EUA pedem ao Reino Unido extradição de Assange
©
picture-alliance/ZUMAPRESS/R. Pinney O ativista Julian Assange, pouco depois da
sua prisão em abril deste ano
Os Estados Unidos pediram formalmente ao Reino
Unido a extradição do fundador do WikiLeaks, o ativista australiano Julian
Assange, acusado no país de espionagem e de conspiração para publicar
documentos secretos do governo americano.
Uma fonte do Departamento de Estado dos EUA
confirmou que o pedido foi apresentado na semana passada, pouco antes do fim do
prazo legal de 60 dias para que a solicitação fosse enviada às autoridades britânicas.
Assange foi preso no último dia 11 de abril após o
governo do Equador retirar o asilo político concedido a ele em 2012. O fundador
do WikiLeaks passou quase sete anos vivendo na embaixada do país em Londres
para evitar um pedido de extradição da Suécia, onde era acusado por duas
mulheres de estupro.
O ativista sempre negou as acusações, nunca foi
formalmente indiciado, mas temia ser extraditado aos EUA caso fosse entregue à
Justiça sueca.
Em maio, promotores federais americanos entraram
com uma ação contra Assange em um tribunal do estado da Virgínia. O fundador do
WikiLeaks foi acusado de ter ajudado a ex-militar Chelsea Manning a acessar o
sistema que protegia os arquivos do governo americano sem deixar rastros.
No fim do mesmo mês, o Departamento de Justiça dos
EUA ampliou a investigação e acusou Assange de ter violado a Lei de Espionagem
ao publicar os documentos secretos obtidos por Manning, um movimento visto por
críticos do governo de Donald Trump como um ataque à liberdade de imprensa
prevista na Primeira Emenda da Constituição.
Assange está em uma penitenciária do Reino Unido
cumprindo uma pena de 50 semanas de prisão por ter violado em 2012, quando se
refugiou na embaixada do Equador, as condições da liberdade provisória
estabelecidas pela Justiça da Suécia durante o caso no qual o ativista era
acusado de estupro.
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