Raquel Dodge
denuncia Temer e mais cinco no Inquérito dos Portos
Agência Brasil
Presidente é
investigado pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro
A procuradora-geral
da República, Raquel Dodge, denunciou na noite desta quarta-feira (19) o
presidente Michel Temer e mais cinco investigados ao Supremo Tribunal Federal
(STF) pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
A denúncia foi feita
no inquérito que investiga o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A na
edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017), assinado em maio do
ano passado pelo presidente Michel Temer.
Além de Temer, foram
denunciados os empresários Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita,
sócios da Rodrimar; Carlos Alberto Costa e João Batista Filho, além do
ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures.
De acordo com a
denúncia apresentada ao STF, foi apurado um "esquema antigo envolvendo o
pagamento de vantagens indevidas a Michel Temer" por meio da empresa
Rodrimar, que atua no Porto de Santos.
De acordo com a
procuradoria, Temer teria começado a atuar em negociações envolvendo o setor
portuário por volta de 1998, quando era deputado federal e fez as primeiras
indicações para a Companhia das Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
No entendimento da
PGR, o Decreto dos Portos ampliou a duração de contratos das empresas
envolvidas e teriam sido intermediadas pelo ex-deputado federal Rodrigo Rocha
Loures.
O Ministério dos
Transportes sempre negou qualquer irregularidade no processo que culminou no
Decreto dos Portos, que foi feito com participação dos representantes do
mercado e de setores da sociedade civil.
"De um lado, Michel
Temer recebia os representantes da empresa via Rodrigo Rocha Loures,
demonstrando todo seu poderio em beneficiá-la em razão do cargo que ocupava
(ato de ofício em potencial) e, de outro vértice, aceitava promessa de vantagem
indevida, como decorrência natural de uma perene relação criminosa”, sustenta a
PGR.
Conforme a denúncia,
foram movimentados no suposto esquema R$ 32,6 milhões.
Com final do mandato
de Temer, Dodge pediu que, a partir de 1º de janeiro, o caso seja enviado para
a primeira instância da Justiça Federal em Brasília em função da perda do foro
privilegiado no STF. No texto, a procuradora observa que deixou de apresentar
denúncias em decorrência de previsão da Constituição Federal que impede a
responsabilização do ocupante do cargo de presidente da República por atos
anteriores ao exercício do cargo.
Defesa
O advogado do presidente no processo envolvendo o inquérito dos portos, Brian Alves Prado, informou que ainda não teve acesso à denúncia. Ele acrescentou que estudará o teor da denúncia, assim que recebê-la, antes de se manifestar a respeito.
O advogado do presidente no processo envolvendo o inquérito dos portos, Brian Alves Prado, informou que ainda não teve acesso à denúncia. Ele acrescentou que estudará o teor da denúncia, assim que recebê-la, antes de se manifestar a respeito.
Questionado, o
Palácio do Planalto afirmou que Temer provará sua inocência. "O presidente
Michel Temer provará, nos autos judiciais, que não houve nenhuma irregularidade
no Decreto dos Portos, nem benefício ilícito a nenhuma empresa".
Em nota, a Rodrimar
informou que os denunciados ligados à empresa estão afastados e que a companhia
pauta sua gestão com base nos padrões de governança corporativa."A
Rodrimar esclarece que os executivos indiciados encontram-se afastados da
empresa desde o início do ano, de maneira a permitir a máxima isenção e
transparência durante o período em que os processos em questão estiverem
tramitando na Justiça. Vale acrescentar ainda que a companhia continua pautando
a sua gestão dentro dos mais elevados padrões de governança corporativa",
diz a nota.
Nenhum comentário:
Postar um comentário