Minas registra
aumento de 734% no número de casos de dengue
Cinthya Oliveira *
A dengue volta a
preocupar em Minas Gerais, que registra um aumento de 734% no
número de casos, um salto de 6.586 ocorrências nas 11 primeiras semanas
no ano passado para 54.961 em 2019. O avanço da doença é
atribuído sobretudo à volta da circulação do sorotipo 2 do vírus da
dengue.
Segundo o
coordenador do Programa de Dengue do Ministério da Saúde, Rodrigo Said,
como fazia tempo que esse sorotipo não circulava, há maior risco de uma
parcela mais significativa da população estar suscetível ao sorotipo. A
última epidemia com esse vírus da dengue aconteceu em 2002.
Sete mortes já foram
confirmadas no Estado, de acordo com balanço do Ministério da Saúde, que
contabiliza as ocorrências registradas até 16 de março. A incidência em
Minas é de 261,2 casos/100 mil habitantes, a quinta maior do país.
O coordenador
afirmou ainda que equipes do ministério acompanham a situação na região
mineira atingida pelo rompimento da barragem da Vale. Há uma preocupação
de que, com o impacto ambiental provocado pela tragédia em Brumadinho,
haja um expressivo aumento de vetores, incluindo o Aedes aegypti. De
acordo com ele, os números de dengue aumentaram na região de Betim (nesse
município, foram registrados 1.615 casos em 2019), mas, nas demais
cidades da região, os números estão estáveis.
De acordo com a
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o aumento de casos
de doenças como dengue, zika e chikungunya é realmente esperado nesta época do
ano, sendo o tempo quente e chuvoso favorável à proliferação do Aedes
aegypti. Além disso, a secretaria está atenta à região de Brumadinho, pois
como consequência de um dano ambiental, pode haver um desequilíbrio dos vetores
de transmissão de algumas doenças.
Mesmo que tenha
havido um aumento significativo no número de casos de dengue, ainda é cedo para
fazer uma realção com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, no dia 25
de janeiro, segundo a secretaria. "Ainda não é possível afirmar a existência
de uma relação entre o rompimento da barragem e o aumento no número de casos.
Além disso, ressaltamos que Brumadinho e os arredores não apresentaram, até o
momento, um aumento no número de casos que caracterizem um surto. Os números
registrados até agora encontram-se dentro da média esperada para este
ano", afirma a SES-MG.
Preocupação nacional
A dengue não
preocupa apenas a população de Minas Gerais. Em todo o Brasil, houve um
crescimento de 224% no número de casos de dengue e 62 mortes foram confirmadas
- sendo metade no Estado de São Paulo. Enquanto nas primeiras 11 semanas de
2018 o país havia registrado cerca de 62.900 casos, no mesmo período deste ano
as ocorrências subiram para 229.064. No geral, são 109,9 registros a cada 100
mil habitantes. A maior incidência está na região Sudeste: 65,4% das
ocorrências.
Mesmo com o aumento
substancial no número de ocorrências de dengue, o secretário de Vigilância em
Saúde, do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber, afirma que a situação ainda
não é considerada uma epidemia – no último ano de epidemia no país, em 2016,
foram registrados 857.344 casos da doença no mesmo período.
Segundo
ele, sistema de saúde deve estar preparado para evitar o agravamento da
situação e do número de mortes. “O Brasil vem de dois anos seguidos com baixa
ocorrência de dengue, portanto é necessário que os profissionais de saúde
estejam atentos a esse aumento de casos. É preciso que eles estejam mais
sensíveis e atentos para a dengue na hora de fazer o diagnóstico. Quanto mais
cedo o paciente for diagnosticado e der início ao tratamento, menor o risco de
agravamento da doença e de evoluir para óbito”, explica o secretário.
A chegada do verão
torna as medidas de prevenção e controle do Aedes aegypti ainda mais
relevantes. Ainda que as ações devam ser mantidas durante todo o ano, o aumento
das temperaturas, somado às chuvas características do momento, propicia a
proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Por isso,
neste período, o ideal é eliminar recipientes que podem servir para acúmulo de
água, contribuindo para a prevenção e controle das arboviroses.
Conforme explica a referência técnica do Programa Estadual de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes, Paula Figueiredo, ainda que o período seja propício para a proliferação do mosquito, algumas atitudes simples e diárias podem evitar problemas futuros.
“A participação da população é fundamental nas ações de controle do Aedes aegypti, e a melhor maneira de se prevenir das doenças é eliminar os focos que acumulam água, considerados possíveis criadouros do mosquito. São exemplos de ações importantes: manter caixas d’água vedadas, guardar pneus e garrafas em locais cobertos, manter ralos limpos e vedados e descartar adequadamente o lixo”, explica.
Entre as medidas de prevenção e controle do mosquito também está o cuidado com as calhas, evitando que folhas e sujeiras se acumulem. Os pratinhos de plantas precisam ser eliminados, além do cuidado especial com bebedouros de animais, que devem ser limpos diariamente. Também é recomendável limpar piscinas e fontes de água, bandejas de geladeira e ar condicionado.
