'Ninguém está pensando em intervenção militar', diz general Heleno
Agência Brasil
O general Augusto
Heleno negou que a nomeação de integrantes das Forças Armadas para a equipe de
transição indique uma postura autoritária do governo eleito
O general Augusto
Heleno Ribeiro Pereira, confirmado como ministro da Defesa do
governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL), negou nesta segunda-feira (5)
que a nomeação de integrantes das Forças Armadas para a equipe de transição
indique uma postura autoritária do governo eleito. Segundo ele, são nomeações
técnicas e que consideram a elevada formação profissional.
"O país
resolveu aproveitar tudo o que investe na formação. É uma questão de coerência
de aproveitamento do que foi investido nos militares, que nós possamos
participar da vida pública. Não tem nada a ver com governo militar, ninguém tá
pensando em intervenção militar, ninguém tá pensando em autoritarismo, é uma
aproveitamento de gente que o país não estava acostumado a aproveitar. Pouca
gente conhece o Brasil como nós", disse.
O general Augusto
Heleno participou nesta segunda-feira (5) da primeira reunião da equipe de
transição coordenada pelo ministro extraordinário Onyx Lorenzoni. Após o
encontro, o general foi perguntado sobre a participação de militares no próximo
governo, que inclui o próprio presidente eleito, capitão reformado do Exército,
além do vice-presidente da República, general Mourão.
Indicação de Moro
O general Augusto
Heleno classificou a confirmação do juiz federal Sergio Moro para o Ministério
da Justiça como "um gol de bicicleta do meio de campo" do presidente
eleito Jair Bolsonaro. Ele afirmou que a escolha de todos os prováveis 16
ministros do governo não deve ser urgente e que há muitos nomes qualificados.
"Todos
apresentam credenciais muito significativas e naturalmente a escolha é muito
difícil. Imaginem a pressão que o presidente sofre nessa altura. Não há essa
urgência, não é tão urgente assim", afirmou.
Venezuela
Questionado sobre a
atuação do Ministério da Defesa na crise migratória da Venezuela, o general
Heleno classificou a questão como um "problema humanitário" e disse
que o trabalho de acolhimento será mantido.
"As Forças
Armadas estão sendo empenhadas no atendimento humanitário, a gente tá acolhendo
quem tá resolvendo passar a fronteira para o lado do Brasil. é um trabalho
difícil, a quantidade [de migrantes] é acima da capacidade de Roraima."
O militar negou que
haverá, por parte do próximo governo, qualquer tipo de "ingerência"
nos assuntos internos da Venezuela e disse que o fechamento de fronteira entre
os dois países está fora de cogitação porque é uma proposta, segundo ele,
"não realizável" na prática.
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