Fux determina
prisão de Battisti; decisão pode facilitar extradição do italiano
Agência Brasil
A decisão de Fux
poderá facilitar a decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de extraditar
Battisti para a Itália
O ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinou nesta quinta-feira (13) a
prisão do italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua em seu país. A
íntegra da decisão ainda não foi divulgada.
A decisão de Fux
poderá facilitar a decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de extraditar
Battisti para a Itália. No mês passado, Bolsonaro disse que fará “tudo o que
for legal” para extraditá-lo.
Battisti foi
condenado na Itália por quatro homicídios, cometidos quando integrava o grupo
Proletariados Armados pelo Comunismo. Ele chegou ao Brasil em 2004, onde foi
preso três anos depois.
O governo italiano
pediu a extradição de Battisti, aceita pelo STF. Contudo, no último dia de seu
mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva
decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pelo STF.
Recentemente, a
extradição de Battisti voltou a ser cogitada. Em novembro, após a divulgação de
notícias sobre a possibilidade de se confirmar a extradição no futuro governo,
Battisti reafirmou que confia nas instituições democráticas do Brasil e negou
que tenha intenção de fugir de São Paulo, onde vive.
Em outubro do ano
passado, o italiano foi preso na cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul,
perto da fronteira do Brasil com a Bolívia. Segundo a Polícia Rodoviária
Federal (PRF), ele tentou sair do país com cerca de R$ 25 mil em moeda
estrangeira. Valores superiores a R$ 10 mil têm que ser declarados às
autoridades competentes, sob pena de enquadramento em crime de evasão de
divisas. Após a prisão, Battisti teve a detenção substituída por medidas
cautelares.
Fugas
Cesare Battisti, de 63 anos, condenado na Itália por homicídios, vive em São Paulo. Ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas, ele foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios na década de 1970, dos quais se declara inocente.
Cesare Battisti, de 63 anos, condenado na Itália por homicídios, vive em São Paulo. Ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas, ele foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios na década de 1970, dos quais se declara inocente.
Ele passou 30 anos
como fugitivo entre o México e a França e, em 2004, veio para o Brasil, onde
permaneceu escondido durante três anos, até ser detido em 2007.
Em 2009, o STF
autorizou a extradição em uma decisão não vinculativa que dava a palavra final
ao então presidente Lula, que a rejeitou em 2010, no último dia do segundo
mandato.
O presidente eleito,
Jair Bolsonaro, sinalizou que pretende extraditar o italiano.
PGR
Em novembro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo que dê preferência ao julgamento do processo que trata da possível extradição de Battisti. Para a procuradora, a prisão é necessária para evitar o risco de fuga de Battisti e assegurar a extradição.
Em novembro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo que dê preferência ao julgamento do processo que trata da possível extradição de Battisti. Para a procuradora, a prisão é necessária para evitar o risco de fuga de Battisti e assegurar a extradição.
"Revela-se não
apenas necessário, mas premente e indispensável a custódia cautelar, seja para
evitar o risco de fuga, seja para assegurar eventual e futura entrega do
extraditando à Itália, adimplindo, desse modo, com os compromissos de
cooperação internacional assumidos pelo Brasil, nos termos do Tratado Bilateral
firmado entre os países interessados”, argumentou a procuradora.
Raquel Dodge também
sustentou que a decisão do ex-presidente Lula pode ser revista. No entendimento
da procuradora, a entrega de estrangeiros é tarefa exclusiva e discricionária
do presidente da República e não pode sofrer interferência do Judiciário.
No ano passado, em
meio a informações de que o presidente Michel Temer teria aberto um processo
administrativo para possível revisão da negativa de extradição de Battisti, a
defesa dele entrou com pedido no STF para que fosse afirmada a impossibilidade
de revisão da decisão.
Temer ou Bolsonaro,
quem irá extraditar Battisti?
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