Posições do novo premiê britânico sobre Irã, Trump, Huawei e economia
Por Kylie MacLellan
© Reuters/HANNAH MCKAY Boris Johnson do lado de
fora do seu escritório em Londres
Ex-secretário das Relações Exteriores do Reino
Unido, Boris Johnson foi eleito líder do governista Partido Conservador nesta
terça-feira e tomará posse como primeiro-ministro quando Theresa May entregar o
cargo, na quarta-feira.
Como a campanha pela liderança foi praticamente
dominada pela saída britânica da União Europeia, Johnson não revelou muito
sobre políticas firmes, mas abaixo estão algumas de suas posições em temas
centrais.
IRÃ
Johnson disse que, embora o acordo nuclear de 2015
esteja parecendo "cada vez mais frágil" e seja preciso encontrar
maneiras de deter o "comportamento perturbador" do Irã, o caminho
certo a seguir é engajar-se com os iranianos e tentar persuadi-los a não buscar
um programa de armas nucleares.
Até agora ele deu poucos sinais de se aproximar da
abordagem mais rígida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo,
em vez disso, que concorda com a postura adotada por países europeus para
incentivar uma volta à diplomacia. Ele disse que atualmente não apoiaria uma
ação militar.
HONG KONG
Quando protestos irromperam na ex-colônia britânica
no início deste mês em repúdio a um projeto de lei de extradição, e houve a
seguir uma guerra de palavras entre o Reino Unido e a China, Johnson disse à
Reuters que o povo de Hong Kong está "no seu direito de estar muito
cético, muito apreensivo" com a legislação.
HUAWEI
Uma decisão final sobre a inclusão ou não da
chinesa Huawei na rede de telecomunicações 5G britânica travou com a saída de
May. Johnson disse que, embora possa haver benefícios consideráveis dos
investimentos de outros países, não comprometeria a infraestrutura de segurança
nacional de sua nação.
RELACIONAMENTO COM OS EUA
Johnson está determinado a manter um relacionamento
forte com os EUA, e a mídia britânica noticiou que ele cogita uma visita a
Trump no início de seu governo.
A relutância em antagonizar Trump ficou evidente no
começo deste mês, quando ele preferiu não defender o embaixador do Reino Unido
em Washington depois que memorandos diplomáticos nos quais o enviado Kim
Darroch descreveu o governo Trump como "inepto" foram vazados a um
jornal.
ECONOMIA
Johnson prometeu gastar bilhões de libras em
serviços públicos, infraestrutura e cortes de impostos, além de elevar os
gastos com educação, transporte, banda larga superveloz e policiamento e
defender o fim do congelamento salarial do setor público.
Ele disse que utilizará a "brecha fiscal"
de 27 bilhões de libras que se acumulou nas finanças públicas, referindo-se à
diferença entre a meta do governo para o déficit orçamentário e seu tamanho
projetado.
CORTES DE IMPOSTOS
Johnson afirmou haver espaço para cortar impostos e
prometeu elevar o nível sobre o qual a taxa de imposto de renda mais elevada
incide. Ele também disse que o país deveria cortar os impostos corporativos,
mas indicou que as gigantes de internet podem ser forçadas a pagar mais.
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