O Brasil cada vez mais longe da meta
Felipe Mendes
O
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem reiterado que o Brasil está
avançando a passos largos para cumprir suas metas em relação a mudanças
climáticas. Mas essa não é a conclusão do Observatório do Clima (OC).
Com
base nos dados do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa
(SEEG), o País não deverá cumprir sequer a meta imposta para 2020 na Política
Nacional sobre Mudança do Clima e tampouco detém instrumentos de governança
para cumprir com os números projetados para 2025 no Acordo de Paris.
Na
melhor das hipóteses o Brasil terminará 2020 com emissões de carbono 2,3%
maiores do que o compromisso menos ambicioso da política nacional. Por ter base
nas emissões de 2017, não foi considerado o aumento de 8,5% no desmatamento da
Amazônia em 2018 e a devastação ainda não computada de 2019.
Uma pedra no caminho
•
A Política Nacional sobre Mudança do Clima, de 2009, tornou lei um compromisso
voluntário assumido pelo Brasil naquele mesmo ano, na conferência do clima de
Copenhague, de chegar a 2020 com redução de suas emissões entre 36,1% e 38,9%
•
Era a primeira vez que um país emergente admitia compromissos de redução de
emissões. O governo brasileiro assumiu que, entre 2009 e 2020, o PIB nacional
cresceria 5% ao ano e que a demanda adicional por energia seria suprida por
combustíveis fósseis
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A projeção resultante dessas premissas era a de uma emissão de 3,236 bilhões de
toneladas de CO2 equivalente em 2020. O esforço naciona seria de chegar a 2020
emitindo algo entre 2,068 bilhões de toneladas (36,1% de redução) e 1,977
bilhão de toneladas (38,9% de redução)
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