Empresários,
advogados e deputados são maioria entre candidatos
Agência Brasil
No caso dos
artistas, se eles não tiverem visibilidade, como o deputado federal Tiririca
(PR-SP), um dos mais votados do Brasil nas eleições passadas
Definir o perfil da
sociedade brasileira a partir das ocupações dos candidatos nestas eleições pode
ser mais complexo do que se imagina. Em meio às 29.090 candidaturas (para todos
os cargos) apresentadas nestas eleições, há um astrólogo, dois bailarinos, oito
artistas de circo, nove catadores de recicláveis, 20 ambulantes e feirantes,
além de 24 empregados domésticos, 47 artesãos e 110 religiosos.
Mas a maioria dos
nomes postos é formada por empresários e advogados, assim como homens e
mulheres que simplesmente se declaram “deputados”, sem especificar formação nem
atividades profissionais. São 2.820 empresários, 1.719 advogados e 1.097 que se
autodenominam “deputado”.
O professor de
ciência política Antônio Testa, da Universidade de Brasília, observou que mudou
bastante o perfil dos candidatos, aumentando o número de empresários e
advogados. “A partir das eleições de 2010, houve um acensão muito grande de
empresários e advogados, pessoas que antes bancavam candidaturas, e que depois
passaram a se candidatar.”
Tendências
Antônio Testa
analisa as candidaturas de religiosos e militares, por exemplo. “O mesmo
aconteceu com pastores evangélicos e policiais, este último grupo porque a
questão da segurança entrou muito forte na agenda das eleições”.
Para Antônio Testa,
no caso dos artistas, se eles não tiverem visibilidade, como o deputado federal
Tiririca (PR-SP), um dos mais votados do Brasil nas eleições passadas, é “muito
difícil” conseguir sucesso nas urnas.
Porém, ele ressalta
a importância de representantes entre artistas de rua, catadores, ambulantes e
empregados domésticos.
“Essa é uma velha
estratégia que os partidos adotam para atrair votos, já que essas candidaturas
estão concentradas em cargos proporcionais [deputados estadual, federal e
distrital]. Como esses candidatos, muitas vezes, são lideranças em suas
comunidades, eles conseguem 500 votos ali, 300 daqui e isso ajuda nomes de seus
partidos a conquistar mais vagas nos parlamentos”, disse.
Com temas
ligados à lei e à ordem, candidaturas de militares crescem
Agência Brasil
Na lista de
concorrentes, estão os presidenciáveis o capitão da reserva do Exército Jair
Bolsonaro (PSL) e Cabo Daciolo (Patriota), do Corpo de Bombeiros do Rio de
Janeiro
Temas ligados à lei
e à ordem, como segurança pública e combate à corrupção, fortalecem as
candidaturas de militares ao longo das últimas eleições nos mais distintos
cargos. Pelos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 961 candidatos
militares disputam as eleições neste ano.
Na lista de
concorrentes, estão os presidenciáveis o capitão da reserva do Exército
Jair Bolsonaro (PSL) e Cabo Daciolo (Patriota), do Corpo de Bombeiros do
Rio de Janeiro. Do total, 575 são policiais militares, 202 são das Forças Armadas,
88 estão na reserva e 96 são do Corpo de Bombeiros.
Em 2014, 765
militares concorreram às eleições, um número 194 menor em comparação à disputa
deste ano. Para o cientista político da Universidade de Brasília Lúcio Rennó,
apesar de não ter ocorrido um crescimento expressivo, há um desejo
do eleitorado de resolver problemas do seu cotidiano e que, por vezes,
estão entre as habilidades dos militares.
“Há uma sensação de
medo no país todo. Até em locais onde a incidência oficial de crimes é
relativamente baixa, o medo é alto, então esse tema favorece muito a uma
retórica de combate ao crime e, nesse sentido, os militares em geral são
favorecidos”, avaliou Rennó.
O cientista político
ressaltou que a presença de candidaturas de 178 policiais civis é associada aos
mesmos anseios que ligam o eleitorado aos nomes de militares das Forças
Armadas, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
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