O Brasil precisa reduzir
seus impostos
Tiago Mitraud
Nesta quinta-feira
(30) acontece o Dia Livre de Impostos, em que lojistas de diversas cidades vão
ofertar produtos com descontos equivalentes aos valores das taxas de
tributação. A iniciativa irá demonstrar como o bolso dos consumidores
brasileiros seriam poupados se não fossem os altos tributos que incidem sobre
bens e serviços no país.
O Doing Business,
estudo do Banco Mundial, aponta que os tributos recolhidos pelo governo atingem
cerca de 65% dos lucros das empresas em seu segundo ano de operação. A
arrecadação total hoje no Brasil é de quase um terço do PIB, o que nos torna o
país com a segunda carga tributária mais alta da América Latina - atrás apenas
de Cuba.
Como se já não
bastasse a alta carga, nosso sistema tributário é extremamente complexo. Também
de acordo com o Doing Business, temos o 6º pior sistema do mundo. Uma empresa
de médio porte no Brasil gasta quase 2 mil horas por ano apenas para lidar com
o pagamento de tributos, enquanto a média da América Latina e do Caribe é 330
horas (comparação feita pela OCDE). Neste quesito, estamos na última colocação
mundial.
Portanto, além de
pesar diretamente no preço final de produtos, os tributos também aumentam muito
o custo de operação das empresas, que diminuem sua produtividade ao serem
obrigadas a investir horas e horas em questões tributárias e em recursos
preciosos na contratação de advogados e escritórios de contabilidade.
Ao fim do dia, isso
significa que o próprio governo cria barreiras para quem mais pode gerar
empregos no país, dificultando a geração de renda e inibindo o crescimento
econômico. Não restam dúvidas de que, além da Previdência, outra grande reforma
que o Brasil precisa é a Tributária. A PEC 45/19, que trata desse tema, já está
em tramitação no Congresso e teve sua constitucionalidade aprovada pela
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na última quarta (22) e agora
segue para ser debatida em Comissão Especial.
A essência desta PEC
é consolidar 5 tributos em apenas 1 - os federais IPI, PIS e Confins, o
estadual ICMS e o municipal ISS se juntariam no IBS (Imposto sobre Operações
com Bens e Serviços). Desta forma, simplificaria muito nosso complexo sistema
tributário, abrindo espaço para um aumento de produtividade e oferta de emprego
no país.
Ainda precisamos de
outras mudanças para reduzir a carga tributária no Brasil, como a diminuição do
tamanho do setor público, mas este já é um grande avanço. Por ora, comemoremos
o Dia Livre de Impostos e o andamento da Reforma Tributária. Certamente já são
grandes passos para tornar nossa economia mais livre e, consequentemente, mais
próspera para todos os brasileiros.
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