General fala
sobre eleições; PT reage
Agência Brasil
O chefe do Exército
negou que Jair Bolsonaro seja o candidato das Forças Armadas
O comandante do
Exército, general Eduardo Villas Boas, disse que o ataque a Jair Bolsonaro
(PSL) pode provocar futuramente questionamentos à legitimidade do novo governo.
"Por exemplo, em relação a Bolsonaro, em ele não sendo eleito, ele pode
dizer que prejudicaram a campanha dele. E, sendo eleito, provavelmente será
dito que ele foi beneficiado pelo atentado, porque gerou comoção",
afirmou. "Daí altera o ritmo geral das coisas e é muito preocupante",
completou.
As declarações do
general foram dadas em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo,
publicada neste domingo (9). Villas Boas avaliou que a violência contra
Bolsonaro "confirma que estamos construindo dificuldades para que o novo
governo tenha estabilidade para sua governabilidade". Segundo ele, o
ataque confirma ainda "a intolerância generalizada e a falta de
capacidade" de se colocar os interesses do país "acima das questões
políticas, ideológicas e pessoais".
O chefe do Exército
negou que Jair Bolsonaro seja o candidato das Forças Armadas e que o seu
eventual governo venha a ser "militar". Ele destacou que as Forças
Armadas são "apolíticas e apartidárias" e têm compromisso com a
estabilidade, qualquer que seja o governo eleito pelo povo. "A
instabilidade é que mobiliza nossa atuação", disse, citando como exemplo a
greve dos caminhoneiros.
O general Villas
Boas defendeu ainda que os candidatos preguem a harmonia em seus discursos. Ele
apelou para que controvérsias jurídicas não tirem a tranquilidade do processo
eleitoral.
ONU e Lula
Villas Boas classificou como "invasão à soberania nacional" o parecer da Comissao de Direitos Humanos da ONU em favor da candidatura de Lula (PT), que teve seu registro negado pela Justiça Eleitoral. Afirmou, por fim, que a Constituição e a Lei da Ficha Limpa valem para todos.
Villas Boas classificou como "invasão à soberania nacional" o parecer da Comissao de Direitos Humanos da ONU em favor da candidatura de Lula (PT), que teve seu registro negado pela Justiça Eleitoral. Afirmou, por fim, que a Constituição e a Lei da Ficha Limpa valem para todos.
Insubordinação
Em nota divulgada neste domingo, o PT repudiou a entrevista do general Villas Boas, classificando-a como “grave episódio de insubordinação de um comandante das Forças Armadas ao papel que lhe foi delimitado” pela Constituição.
Em nota divulgada neste domingo, o PT repudiou a entrevista do general Villas Boas, classificando-a como “grave episódio de insubordinação de um comandante das Forças Armadas ao papel que lhe foi delimitado” pela Constituição.
Para o PT, a
manifestação do general tem caráter político e visa “tutelar as instituições
republicanas”, mais especificamente o Judiciário, “que ainda examina recursos
processuais legítimos em relação ao ex-presidente Lula”. Na nota, o partido
convoca “as forças democráticas do país" a condenar as declarações de
Villas Boas.
Após atentado,
Bolsonaro cresce em pesquisa e aparece com 24%; Ciro é o segundo, com 13%
Tatiana Morais
Jair Bolsonaro
atingiu 24% das intenções de votos, segundo a pesquisa Datafolha, índice dois
pontos percentuais superior ao registrado na última edição do levantamento,
realizado em 22 de agosto. Essa é a primeira versão do estudo após o atentado
ao candidato.
Ciro Gomes (PDT)
parece ter recebido parte dos votos de Lula, que será substituído hoje por
Fernando Haddad (PT) na corrida eleitoral, e atingiu 13%, aumento de três
pontos percentuais quando comparado à edição de 22 de agosto.
A pesquisa foi
encomendada pela TV Globo em parceria com a Folha de São Paulo. O índice de
confiança é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou
para baixo. 2.804 pessoas foram entrevistadas em 197 municípios.
Marina Silva (Rede),
que tinha 16% dos votos, caiu na pesquisa e fechou em 11%. Em seguida aparece
Geraldo Alckmin (PSDB), que subiu um ponto percentual e alcançou 10%, e
Fernando Haddad (PT), que foi de 4% para 9%.
Álvaro Dias
(Podemos), João Amoedo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB) têm 3% das intenções
de voto cada. Guilherme Boulos (PSol), Cabo Daciolo (Pen) e Vera (PSTU) têm 1%.
Segundo turno
Em um cenário de
segundo turno entre Bolsonaro e Ciro, o pedetista levaria a melhor com 45%,
diferença de 10 pontos percentuais sobre Bolsonaro. Quanto são testados os
nomes de Bolsonaro e Haddad, o petista ficaria com 39% dos votos, um ponto
percentual acima do primeiro colocado nas pesquisas.
Confira os cenários
de segundo turno:
Marina 43% X
Bolsonaro 37%
- brancos e nulos: 18%
- brancos e nulos: 18%
Ciro 39%X Alckmin
35%
- brancos e nulos: 23%
- brancos e nulos: 23%
Alckmin 43% X
Bolsonaro 34%
- brancos e nulos: 20%
- brancos e nulos: 20%
Marina 38% X Alckmin
37%
- brancos e nulos: 23%
- brancos e nulos: 23%
Ciro 45% X Bolsonaro
35%
- brancos e nulos: 17%
- brancos e nulos: 17%
Alckmin 43% X Haddad
29%
- brancos e nulos: 25%
- brancos e nulos: 25%
Haddad 39% X
Bolsonaro 38%
- brancos e nulos: 20%
- brancos e nulos: 20%
Ciro 41% X Marina
35%
- brancos e nulos: 22%
- brancos e nulos: 22%
Marina 42% X Haddad
31%
- brancos e nulos: 25%
- brancos e nulos: 25%
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