Rápido
atendimento a infartado pode reduzir riscos de danos ao coração
Flávia Ivo
O tempo de
atendimento é crucial também para minimizar riscos de danos ao coração
Silenciosamente, de
forma lenta e assintomática, placas de gordura vão se formando dentro das
artérias que irrigam o coração. Do lado de fora, nenhum sinal aparente, mas, de
forma abrupta, uma delas entope causando sofrimento ao músculo no processo chamado
infarto. Aguda, a situação requer atenção máxima e socorro imediato. Em 30% dos
casos, os ataques são fatais. A cada minuto, uma pessoa em parada cardíaca sem
auxílio perde 10% das chances de sobrevivência.
“Toda dor em aperto
no peito, falta de ar de início súbito e inexplicado, acompanhada de sudorese e
palidez, além de dor no braço esquerdo, deve ser levada ao serviço de
emergência. São sintomas clássicos, mas nem sempre aparecem juntos. O que não
dá é para ficar em casa, esperar chegar o dia seguinte para procurar o médico”,
detalha Fernando Carvalho, coordenador do setor de cardiologia do Hospital Vera
Cruz.
O tempo de
atendimento é crucial também para minimizar riscos de danos ao coração. “Principalmente
nas duas primeiras horas. Há a obstrução aguda do miocárdio, que perde o
recebimento de oxigênio, fazendo as células morrerem, entrando em processo de
irreversibilidade. Quanto mais tempo passar, maior será a perda de tecido, a
quantidade de células mortas que poderão se transformar em cicatriz. Com isso,
o indivíduo pode vir a ter o que chamamos de insuficiência cardíaca”, explica
André Vale, cardiologista do Check Up do Hermes Pardini.
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O infarto é uma das
doenças do coração responsáveis por quase um terço das mortes em todo o mundo.
No Brasil, diferentemente de outros já desenvolvidos, o Acidente Vascular
Cerebral (AVC) ainda é prevalente em óbitos no comparativo com os ataques
cardíacos.
“Um dos principais
fatores é a hipertensão, que é admitida pelo brasileiro como uma doença comum,
trivial. Por isso, há baixa adesão ao tratamento, além do pouco acesso à saúde
no país”, coloca o cardiologista Fernando Carvalho.
No entanto, a
pressão alta não é o único fator de risco para o desenvolvimento de um mal do
coração. Alterações do colesterol, obesidade, tabagismo e o diabetes são também
preocupantes.
“Não é muita gente
que valoriza o tratamento dessas enfermidades, que são crônicas, porque quase
não se vê diferença com a ingestão dos remédios. São pouco sintomáticas. Mas, é
importante chamar a atenção da população de que, na maioria das vezes, a doença
do coração é consequência de fatores que atuaram durante anos para que ela se
desenvolva”, destaca o médico do Hospital Vera Cruz.
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