Bolsonaro
promete 'dar um ippon' na corrupção, violência e ideologia
Agência Brasil
Mais uma vez,
Bolsonaro criticou o que chama de “kit gay”, que seria um conjunto de conteúdos
sobre gênero e orientação sexual, que não chegou a ser distribuído pelo governo
federal
O candidato do PSL à
Presidência da República, Jair Bolsonaro, pediu nesta quinta-feira (25)
tranquilidade no dia 28 aos eleitores independentemente de suas escolhas. Com
uma faixa preta de jiu-jitsu na cintura, ele prometeu “dar um ippon [termo
usado em artes marciais para golpe perfeito] na corrupção, na violência e na
ideologia”. Ao mencionar ideologia, ele se referiu à educação.
“Quais são as
máximas nas escolas públicas hoje, não interessa o nível delas? É a
formação de militantes. Queremos uma escola sem partido. Não é não discutir
política. Você pode discutir política, mas não pode ter um aluno com
uma posição diferente do professor e ter nota rebaixada ou ser
reprovado de ano. Essa ideologia tem que deixar de existir no nosso Brasil.”
A afirmação foi
feita durante entrevista coletiva à imprensa, após o candidato ser
presenteado com uma faixa preta de jiu-jitsu, do mestre Robson Gracie,
considerado uma das maiores referências de artes marciais no mundo.
Mais uma vez,
Bolsonaro criticou o que chama de “kit gay”, que seria um conjunto de conteúdos
sobre gênero e orientação sexual, que não chegou a ser distribuído pelo governo
federal. Segundo ele, o Estado não tem que interferir no assunto. “Minha luta é
contra [tratar disso] no material escolar. Quem trata de sexo é papai e mamãe”,
disse o candidato, reconhecendo que incentivou a discussão para esclarecer o
que defende.
Cultura
Questionado se pensa
em fundir os ministérios da Educação e Cultura, o candidato evitou responder.
Porém, criticou o que classifica como má aplicação dos recursos da Lei Rouanet
– como são disponibilizados os recursos para os projetos artísticos-culturais. Segundo
ele, a Cultura no país tem de ser tratada com respeito. “Não tem que mudar a
lei, mas temos que tratar com carinho os recursos”, disse.
Política externa
Bolsonaro negou que
pretenda romper com o Acordo de Paris, assinado pelo Brasil e mais 194 países
há três anos, e que se compromete a reduzir emissões de gases de efeito estufa
(GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. Segundo ele, manterá os
compromissos do Brasil, desde que sejam dadas garantias de que o país não
perderá soberania sobre parte do território da Amazônia.
“Vamos então colocar
no papel que não está em jogo vincular a independência de nenhuma terra
indígena, que mantenho o Acordo de Paris.”
Imigrantes em
Roraima
Se eleito
no domingo (28), Bolsonaro tem uma proposta pronta para tentar
resolver a crise dos imigrantes venezuelanos. De acordo com ele, a alternativa
é a construção de campos de refugiados, argumentando que o estado de Roraima
“não suporta” a quantidade de pessoas que vem recebendo.
O candidato rebateu
a hipótese de fechamento da fronteira. “É uma fronteira seca e muito extensa.
Não teria como fechá-la.” Ele afirmou ainda que pretende recorrer à Organização
das Nações Unidas (ONU) para buscar soluções para o impasse.
Questionado sobre a
relação com governantes de outros países da região, Bolsonaro afirmou que já
conversou com o presidente da Argentina, Maurício Macri, e disse que vai buscar
o diálogo com os outros vizinhos.
Eleições
A três dias das
eleições, Bolsonaro recebeu jornalistas brasileiros e estrangeiros, após passar
mais de três horas na casa do empresário Paulo Marinho, onde tem feito
gravações de campanha e alguns encontros políticos. Em um tom mais suave, ele
comparou as vésperas do segundo turno aos momentos finais de disputa no
futebol.
“Não estamos
disputamos o final de um campeonato. O que está sendo colocado em jogo agora,
no próximo domingo, é o destino do Brasil nos próximos quatro anos. O voto
responsável é que poderá fazer o Brasil melhor para todos.”
Bolsonaro assegurou
que vai votar no domingo, afastando rumores de que ficaria em casa, e
descartou preocupação com o que classificou como “oscilação” de pesquisa diante
da queda de dois pontos percentuais na intenção de votos, apontada na
última pesquisa Ibope.
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