quinta-feira, 14 de junho de 2018

PROBLEMAS HUMANOS DE EDUCAÇÃO FAMILIAR


Extroversão, introversão e timidez

Simone Demolinari 







Pessoas extrovertidas são facilmente percebidas: são confiantes, falam de si, ávidas por contatos, têm habilidade para fazer amigos, interagir e transitar socialmente. Esse conjunto de características deriva do fato de terem sua energia psíquica projetada “para fora”, o que estimula sobremaneira o desenvolvimento da inteligência interpessoal.
O psicoterapeuta Carl Jung, que desenvolveu o conceito de personalidade extrovertida e introvertida, define da seguinte forma:
“A extroversão caracteriza-se pelo interesse externo, pela pronta aceitação dos acontecimentos externos, pelo desejo de influenciar e de ser influenciado por esses acontecimentos, pela necessidade de aderir e de ‘estar com’, pela capacidade de suportar o alvoroço e todo tipo de barulho e considerá-los, até agradáveis, pela constante atenção dada ao mundo circundante, pelo cultivo de amigos e de relações nem sempre escolhidos com cuidado, e, finalmente, pela grande importância atribuída à imagem com que nos mostramos”.
No sentido oposto a isso, temos os introvertidos que são indivíduos que direcionam sua energia psíquica “para dentro”. Estes, projetam para o mundo interior suas impressões, emoções e pensamentos. Possuem uma postura contemplativa, preferem ficar mais quietos, às vezes sozinhos. Embora gostem de boas companhias, não se importam em ficar em casa num sábado à noite, por exemplo. São regidos pela filosofia de Nietzsche: “não roube a minha solidão se não for me oferecer uma verdadeira companhia”.
É importante destacar que indivíduos introvertidos não são antissociais, eles interagem, porém, costumam evitar situações sociais ou ambientes muito agitados, pois, como são modulados “para dentro”, a interação social causa uma espécie de esgotamento mental e físico.
Embora, muitas vezes, os introvertidos sejam vistos como pessoas “estranhas” eles se sentem bem assim e não almejam mudança. Já o tímido é diferente. Tanto um, quanto o outro, não gostam da interação social, mas por motivos diferentes. O introvertido por cansaço e o tímido por medo. Alias, um elemento marcante da timidez é o medo: do julgamento alheio, de não ser aceito, de errar, de ser ironizado, criticado, rejeitado. O que revela uma excessiva preocupação com a sua imagem.
Ao contrário do que muitos pensam, o tímido não se acha uma pessoa desimportante, ao contrário, ele se dá tanta importância que chega a acreditar que todos estão olhando para ele, assim como os narcisistas.
Não podemos desconsiderar o forte vínculo entre a timidez e a vaidade. Nos bastidores da timidez, há uma faceta ávida por mostrar-se perfeito. Um bom exemplo é perceber o tanto que o sucesso, ao longo do tempo, neutraliza a timidez. O que nos leva a pensar que, na intimidade, o tímido deseja mesmo é a admiração do outro.

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