segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

EUA E RÚSSIA DISPUTAM APOIO NA ONU SOBRE A VENEZUELA


EUA e Rússia disputam apoio na ONU a resoluções sobre a Venezuela

Agência Brasil









Os Estados Unidos (EUA) apresentaram ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) projeto de resolução sobre a Venezuela, em que pedem que o país sul-americano facilite o acesso de ajuda humanitária internacional e realize novas eleições presidenciais. Em resposta, a Rússia propôs outra resolução.
Na sexta-feira (8), Moscou propôs aos membros do conselho um "texto alternativo" ao apresentado por Washington, segundo diplomatas. A proposta russa expressaria preocupação com "tentativas de intervenção em questões que estão essencialmente sob jurisdição doméstica" e "ameaças de uso da força contra a integridade territorial e a independência política" da Venezuela.
O projeto apresentado pelos EUA, ao qual agências de notícias tiveram acesso nesse sábado (9), expressa "pleno apoio" do Conselho de Segurança à Assembleia Nacional Venezuelana, controlada pela oposição, definindo-a como a "única instituição democraticamente eleita no país".
Manifestando "profunda preocupação com a violência e o uso excessivo da força por parte das forças de segurança venezuelanas contra manifestantes pacíficos não armados", o texto pede também um processo político que conduza a eleições presidenciais "livres, justas e credíveis".
O projeto ressalta a necessidade de evitar uma "deterioração adicional da situação humanitária" na Venezuela, assolada por grave crise econômica e política, e de facilitar a entrega de ajuda aos que necessitam.
Washington ainda não indicou uma data para que o texto seja votado. Fontes diplomáticas afirmam que a Rússia – que apoia o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e acusa os EUA de apoiarem um golpe de Estado no país – utilizará seu direito de veto para barrar a resolução.
Para ser aprovada, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU precisa de nove votos entre seus 15 membros e não pode ser vetada por nenhum dos cinco integrantes permanentes do grupo: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China.
Moscou e Washington estão em lados opostos na atual disputa pelo poder na Venezuela. Enquanto os EUA declaram apoio ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro, a Rússia segue apoiando Maduro.
Além dos EUA, mais de 40 países já declararam apoio ao oposicionista Guaidó, entre eles Brasil, Alemanha e uma série de outras nações sul-americanas. Maduro ainda conta com o apoio não apenas de Moscou, mas também das Forças Armadas venezuelanas e da China, entre outros aliados.
O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, que se proclamou presidente do país em janeiro, disse nesta sexta-feira, 8, à agência France Presse que não descarta autorizar uma intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.

"Faremos o que for possível", disse ele, ao responder uma pergunta se autorizaria uma intervenção estrangeira na condição de presidente interino. "Claro que é um tema muito polêmico, mas fazendo uso da nossa soberania, dentro das nossas competências, faremos o necessário."

Guaidó declarou-se presidente interino por considerar que Maduro usurpou o cargo de presidente ao ser eleito em eleições boicotadas pela oposição e marcadas por denúncias de fraude. Ele é reconhecido por 40 países, mas não controla nenhuma instituição ou território dentro da Venezuela. A estratégia do opositor é convencer a cúpula militar a abandonar Maduro, o que até então não aconteceu. Maduro diz que Guaidó é uma marionete americana com o objetivo de facilitar uma intervenção americana na Venezuela.

Mais cedo, o opositor falou que pretende organizar neste fim de semana assembleias para organizar equipes de voluntários para buscar ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos na cidade de Cúcuta, na Colômbia.

A oposição pretende constranger o Exército a escolher entre seguir bancando Maduro ou ajudar a enfraquecê-lo permitindo a passagem de alimentos e remédios. Muitos dos oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) que protegem a fronteira tem baixas patentes e também sofrem com a crise.

O governo de Maduro já afirmou que não permitirá a entrada de comida e remédios no país, que sofre há seis anos com a escassez e a hiperinflação, às vezes com falta de itens básicos como água, sabão e papel higiênico, por que a considera um pretexto para uma invasão americana.

"Não vamos permitir o show da ajuda humanitária falsa. Não somos mendigos. ", disse Maduro. "É um jogo macabro: nos congelam o dinheiro para nos pedir migalhas."( Com agêncais internacionasi)


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