Nova Câmara
deve aumentar bancadas de esquerda e direita
Agência Brasil
A Câmara dos
Deputados que sairá das urnas em outubro terá, além de um elevado índice
de reeleição, nomes conhecidos na política brasileira, como deputados
estaduais, senadores, ex-ministros, ex-prefeitos, ex-secretários e
ex-parlamentares, ocupando as vagas dos que não tentaram ou não conseguiram
renovar o mandato. As caras novas virão da escolha de policiais, evangélicos e
celebridades ou da força do dinheiro e da relação de parentesco com oligarquias
políticas.
A projeção foi feita
pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), com base na
estratégia dos partidos políticos de lançar nomes competitivos para disputar a
Câmara dos Deputados. Para reforçar as bancadas de deputado federal, que
definem os repasses do fundo partidário e o horário partidário, as legendas
escalaram seus principais nomes para a Câmara e fizeram coligações competitivas.
Uma movimentação dos
senadores indica, além de uma preocupação individual com a derrota na eleição
majoritária, a estratégia dos partidos de reforçar a Câmara. Os senadores Aécio
Neves (PSDB-MG), José Agripino Maia (DEM-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR),
presidente nacional do PT, e Lídice da Mata (PSB-BA), por exemplo, disputam uma
cadeira de deputado federal e tendem a puxar votos para suas legendas.
Nessa linha, o
deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) concorre à Câmara, assim como o
ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP), o ex-ministro da Cultura
Marcelo Calero (PPS-RJ), o ex-ministro do Trabalho Manuel Dias (PDT-SC) e o
ex-deputado federal Marcelo Itagiba (PPS-RJ).
Segundo levantamento
preliminar, coordenado pelo analista político Antônio Augusto de Queiroz,
diretor do Diap, a composição das bancadas não será muito diferente da atual.
Conforme a análise, haverá um leve crescimento dos partidos de esquerda e de
direita, acompanhado de uma discreta redução das legendas de centro.
O PT continuará
tendo a maior bancada de deputados federais, com 55 a 65 integrantes, conforme
o levantamento do Diap, seguido de MDB (44 a 50), PSDB (42 a 50), PP (40 a 48)
e PSD (40 a 48). Em um segundo bloco, estão PR, DEM, PSB, PDT e PRB, com
bancadas que devem ficar entre 20 e 40 deputados. PSL, PTB, Pros, PSC, PPS,
PCdoB, Pode, PSOL e SD devem eleger entre dez e 20 deputados. Outros
partidos não devem eleger mais do que dez parlamentares.
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