Serão liberados mais de R$ 100 bi com redução de compulsório, diz Guedes
Eduardo Rodrigues
© ANDRE COELHO/ESTADAO 'Estamos desestatizando o
mercado de crédito', disse Guedes.
BRASÍLIA - Após a liberação na
quarta-feira, 26, pelo Banco Central de R$ 16,1 bilhões em compulsórios, o ministro da
Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira, 27, que o
governo pretende liberar mais de R$ 100 bilhões desses recursos no futuro para
estimular o crédito privado.
"Nosso primeiro desafio é a
reforma da Previdência, mas faremos também a reforma tributária e o pacto
federativo. Estamos desestatizando o mercado de crédito e ontem (quarta-feira)
o Banco Central já liberou compulsórios para aumentar o crédito privado. Vão
vir mais de R$ 100 bilhões de liberação de compulsório no futuro", disse
Guedes após encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), também estava presente
no encontro.
O ministro também citou outras ações em curso no
governo. Segundo ele, uma maior competição no mercado de petróleo e gás terá
impacto não só para indústria como também no preço do botijão de gás para as
famílias.
Guedes repetiu que o governo pretende simplificar e
reduzir impostos, além de concluir o acordo entre Mercosul e União Europeia e a
adesão do Brasil à OCDE.
Sem prazo definido
Depois da fala de Guedes, o Banco Central
publicou uma nota informando que a ação relativa aos compulsórios ainda está em
curso, “sem definições de prazos ou montantes”. “O BC não antecipa decisões ou
regulações”, acrescentou a autarquia.
Segundo banco, a liberação anunciada na quarta-feira,
26, no valor de R$ 16,1 bilhões, terá efeito no dia 15 de julho deste ano.
O BC informou que a redução “estrutural” dos
compulsórios faz parte das ações da Agenda BC#, na parte do pilar de eficiência
de mercado. “O aprimoramento dos atuais instrumentos de assistência financeira
de liquidez, também previsto na Agenda BC#, nos permitirão trabalhar com um
nível de compulsórios mais baixo no futuro”, registrou o BC.
Horizonte de longo
prazo
Fontes do Ministério da Economia
explicaram ao Estadão/Broadcast que a fala de Guedes sobre a
liberação de R$ 100 bilhões de depósito compulsório se refere um “horizonte” de
longo prazo. Seria o resultado de um cenário após a implantação de um conjunto
robusto de medidas na área que viabilizem a queda do estoque, que demoram ainda
a serem implementadas.
Hoje, o estoque do compulsório é de R$ 452 bilhões.
Não é para o curto prazo, garantem as fontes. Ao afirmar que o governo pretende
liberar mais de R$ 100 bilhões desses recursos no futuro para estimular o
crédito privado, o ministro estava com esse valor na cabeça depois das medidas.
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