terça-feira, 29 de janeiro de 2019

TRABALHO INCANSÁVEL DOS BOMBEIROS PARA RESGATAR VÍTIMAS NA LAMA DE BRUMADINHO


Buscas nesta terça-feira se concentram no ônibus localizado e na área do refeitório

Juliana Baeta – Jornal Hoje em Dia












Bombeiros trabalham no resgate de vítimas em "zona quente" de Brumadinho




Os bombeiros já retomaram as buscas na manhã desta terça-feira (29). Os trabalhos se concentram no local onde foi encontrado o segundo ônibus soterrado pela lama e na área do refeitório onde almoçavam os funcionários da Vale pouco antes do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão.

Às 9h acontece uma reunião de alinhamento entre as forças de segurança envolvidas nas operações. O número de mortos continua sendo o último divulgado, totalizando 65 vítimas fatais, sendo 31 corpos já identificados, mas é possível que este número suba ao longo do dia no decorrer dos trabalhos.

Segundo o tenente coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil, as chances de encontrar sobreviventes são mínimas e cada vez menores com o passar dos dias.

Doações suspensas

Godinho ainda reafirmou que não há necessidade de as pessoas fazerem mais doações às vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho. “E não existe nenhum site oficial do Estado de Minas Gerais solicitando o aporte financeiro para socorro humanitário. Algumas pessoas têm se aproveitado deste momento para cometer estelionato, e outras acabam disseminando fake News”, conclui.
O tsunami de lama que devastou Brumadinho já é a maior tragédia de Minas em número de mortes dos últimos 18 anos. Só na cidade da Grande BH, pelo menos 65 pessoas perderam a vida após três minas do Córrego do Feijão ruírem na última sexta-feira. Juntos, em quase duas décadas, outros rompimentos de barragens e desastres naturais ocorridos no Estado registraram 46 óbitos.
Os corpos das vítimas estão sendo levados para o Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte. A identificação é feita por meio das impressões digitais, arcada dentária e exames de DNA. Na porta da unidade da polícia o clima é de muita comoção.
O empresário Alan Delon, de 30 anos, veio de Brumadinho a capital para reconhecer um amigo e buscar informações sobre dois cunhados e dois primos, que estão desaparecidos. Ao chegar ao local, ele diz que não teve acesso ao cadáver, sendo impossível fazer o reconhecimento facial.
“Veio todo mundo chorando no meio do caminho, chegamos aqui e não foi possível nem entrar. Assinamos um molho de papéis a partir de um protocolo, que confirmava que ele estava morto, por causa do estágio avançado de decomposição”, afirma.
Resgate
O número de mortes que já é elevado pode aumentar. Pelo menos 292 pessoas estão desaparecidas. O trabalho de resgate é bastante delicado. À medida que o tempo passa, a esperança diminui. Segundo o comandante de Busca e Salvamento Especializado dos Bombeiros, capitão Leonard Farah, a expectativa de encontrar sobreviventes em ocorrências desse tipo é praticamente nula após sete dias.
“A gente sempre atua com a probabilidade de sobrevivência. A doutrina internacional preconiza que a gente trabalhe assim, com a hipótese de encontrar essas pessoas até sete dias depois”, explica Farah.
Atualmente, mais de 200 militares do Corpo de Bombeiros atuam na região. A agilidade necessária, no entanto, esbarra na dificuldade de atuação na área tomada pelos rejeitos. “A lama não está totalmente seca. A gente ainda está afundando até a altura do peito. Por isso, usamos a técnica de rastejar”. Além disso, os militares colocam painéis de madeira sob o barro para caminhar em pontos com maior perigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VÁRIOS ESTADOS ESTÃO ISENTANDO DE IPVA CARROS A PARTIR DE 10 ANIOS

  Brasil e Mundo ...