sábado, 1 de dezembro de 2018

O ASSUNTO NO MOMENTO NO G-20 É A GUERRA COMERCIAL ENTRE OS PAÍSES


Guerra comercial leva G-20 a lançar manifesto

Estadão Conteúdo









Em resposta à guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos e ao aumento do protecionismo no mundo, representantes de entidades empresariais de países do G-20 divulgam nesta quinta-feira, (19), um manifesto.

O documento pede que os líderes do grupo se comprometam a manter mercados abertos e não imponham novas barreiras protecionistas, reforcem o funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e tomem medidas contra a concorrência desleal e os subsídios industriais, entre outros pontos. "Apelamos aos líderes do G-20 no sentido de que assumam a sua responsabilidade e garantam as bases necessárias para a cooperação multilateral", afirma o manifesto, ao qual o Estadão/Broadcastteve acesso.

A manifestação ocorrerá em Buenos Aires, após reunião da Coligação Mundial de Empresas (GBC), na sigla em inglês, que reúne representantes de 14 países do G-20. O encontro precede a reunião de ministros de Economia do G-20 marcada para sexta-feira, também em Buenos Aires. O Brasil é representado no grupo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Assinam o documento, ainda, entidades dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e União Europeia.

O diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, disse que o agravamento da guerra comercial é a questão mais preocupante no momento para o setor empresarial e que o tema será discutido também no encontro dos ministros do G-20. "A manifestação mostra que o comércio é importante e o multilateralismo está sob ameaça. O protecionismo tem aumentado e os países estão submetidos a ações unilaterais", afirmou.

As entidades abrem o texto reforçando que o comércio e os investimentos entre os países é essencial para o crescimento sustentável e a criação de empregos, mas, apesar disso, o "consenso a favor da cooperação multilateral está perdendo força no G-20". Segundo o documento, os membros do G-20 adotaram mais de 600 medidas restritivas ao comércio no período de outubro de 2008 a outubro de 2017, antes mesmo das tarifas que vêm sendo impostas pelos EUA e por outros países neste ano. 

UE pede a China, Rússia e EUA que evitem 'caos' de guerra comercial

Agence France Presse









Chineses e europeus entraram em acordo para criar um grupo de trabalho que estudará uma reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC)

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu a China, Estados Unidos e Rússia, nesta segunda-feira (16), em Pequim, que "evitem o conflito e o caos", em um momento em que Washington trava uma queda de braço com seus principais sócios comerciais.
Tusk e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, aproveitaram a cúpula anual entre China e União Europeia (UE) para cerrar filas com Pequim frente ao presidente americano, Donald Trump.
Chineses e europeus entraram em acordo para criar um grupo de trabalho que estudará uma reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"O multilateralismo está sendo atacado, é um ataque sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial", alertou Juncker durante uma entrevista com o presidente chinês, Xi Jinping. "Não podemos aceitar que o sistema multilateral seja prejudicado por ações unilaterais", afirmou o mandatário chinês.
Pequim e Bruxelas estão na mira de Washington. Há dez dias, 34 bilhões de dólares importações americanas de produtos chineses são tarifados em 25%.
"Ainda dá tempo de evitar o conflito e o caos", declarou Tusk ao primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
"Todos estamos conscientes de que a arquitetura mundial está mudando diante dos nossos olhos", afirmou Tusk, lembrando que "o mundo que construímos durante décadas (...) trouxe uma Europa em paz, o desenvolvimento para a China e o fim da Guerra Fria".
"É um dever comum para Europa e China, mas também para Estados Unidos e Rússia, não destruir essa ordem mundial, mas melhorá-la, e não iniciar guerras comerciais que, tão frequentemente, levaram a conflitos abertos em nossa história", acrescentou, horas antes da cúpula dos presidentes russo e americano em Helsinque.
"Estamos de acordo em dizer que, dadas as circunstâncias internacionais atuais, é importante defender o multilateralismo e o livre-comércio", declarou Li Keqiang.
Novas regras
Em Pequim, Tusk pediu aos "nossos anfitriões chineses e também aos presidentes Trump e Putin, que se comprometam juntos com um processo de reforma completo da OMC".
O objetivo de uma possível reforma tem de ser "reforçar a OMC como instituição" e "garantir condições igualitárias de concorrência", afirmou Tusk.
"Precisamos de novas regras em matéria de subvenções no setor industrial, de propriedade intelectual e de transferência de forças de tecnologia, de redução de custos de trocas comerciais, assim como uma nova forma mais eficaz de desenvolvimento e de resolução de controvérsias", completou.
Tusk parece responder, assim, às preocupações de Washington, que acusa Pequim, com frequência, de "transferências forçadas de tecnologia", ao obrigar as empresas americanas que querem vender na China a criar coempresas com sócios locais.
No final de maio, o presidente francês, Emmanuel Macron, já havia proposto novas negociações internacionais para reformar a OMC.
"Proponho uma negociação integrando, a princípio, Estados Unidos, União Europeia, China e Japão, que seria rapidamente ampliada para os países do G20 e da OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos], sobre a reforma da OMC", declarou.
A China respondeu de forma positiva a este chamado e disse estar "disposta a trabalhar" com todos os membros da OMC para alcançar regras "mais abertas, mais inclusivas, mais transparentes e não discriminatórias".
"Estamos de acordo em dizer que, dadas as circunstâncias internacionais atuais, é importante defender o multilateralismo e o livre-comércio", declarou o premiê chinês hoje.

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