Bolsonaro diz
que pode deixar Acordo de Paris, critica multas e fala em flexibilizar lei
ambiental
Agência Brasil
Bolsonaro voltou a
criticar "a indústria de multas abusivas e extorsivas do Ibama",
fruto supostamente de "capricho de alguns fiscais"
O presidente eleito
Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quarta-feira (12) em pronunciamento pelas
redes sociais que pretende propor, via Itamaraty, mudanças ao Acordo de Paris.
"Se não mudar, sai fora. Porque temos de ficar? É um acordo possivelmente
danoso para a nossa soberania", afirmou.
"Muitos estão
fora, não assinaram. Por que o Brasil tem de ficar, para ser politicamente
correto?", questionou. Segundo ele, o Brasil pode não conseguir cumprir,
até 2030, as exigências previstas no Acordo de Paris - e passaria a correr
riscos de sofrer "sanções até de força". "Não conseguiremos
reflorestar uma área do tamanho do Rio de Janeiro", exemplificou.
Bolsonaro voltou a
criticar "a indústria de multas abusivas e extorsivas do Ibama",
fruto supostamente de "capricho de alguns fiscais". Ele citou
vários exemplos - corte de uma árvore que está caindo, derrame de pouco
combustível de trator na terra, pesca feita por pequenos pescadores que recebem
multa "inacreditável". "Não podem continuar agindo desta forma.
Política ambiental não pode atrapalhar o desenvolvimento do país", disse,
defendendo a rápida concessão de licenças ambientais. "Isso atrapalha
prefeitos, impede que se abra e até se faça manutenção de estrada,
principalmente na Amazônia", disse. "Vamos acabar com isso. Se precisar
de nova lei, iremos ao Parlamento", afirmou.
Jair Bolsonaro
também criticou o Pacto Global de Migração, assinado recentemente pelo governo
brasileiro. "Todos somos migrantes no Brasil, mas não podemos escancarar
as portas para [todo mundo] vir numa boa." Segundo ele, é preciso ter
cautela com a "cultura totalmente diferente da nossa". E deu o
seguinte exemplo: "Chegar aqui e querer casar com crianças de 11
anos". "Não podemos admitir certo tipo de gente que venha para o
Brasil desrespeitando nossa cultura e nossa religião", resumiu.
Ele passou então a
falar sobre Roraima. "Olha Roraima. Se fosse rei de Roraima, com
tecnologia, eu, em 20 anos, teria economia igual ao do Japão", previu. O
presidente eleito disse que conhece o estado, que é uma terra repleta de
minerais - "tem toda a tabela periódica ali" - e que conversou com os
indígenas locais. Ele defendeu a "integração dos mesmos à sociedade".
Segundo Bolsonaro, os índios querem o mesmo que todo brasileiro. "Não
queremos que fiquem atrapalhando o desenvolvimento da nação. Os índios podem
receber royalties pela energia elétrica e pela mineração", sugeriu.
"Por que eles têm de ser tratados como se estivessem na idade da
pedra?".
Ainda se referindo a
Roraima, afirmou: "Temos como mexer naqueles pedaços de terra mais ricos
do mundo". "Como pode uma terra rica daquela ter que ficar pedindo
dinheiro para União? Era para Roraima dar dinheiro pra União!", completou.
Bolsonaro terminou
sua transmissão ao vivo dizendo que escolheu seus ministérios sem interferência
politica. Comentou, por fim, o caso do ex-assessor de seu filho, o senador
eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). "Temos problema com um ex-assessor
nosso, do Flávio, com movimentação atípica. Vai ser ouvido na semana que vem.
(...) Que paguemos a conta, se algo estiver errado comigo ou com meu filho, mas
nós não somos investigados", destacou.
"Dói no coração
da gente, porque defendemos o mais firme combate à corrupção. E usaremos o
próprio Coaf para combater isso", prometeu. Bolsonaro informou que
repetirá semanalmente este contato para prestar contas de seu trabalho em
Brasília. "O Brasil é nosso. Muito obrigado".
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