Cautela no mercado
Coluna Esplanada – Leandro Mazzini
Com a economia
brasileira patinando, segue em baixa a atratividade para investidores
estrangeiros. Para tentar conquistar empresários de outros países, o governo
reduziu o prazo – de 45 para apenas três dias – para a abertura de uma filial
no Brasil. A mudança, por enquanto, não surtiu efeito. À Coluna, o Ministério
da Economia e a Receita Federal informaram que neste ano só nove multinacionais
foram abertas. A Receita aponta ainda não ter informação de quantos pedidos
foram feitos. Recentemente, o Banco Central informou que o país recebeu US$
2,19 bilhões em investimento estrangeiro direto em junho, queda de 68,4% em
relação ao mesmo mês do ano passado.
A conferir
As evidências
investigadas pela Polícia Federal apontam para crime passional no assassinato
do cacique Emyra Wajãpi, no Amapá. Não houve contato com garimpeiros.
Alô? Alô!?
A Oi, que cuida dos
aparelhos no DF, desinstalou os orelhões dos principais shoppings de Brasília.
Quem fica sem bateria de celular, ou é assaltado, não tem opção de contato.
Sinais
Um trecho forjado no
Planalto sobre o saque do FGTS dá sinais de que, num cenário favorável, o
governo vai extinguir o fundo. Na MP 889, o texto o classifica como “encargo
trabalhista, que onera o emprego formal e desestimula novas contratações”
Criptografados 1
O presidente Jair
Bolsonaro e ministros palacianos – assim como outros importantes membros civis
e militares do governo – correrão perigo por conta própria se insistirem em
utilizar contas de e-mail de provedores estrangeiros ou aparelhos celulares
para conversas mais reservadas e de segurança nacional. O alerta já foi dado
desde janeiro.
Criptografados 2
Fato é que a Agência
Brasileira de Inteligência desenvolveu, no governo Dilma Rousseff, o Cripto-Gov
e o C-Gov. São softwares de alta complexidade, que blindam as mensagens de computador
e os telefones entregues pela Abin ao grupo. Se o presidente e ministros
confiam ou não nos agentes, é outra história. Mas o serviço funciona.
Da janela
Ninguém no Planalto
ainda mensurou o tamanho do estrago da verborragia espontânea de Bolsonaro nas
últimas semanas (“governadores paraíbas”, “beneficiar meu filho, sim”, “como
seu pai morreu”, etc.). O que se tem certeza é que os movimentos de apoio nas ruas
estão sumindo. O MBL já se calou, para sobrevivência do deputado federal Kim
Kataguiri, seu líder. E o ‘Vem pra rua’ ainda não saiu dos quartos.
Dois tempos
O tempo da Justiça
foi cruel com Lula da Silva, mas tem sido generoso com o empresário milionário
Eduardo Queiroz. Condenado à prisão pela Justiça Federal em janeiro de 2018,
por gestão fraudulenta décadas atrás em banco de fomento estatal, o processo
não chegou às mesas dos desembargadores do TRF de Pernambuco. E lá se vão 19
meses.
Sem memória
Outra peça surreal
do Brasil sem memória: Há um ano moradores da pacata São Bento do Sapucaí (SP)
veem o malfeito público com o saudoso filho mais ilustre. Em duas canetadas, o
prefeito Ronaldo Rivelino excluiu o nome de Plínio Salgado de uma praça, e
extinguiu a semana cultural em homenagem ao jornalista e ex-deputado.
Bem perto
O cineasta Dado
Galvão, que há anos, sob suas lentes, realiza uma incansável busca pela verdade
sobre a decadência da Venezuela, vestiu-se de padre para entrar na Venezuela e
filmar as mazelas do povo. Virá a Brasília, a convite do deputado Leur Lomanto
(DEM-BA), para narrar sua saga na fase mais recente de sua ‘Missão Ushuaia’.
TáxiGov
O Ministério da
Economia concluiu o pregão eletrônico para contratação de serviço de transporte
de servidores no Rio de Janeiro e região metropolitana. A Cooparioca venceu
licitação com o preço de R$ 2,89 por quilômetro rodado, 10% inferior ao máximo
estimado de R$ 3,21. O serviço já é utilizado no Distrito Federal e será
implementado em São Paulo nos próximos meses. A pasta quer economizar 48% dos
gastos atuais.
Para esquecer
Erra Felipe Santa
Cruz, da OAB, em acusar Sérgio Moro de ser chefe de quadrilha. Numa posição
pessoal, não da Ordem. Erra o presidente Bolsonaro, na vendeta, ao insinuar
sobre morte do pai do advogado, no regime militar. Baixam muito o nível do
debate. Ambos maus exemplos nesses episódios.
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