Moro determina
que PF providencie escolta para depoimento de Lula
Agência Brasil
O ex-presidente será interrogado novamente pelo
juiz federal Sérgio Moro no dia 11 de setembro
O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva será interrogado novamente pelo juiz federal Sérgio Moro
no dia 11 de setembro. Em ofício expedido nesta quarta-feira (27), o magistrado
responsável pela Operação 'Lava Jato' determinou que a Polícia Federal (PF)
tome as providências necessárias para escoltar Lula até a sede da Justiça
Federal no Paraná.
Caso permaneça preso
até lá, será a primeira vez que o ex-presidente deixará a cela da
Superintendência da PF, em Curitiba, desde sua prisão, em 7 de abril. Lula
cumpre pena de 12 anos e um mês pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro
no caso do apartamento triplex em Guarujá (SP).
A prisão do petista
foi determinada por Moro, que ordenou a execução provisória da pena após a
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou prisões após o fim dos
recursos na segunda instância da Justiça.
Processo do sítio de
Atibaia
Moro vai interrogar
Lula a respeito das denúncias de um outro processo, envolvendo a suspeita de
que Lula seria o verdadeiro dono de um sítio em Atibaia (SP). O Ministério
Público Federal (MPF) acusa o ex-presidente de estruturar, orientar e comandar
um esquema ilícito de pagamento de propina em benefício de partidos, políticos
e funcionários públicos.
De acordo com a
força-tarefa da 'Lava Jato', Lula nomeou diretores da Petrobras para beneficiar
as empreiteiras Odebrecht e OAS. Em troca, recebeu propina dessas construtoras,
disfarçada por meio de obras de melhorias no sítio de Atibia.
Ainda de acordo com
a denúncia do MPF, a Odebrecht teria pago R$ 128,14 milhões em propina,
oriundos de quatro contratos firmados com a Petrobras. Já a OAS, segundo o MPF,
teria pago vantagens indevidas de R$ 27,08 milhões, resultante do
superfaturamento de três contratos firmados com a estatal.
Operação Zelotes
Lula também deve ser
interrogado em um outro processo, relativo à Operação Zelotes, na qual o
ex-presidente e seu filho são acusados de tráfico de influência, lavagem de
dinheiro e organização criminosa, suspeitos de integrarem um esquema que vendia
a promessa de interferências no governo federal para beneficiar empresas.
Neste segundo
processo, Lula deveria ter sido ouvido no último dia 21, por videoconferência,
mas o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região
(TRF1), suspendeu o interrogatório a pedido da defesa do ex-presidente. Foi a
segunda vez que a oitiva foi desmarcada.
Em fevereiro, o
mesmo desembargador já tinha suspendido o depoimento por entender que Lula só
pode ser ouvido após a oitiva de testemunhas que foram arroladas pela defesa e
estão morando fora do país.
O ex-presidente nega
ser dono do sítio de Atibaia, afirmando que o MPF não tem provas do contrário.
Lula também nega que ele e seu filho, Luís Cláudio Lula da Silva, tenham
participado de qualquer esquema ilícito ou favorecido empresas investigadas no
âmbito da Operação Zelotes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário