sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O PRESIDENTE DA VENEZUELA MADURO - NÃO ESTÁ MADURO PARA DIRIGIR A VENEZUELA


Venezuela ameaçada

Manoel Hygino 








Depois de tanto tempo na presidência da Venezuela, percebe-se que o chefe do governo de Caracas não está ainda “maduro”. Viajou a Moscou para pedir apoio a Putin, que – pelo visto até agora – nada ofereceu de prático. Aliás, ex-agente da KGB, macaco velho e treinado, ele não enfia a mão em cumbuca.
Talvez por falta de assunto e por não assistir às reportagens por televisão, mostrando milhares e milhares de venezuelanos fugindo da pátria e à falta de liberdade, de medicamentos, de alimentos, de papel higiênico, Nicolás imaturo não sabe exatamente o que fazer. O que ele entendia mesmo era dirigir coletivos na capital, não os destinos de uma nação rica em petróleo, mas também em maus governantes.
Ao regressar à Venezuela, na semana passada, declarou existir um plano dos EUA para derrubá-lo e que os governos de Brasil e Colômbia também participariam do complô. “Chegou a nós uma boa informação (...) John Bolton (assessor de segurança nacional americano), desesperado, designa missões para provocações militares na fronteira”, disse Maduro, segundo o qual instruções nesse sentido foram transmitidas ao presidente eleito do país ao Sul, Jair Bolsonaro.
O sucessor de Hugo Chávez quereria uma volta ao tempo do Foro de São Paulo, que reuniu países de esquerda há mais de dois anos. Então, foi redigida e divulgada uma declaração, que vale a pena ser recordada: “Os governos de esquerda em nosso continente lograram dar estabilidade social, política e econômica a nações e tiraram da pobreza dezenas de milhões de famílias, que se livraram assim da marginalização, do desemprego, tendo acesso à saúde, educação e oportunidades de desenvolvimento humano”.
Verifica-se, contudo, neste ocaso de ano, que o “socialismo do século 21”, proclamado por Chávez, é que está no ocaso no mínimo, ou morto e insepulto, cabendo observar que o presidente venezuelano, todavia, está atento aos acontecimentos. No domingo anterior já anunciara que os EUA pretendiam associar-se à Colômbia para um golpe de Estado contra Caracas, sem mencionar o Brasil. Nós já enfrentamos problemas sérios para absorver os milhares de venezuelanos que chegam pela Fronteira Norte. É uma das razões, aliás, da intervenção federal em Roraima.
De fato, porém, Bolton e Bolsonaro se reuniram no último dia 29, na residência do presidente eleito, na Barra da Tijuca. Aí Maduro nos defendeu, dizendo que “as forças militares do Brasil querem paz. Ninguém deseja que o futuro governo de Jair Bolsonaro se meta em uma aventura militar contra o povo da Venezuela”. Nisso ele está correto.
No Foro também se declarou que “o povo revolucionário” venezuelano está resistindo às investidas brutais da oligarquia apátrida e ao imperialismo”. Quanto a Maduro, “tem ganhado cada vez mais respaldo continental e mundial”, atribuindo-se que a paz na Colômbia se deveu à heroica luta das FARC. A certa altura, acrescentava que “a esquerda impulsiona a transparência e a honradez no uso dos recursos públicos”.

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