terça-feira, 11 de setembro de 2018

FALA DO GENERAL E PESQUISA ELEITORAL


General fala sobre eleições; PT reage

Agência Brasil












O chefe do Exército negou que Jair Bolsonaro seja o candidato das Forças Armadas

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, disse que o ataque a Jair Bolsonaro (PSL) pode provocar futuramente questionamentos à legitimidade do novo governo. "Por exemplo, em relação a Bolsonaro, em ele não sendo eleito, ele pode dizer que prejudicaram a campanha dele. E, sendo eleito, provavelmente será dito que ele foi beneficiado pelo atentado, porque gerou comoção", afirmou. "Daí altera o ritmo geral das coisas e é muito preocupante", completou.
As declarações do general foram dadas em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada neste domingo (9). Villas Boas avaliou que a violência contra Bolsonaro "confirma que estamos construindo dificuldades para que o novo governo tenha estabilidade para sua governabilidade". Segundo ele, o ataque confirma ainda "a intolerância generalizada e a falta de capacidade" de se colocar os interesses do país "acima das questões políticas, ideológicas e pessoais".
O chefe do Exército negou que Jair Bolsonaro seja o candidato das Forças Armadas e que o seu eventual governo venha a ser "militar". Ele destacou que as Forças Armadas são "apolíticas e apartidárias" e têm compromisso com a estabilidade, qualquer que seja o governo eleito pelo povo. "A instabilidade é que mobiliza nossa atuação", disse, citando como exemplo a greve dos caminhoneiros.
O general Villas Boas defendeu ainda que os candidatos preguem a harmonia em seus discursos. Ele apelou para que controvérsias jurídicas não tirem a tranquilidade do processo eleitoral.
ONU e Lula
Villas Boas classificou como "invasão à soberania nacional" o parecer da Comissao de Direitos Humanos da ONU em favor da candidatura de Lula (PT), que teve seu registro negado pela Justiça Eleitoral. Afirmou, por fim, que a Constituição e a Lei da Ficha Limpa valem para todos.
Insubordinação
Em nota divulgada neste domingo, o PT repudiou a entrevista do general Villas Boas, classificando-a como “grave episódio de insubordinação de um comandante das Forças Armadas ao papel que lhe foi delimitado” pela Constituição.
Para o PT, a manifestação do general tem caráter político e visa “tutelar as instituições republicanas”, mais especificamente o Judiciário, “que ainda examina recursos processuais legítimos em relação ao ex-presidente Lula”. Na nota, o partido convoca “as forças democráticas do país" a condenar as declarações de Villas Boas.

Após atentado, Bolsonaro cresce em pesquisa e aparece com 24%; Ciro é o segundo, com 13%

Tatiana Morais








Jair Bolsonaro atingiu 24% das intenções de votos, segundo a pesquisa Datafolha, índice dois pontos percentuais superior ao registrado na última edição do levantamento, realizado em 22 de agosto. Essa é a primeira versão do estudo após o atentado ao candidato.
Ciro Gomes (PDT) parece ter recebido parte dos votos de Lula, que será substituído hoje por Fernando Haddad (PT) na corrida eleitoral, e atingiu 13%, aumento de três pontos percentuais quando comparado à edição de 22 de agosto.
A pesquisa foi encomendada pela TV Globo em parceria com a Folha de São Paulo. O índice de confiança é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. 2.804 pessoas foram entrevistadas em 197 municípios.
Marina Silva (Rede), que tinha 16% dos votos, caiu na pesquisa e fechou em 11%. Em seguida aparece Geraldo Alckmin (PSDB), que subiu um ponto percentual e alcançou 10%, e Fernando Haddad (PT), que foi de 4% para 9%.
Álvaro Dias (Podemos), João Amoedo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB) têm 3% das intenções de voto cada. Guilherme Boulos (PSol), Cabo Daciolo (Pen) e Vera (PSTU) têm 1%.
Segundo turno
Em um cenário de segundo turno entre Bolsonaro e Ciro, o pedetista levaria a melhor com 45%, diferença de 10 pontos percentuais sobre Bolsonaro. Quanto são testados os nomes de Bolsonaro e Haddad, o petista ficaria com 39% dos votos, um ponto percentual acima do primeiro colocado nas pesquisas.
Confira os cenários de segundo turno:
Marina 43% X Bolsonaro 37%
- brancos e nulos: 18%
Ciro 39%X Alckmin 35%
- brancos e nulos: 23%
Alckmin 43% X Bolsonaro 34%
- brancos e nulos: 20%
Marina 38% X Alckmin 37%
- brancos e nulos: 23%
Ciro 45% X Bolsonaro 35%
- brancos e nulos: 17%
Alckmin 43% X Haddad 29%
- brancos e nulos: 25%
Haddad 39% X Bolsonaro 38%
- brancos e nulos: 20%
Ciro 41% X Marina 35%
- brancos e nulos: 22%
Marina 42% X Haddad 31%
- brancos e nulos: 25%


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