O ciclo de reprodução do Aedes pode variar de 5 a 10 dias, passando pela fase larvária até chegar à forma adulta. É a fêmea do mosquito que deposita seus ovos na parede interna dos reservatórios e estes podem permanecer viáveis por aproximadamente um ano. Assim que o ovo entra em contato com a água, ele eclode e inicia o ciclo e, por isso, fazer vistorias detalhadas dentro de casa e nos quintais é fundamental para eliminar possíveis focos.
Dessa maneira, quando o armazenamento de água for necessário, ele precisa ocorrer de forma adequada e segura, evitando que os recipientes se tornem criadouros do Aedes. Lembrando que cerca de 80% dos focos do vetor estão dentro das residências.
Ações da SES-MG
Entre as ações executadas pelo estado de Minas Gerais, se destacam reuniões de alinhamento com as referências técnicas das Unidades Regionais de Saúde das áreas de vigilância epidemiológica, laboratorial, controle vetorial, comunicação e mobilização social, assistência, farmácia e gestão. Associado a isso, o Plano de Contingência Estadual com o monitoramento de indicadores foi revisado, além de realização de reuniões mensais do Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento das Arboviroses para planejamento de ações intersetoriais.
Conforme explica a referência técnica do Programa Estadual de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes, Paula Figueiredo, ainda que o período seja propício para a proliferação do mosquito, algumas atitudes simples e diárias podem evitar problemas futuros.
“A participação da população é fundamental nas ações de controle do Aedes aegypti, e a melhor maneira de se prevenir das doenças é eliminar os focos que acumulam água, considerados possíveis criadouros do mosquito. São exemplos de ações importantes: manter caixas d’água vedadas, guardar pneus e garrafas em locais cobertos, manter ralos limpos e vedados e descartar adequadamente o lixo”, explica.
Entre as medidas de prevenção e controle do mosquito também está o cuidado com as calhas, evitando que folhas e sujeiras se acumulem. Os pratinhos de plantas precisam ser eliminados, além do cuidado especial com bebedouros de animais, que devem ser limpos diariamente. Também é recomendável limpar piscinas e fontes de água, bandejas de geladeira e ar condicionado.
O ciclo de reprodução do Aedes pode variar de 5 a 10 dias, passando pela fase larvária até chegar à forma adulta. É a fêmea do mosquito que deposita seus ovos na parede interna dos reservatórios e estes podem permanecer viáveis por aproximadamente um ano. Assim que o ovo entra em contato com a água, ele eclode e inicia o ciclo e, por isso, fazer vistorias detalhadas dentro de casa e nos quintais é fundamental para eliminar possíveis focos.
Dessa maneira, quando o armazenamento de água for necessário, ele precisa ocorrer de forma adequada e segura, evitando que os recipientes se tornem criadouros do Aedes. Lembrando que cerca de 80% dos focos do vetor estão dentro das residências.
Ações da SES-MG
Entre as ações executadas pelo estado de Minas Gerais, se destacam reuniões de alinhamento com as referências técnicas das Unidades Regionais de Saúde das áreas de vigilância epidemiológica, laboratorial, controle vetorial, comunicação e mobilização social, assistência, farmácia e gestão. Associado a isso, o Plano de Contingência Estadual com o monitoramento de indicadores foi revisado, além de realização de reuniões mensais do Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento das Arboviroses para planejamento de ações intersetoriais.
A Secretaria de
Estado de Saúde (SES-MG) também adquiriu insumos estratégicos para
tratamentos dos pacientes com as arboviroses para dengue, zika e chikungunya
para os municípios com casos notificados. Além disso, aquisição de equipamentos
para aplicação de inseticidas e vigilância laboratorial, conforme preconizado.
Destaque, ainda, para a capacitação de equipe de referência para aplicação de inseticidas e implantação do monitoramento entomológico utilizando armadilhas (ovitrampas) para o Aedes, realizada com o objetivo de identificar áreas prioritárias para direcionar as ações nos municípios.
Cenário epidemiológico
Em 2018, até o momento (dados atualizados em 7/1/2019), Minas Gerais registrou 29.875 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de dengue e oito óbitos. Já em relação à chikungunya, Minas Gerais registrou 11.772 casos prováveis da doença em no ano passado, concentrados na região do Vale do Aço.
Até o momento, foi confirmada uma morte por chikungunya no município de Coronel Fabriciano, em 2018. Por fim, em relação à zika, foram registrados 184 casos prováveis da doença no último ano, até a data de atualização do boletim.
Destaque, ainda, para a capacitação de equipe de referência para aplicação de inseticidas e implantação do monitoramento entomológico utilizando armadilhas (ovitrampas) para o Aedes, realizada com o objetivo de identificar áreas prioritárias para direcionar as ações nos municípios.
Cenário epidemiológico
Em 2018, até o momento (dados atualizados em 7/1/2019), Minas Gerais registrou 29.875 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de dengue e oito óbitos. Já em relação à chikungunya, Minas Gerais registrou 11.772 casos prováveis da doença em no ano passado, concentrados na região do Vale do Aço.
Até o momento, foi confirmada uma morte por chikungunya no município de Coronel Fabriciano, em 2018. Por fim, em relação à zika, foram registrados 184 casos prováveis da doença no último ano, até a data de atualização do boletim.

Nenhum comentário:
Postar um comentário