Guerra
comercial leva G-20 a lançar manifesto
Estadão Conteúdo
Em resposta à guerra
comercial desencadeada pelos Estados Unidos e ao aumento do protecionismo no
mundo, representantes de entidades empresariais de países do G-20 divulgam
nesta quinta-feira, (19), um manifesto.
O documento pede que os líderes do grupo se comprometam a manter mercados abertos e não imponham novas barreiras protecionistas, reforcem o funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e tomem medidas contra a concorrência desleal e os subsídios industriais, entre outros pontos. "Apelamos aos líderes do G-20 no sentido de que assumam a sua responsabilidade e garantam as bases necessárias para a cooperação multilateral", afirma o manifesto, ao qual o Estadão/Broadcastteve acesso.
A manifestação ocorrerá em Buenos Aires, após reunião da Coligação Mundial de Empresas (GBC), na sigla em inglês, que reúne representantes de 14 países do G-20. O encontro precede a reunião de ministros de Economia do G-20 marcada para sexta-feira, também em Buenos Aires. O Brasil é representado no grupo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Assinam o documento, ainda, entidades dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e União Europeia.
O diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, disse que o agravamento da guerra comercial é a questão mais preocupante no momento para o setor empresarial e que o tema será discutido também no encontro dos ministros do G-20. "A manifestação mostra que o comércio é importante e o multilateralismo está sob ameaça. O protecionismo tem aumentado e os países estão submetidos a ações unilaterais", afirmou.
As entidades abrem o texto reforçando que o comércio e os investimentos entre os países é essencial para o crescimento sustentável e a criação de empregos, mas, apesar disso, o "consenso a favor da cooperação multilateral está perdendo força no G-20". Segundo o documento, os membros do G-20 adotaram mais de 600 medidas restritivas ao comércio no período de outubro de 2008 a outubro de 2017, antes mesmo das tarifas que vêm sendo impostas pelos EUA e por outros países neste ano.
O documento pede que os líderes do grupo se comprometam a manter mercados abertos e não imponham novas barreiras protecionistas, reforcem o funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e tomem medidas contra a concorrência desleal e os subsídios industriais, entre outros pontos. "Apelamos aos líderes do G-20 no sentido de que assumam a sua responsabilidade e garantam as bases necessárias para a cooperação multilateral", afirma o manifesto, ao qual o Estadão/Broadcastteve acesso.
A manifestação ocorrerá em Buenos Aires, após reunião da Coligação Mundial de Empresas (GBC), na sigla em inglês, que reúne representantes de 14 países do G-20. O encontro precede a reunião de ministros de Economia do G-20 marcada para sexta-feira, também em Buenos Aires. O Brasil é representado no grupo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Assinam o documento, ainda, entidades dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e União Europeia.
O diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, disse que o agravamento da guerra comercial é a questão mais preocupante no momento para o setor empresarial e que o tema será discutido também no encontro dos ministros do G-20. "A manifestação mostra que o comércio é importante e o multilateralismo está sob ameaça. O protecionismo tem aumentado e os países estão submetidos a ações unilaterais", afirmou.
As entidades abrem o texto reforçando que o comércio e os investimentos entre os países é essencial para o crescimento sustentável e a criação de empregos, mas, apesar disso, o "consenso a favor da cooperação multilateral está perdendo força no G-20". Segundo o documento, os membros do G-20 adotaram mais de 600 medidas restritivas ao comércio no período de outubro de 2008 a outubro de 2017, antes mesmo das tarifas que vêm sendo impostas pelos EUA e por outros países neste ano.
UE pede a
China, Rússia e EUA que evitem 'caos' de guerra comercial
Agence France Presse
Chineses e europeus
entraram em acordo para criar um grupo de trabalho que estudará uma reforma da
Organização Mundial do Comércio (OMC)
O presidente do
Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu a China, Estados Unidos e Rússia, nesta
segunda-feira (16), em Pequim, que "evitem o conflito e o caos", em
um momento em que Washington trava uma queda de braço com seus principais
sócios comerciais.
Tusk e o presidente
da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, aproveitaram a cúpula anual entre
China e União Europeia (UE) para cerrar filas com Pequim frente ao presidente
americano, Donald Trump.
Chineses e europeus
entraram em acordo para criar um grupo de trabalho que estudará uma reforma da
Organização Mundial do Comércio (OMC).
"O
multilateralismo está sendo atacado, é um ataque sem precedentes desde o fim da
Segunda Guerra Mundial", alertou Juncker durante uma entrevista com o
presidente chinês, Xi Jinping. "Não podemos aceitar que o sistema
multilateral seja prejudicado por ações unilaterais", afirmou o mandatário
chinês.
Pequim e Bruxelas
estão na mira de Washington. Há dez dias, 34 bilhões de dólares importações
americanas de produtos chineses são tarifados em 25%.
"Ainda dá tempo
de evitar o conflito e o caos", declarou Tusk ao primeiro-ministro chinês,
Li Keqiang.
"Todos estamos
conscientes de que a arquitetura mundial está mudando diante dos nossos
olhos", afirmou Tusk, lembrando que "o mundo que construímos durante
décadas (...) trouxe uma Europa em paz, o desenvolvimento para a China e o fim
da Guerra Fria".
"É um dever
comum para Europa e China, mas também para Estados Unidos e Rússia, não
destruir essa ordem mundial, mas melhorá-la, e não iniciar guerras comerciais
que, tão frequentemente, levaram a conflitos abertos em nossa história",
acrescentou, horas antes da cúpula dos presidentes russo e americano em
Helsinque.
"Estamos de
acordo em dizer que, dadas as circunstâncias internacionais atuais, é
importante defender o multilateralismo e o livre-comércio", declarou Li
Keqiang.
Novas regras
Em Pequim, Tusk
pediu aos "nossos anfitriões chineses e também aos presidentes Trump e
Putin, que se comprometam juntos com um processo de reforma completo da
OMC".
O objetivo de uma
possível reforma tem de ser "reforçar a OMC como instituição" e
"garantir condições igualitárias de concorrência", afirmou Tusk.
"Precisamos de
novas regras em matéria de subvenções no setor industrial, de propriedade
intelectual e de transferência de forças de tecnologia, de redução de custos de
trocas comerciais, assim como uma nova forma mais eficaz de desenvolvimento e
de resolução de controvérsias", completou.
Tusk parece
responder, assim, às preocupações de Washington, que acusa Pequim, com
frequência, de "transferências forçadas de tecnologia", ao obrigar as
empresas americanas que querem vender na China a criar coempresas com sócios
locais.
No final de maio, o
presidente francês, Emmanuel Macron, já havia proposto novas negociações
internacionais para reformar a OMC.
"Proponho uma
negociação integrando, a princípio, Estados Unidos, União Europeia, China e
Japão, que seria rapidamente ampliada para os países do G20 e da OCDE
[Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos], sobre a reforma da
OMC", declarou.
A China respondeu de
forma positiva a este chamado e disse estar "disposta a trabalhar"
com todos os membros da OMC para alcançar regras "mais abertas, mais
inclusivas, mais transparentes e não discriminatórias".
"Estamos de
acordo em dizer que, dadas as circunstâncias internacionais atuais, é
importante defender o multilateralismo e o livre-comércio", declarou o premiê
chinês hoje.
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