Número de
mortes sobe para 110 em Brumadinho; 238 continuam desaparecidos
Anderson Rocha –
Jornal Hoje em Dia
O número de mortos
após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, subiu para 110, de acordo
com a Defesa Civil estadual. A atualização foi divulgada na noite desta
quinta-feira (31), em conjunto ao Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Polícia
Militar. A quantidade de desaparecidos diminuiu para 238 pessoas.
No último balanço,
divulgado na noite dessa quarta (30), o número de mortes confirmadas era de 99
pessoas. Já as vítimas ainda desaparecidas eram 257.
Para o porta-voz do
Corpo de Bombeiros, Tenente Pedro Aihara, a operação - que é considerada a
maior na história do Estado - chega a uma fase difícil de localização de
vítimas. "A maioria dos corpos que estavam em localidades superficiais já
foram encontrados. A partir de agora, necessitamos de um trabalho de escavação
já que a maioria dos corpos íntegros já foi recuperada", afirmou.
Segundo Aihara, o
foco está na recuperação de partes de corpos, o que diminuirá a velocidade de
localização, já que isso demandará a escavação do solo.
De acordo com o
porta-voz da PM, Major Flávio Santiago, já foram percorridos 2/3 dos 400
quilômetros quadrados de área de varredura na busca de desaparecidos. Segundo
ele, 950 policiais militares atuam na cidade, sendo que 400 deles estão na área
rural e o restante na prevenção de furtos e outros crimes contra residências de
pessoas que deixaram Brumadinho.
Segundo Arlen Bahia,
delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, o foco do trabalho do órgão está na
liberação imediata dos corpos localizados.
'Maior
tragédia humana da história recente do país', dizem especialistas
Bombeiros atuam na zona quente, enquanto voluntários cobrem a zona morna
As buscas por
vítimas do desastre causado pelo rompimento da Mina Córrego do Feijão, em
Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte, continuam nesta sexta (1º)
pelo oitavo dia. O desastre é apontado por especialistas como a maior tragédia
humana da história recente do país.
O balanço mais
recente indica 110 mortos, 238 desaparecidos e 394 identificados. Dos
mortos, 71 foram identificados por exames realizados pela Polícia Civil. Também
há 108 desabrigados e seis pessoas hospitalizadas.
A Vale informou, há três
dias, que a empresa vai acabar com dez barragens, como a que se rompeu em
Brumadinho. As barragens serão descomissionadas. Todas localizadas em Minas
Gerais. Segundo a empresa, descomissionar significa preparar a barragem para
integrá-la à natureza.
Bloqueios
A Justiça do
Trabalho autorizou um novo bloqueio de R$ 800 milhões da mineradora
Vale, responsável pela barragem que se rompeu em Brumadinho.
Na
última segunda-feira (28), já haviam sido bloqueados R$ 800 milhões, valor
correspondente a 50% do total pedido pelo Ministério Público do Trabalho em
Minas Gerais (MPT-MG). A Vale também teve bloqueados, em outras ações, R$ 11
bilhões.
Medidas
Desde o desastre no
último dia 25, a empresa anuncia medidas e faz reuniões com autoridades
públicas federais e estaduais. Em encontro com procuradores em Brasília, o
presidente da empresa, Fabio Schvartsman, disse que vai acelerar os acordos
extrajudiciais.
Paralelamente, a
empresa ofereceu o pagamento de R$ 100 mil para cada família cujo parente
morreu ou está desaparecido. O cadastramento dos parentes começou, mas muitos
se queixam do método utilizado.
Bolsa Família
O Ministério da
Cidadania anunciou a antecipação do pagamento do Bolsa Famíliapara os
beneficiários do programa que vivem em Brumadinho. Com a medida, os
beneficiários poderão sacar o dinheiro a que têm direito sem precisar seguir o
calendário do programa. Atualmente, 1.506 famílias da cidade mineira estão
inscritas no Bolsa Família.
Buscas
As buscas por
vítimas completam hoje oito dias. Um grupo de 136 militares de
Israeldesembarcou na região de Brumadinho para ajudar nas operações de resgate.
De acordo com informações oficiais, a tropa israelense contribuiu na
localização de 35 corpos.
Trabalham no local
militares do Corpo de Bombeiros, inclusive de outros estados, das Forças
Armadas, Defesa Civil, Polícia Civil e Política Militar.
A delegacia de
Brumadinho funciona 24h para atender familiares e receber ocorrências. Também
está sendo providenciada uma equipe para atuar na expedição das identidades de
parentes de familiares vitimados pelo rompimento da barragem.
De acordo com o
Corpo de Bombeiros, mais de 360 militares atuam na área com apoio de 15
aeronaves e 21 cães farejadores. Há ainda 66 voluntários, que atuam entre área
seca e a inundada. Esses voluntários são pessoas com qualificação técnica.
O resgate de corpos
em Brumadinho, que até ontem localizou 110 vítimas do rompimento da barragem da
Mina de Córrego do Feijão, entra em uma fase mais difícil, informou o Corpo de
Bombeiros. Segundo a corporação, a maioria dos cadáveres em áreas superficiais
já foi encontrada. Agora, o trabalho de escavação será reforçado, o que poderá
diminuir o ritmo das operações.
Conforme o balanço
de óbitos, divulgado na noite de ontem, mais 11 pessoas foram encontradas sem
vida desde a última quarta-feira. Do total de vítimas levadas para o Instituto
Médico-Legal (IML), 71 já foram reconhecidas pelos familiares. Os desaparecidos
são 238.
Segundo o porta-voz
dos Bombeiros, tenente Pedro Aihara, a operação de busca entra em uma fase mais
trabalhosa porque muitos dos corpos, agora, estão em áreas mais profundas.
Representante da
Polícia Militar (PM), major Flávio Santiago informou que as equipes já
percorreram cerca de dois terços dos 400 quilômetros quadrados da área demarcada
para a varredura.
Ainda segundo ele,
950 militares atuam em Brumadinho, sendo que 400 deles estão na área rural e o
restante trabalha na prevenção de furtos e outros crimes contra residências de
pessoas que deixaram o município.
Interrupção
Ontem, por cerca de
uma hora, os trabalhos foram suspensos por conta do risco de uma tempestade na
cidade.
Segundo o Corpo de
Bombeiros, a medida foi tomada para garantir a segurança dos militares e
voluntários envolvidos nas operações.
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