disputar presidência dos EUA em 2020
Agência Brasil
O bilionário e
ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciou hoje (24) a sua
candidatura às primárias do Partido Democrata, com o objetivo de derrotar o
republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de 2020.
"Concorro à
presidência para derrotar Donald Trump e para reconstruir a América. Não
podemos permitir mais quatro anos de ações imprudentes e antiéticas do
presidente Trump", disse Bloomberg, num comunicado de sua equipa de
campanha.
Ele já tinha
descartado, no ano passado, uma corrida presidencial em 2020, mas depois de
consultas com figuras proeminentes do Partido Democrata, reconsiderou e
apresentou, na quinta-feira, os documentos necessários para se candidatar às
eleições primárias.
Bloomberg, de 77
anos, sublinha a preocupação em anular a possibilidade de uma reeleição de
Trump como explicação para a sua candidatura, no momento em que as eleições
primárias no Partido Democrata entram numa fase crucial, com a aproximação dos
primeiros embates, em fevereiro, nos estados do Iowa, New Hampshire, Nevada e
Carolina do Sul.
"Se ele (Trump)
conseguir outro mandato, nunca poderemos nos recuperar dos danos. Os sinais não
poderiam ser mais visíveis. Temos de vencer estas eleições. E devemos começar a
reconstruir a América. Acredito que, com a minha experiência em negócios,
governo e filantropia, conseguirei ganhar", disse, numa referência à sua
carreira no mundo das finanças.
Michael Bloomberg foi um dos prefeitos mais elogiados pelos moradores da
Big Apple
Falta de confiança
Segundo os
assessores, a decisão de Bloomberg explica-se pela falta de confiança nos 17
candidatos que concorrem nas primárias do Partido Democrata, mencionando a
falta de firmeza do ex-vice-presidente Joe Biden, as propostas radicais de
Bernie Sanders e as incertezas que rodeiam a senadora Elizabeth Warren, os três
candidatos democratas mais bem posicionados para as eleições presidenciais de
2020, segundo as mais recentes sondagens.
A declaração de
candidatura enfatiza que Bloomberg não aceitará donativos, que ele financiará
pessoalmente a sua campanha, tal como fez nas três vezes em que venceu as
eleições para prefeito de Nova York, tirando proveito da sua riqueza avaliada
em mais de 50 mil milhões de euros.
Bloomberg, que
chegou a pertencer ao Partido Republicano, tornou-se independente e, em 2018,
inscreveu-se no Partido Democrata, admitiu uma candidatura presidencial em
2016, mas recuou para apoiar Hillary Clinton na corrida que acabaria por perder
contra Donald Trump.
No ano passado, o
empresário voltou a admitir uma candidatura presidencial em 2020, mas estancou
a sua decisão, após uma análise de estudos de mercados que revelava uma forte
posição do ex-vice-presidente de Barack Obama, Joe Biden.
Dentro do Partido
Democrata, os apoios têm surgido de vários setores, incluindo os que estiveram
ao lado de Hillary Clinton, em 2016.
Os analistas
consideram que uma candidatura de Bloomberg nesta altura significará um
risco acrescido para as ambições de Joe Biden, pela proximidade de campos
ideológicos e programáticos entre os dois.
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