Entendendo nossos medos e fobias
Simone
Demolinari
Administrar nossas
fragilidades não é tarefa fácil. Acreditamos estar no controle da nossa vida,
porém, na prática, não é isso que percebemos. Somos, muitas vezes, engolidos
pelos nossos medos, inseguranças, vergonhas e outras emoções que nos tiram
totalmente do comando, mostrando que, nosso controle, é apenas parcial.
O medo é um legado
evolutivo que nos permite prevenir e evitar ameaças, tendo em vista nossa
sobrevivência. Na medida certa, ele nos protege, porém, quando ocorre de
maneira exagerada, nos limita. Podemos dividi-lo em três:
1) Medo subjetivo:
Está diretamente ligado às emoções, muitas vezes são difíceis de serem
compreendidos. Medo do julgamento alheio, de sair de uma zona de conforto
(quando a mesma está ruim), da mudança (mesmo quando é notoriamente para
melhor), do abandono e da rejeição. Esse tipo de medo é capaz de paralisar o
indivíduo, fazendo com que ele desista de sonhos, oportunidades e se afaste das
pessoas importantes. Está diretamente ligado ao sentimento de inferioridade,
insegurança e baixa autoestima.
2) Medo objetivo:
São associados a situações que oferecem riscos à integridade física ou se
mostram de forma direta: medo de avião, de dirigir, de se acidentar, de altura,
de um determinado animal, inseto ou lugar. Quando esses medos se manifestam de
maneira intensa e acompanhada de sintomas, temos as fobias.
3) Fobia: São medos
desproporcionais, irracionais e paralisantes. Espécie de pânico que ocorre
acompanhado por um forte sentimento de angustia, ansiedade, tensão e com sintomas
físicos como: palpitação, sudorese, tensão muscular, sensação de formigamento,
diarreia, tonteira, fraqueza, podendo chegar até em desmaios.
Existem inúmeras
fobias catalogadas. Atualmente, muito se fala sobre a agorafobia, que inclui
medo de espaços abertos ou de multidões. O agorafóbico teme multidões por medo
de não conseguir sair do meio dela caso venha a se sentir mal. Às vezes nem
precisa existir multidão, o medo pode incluir sair de casa, ir a shoppings
centers, supermercados, bancos ou até mesmo na rua. É o oposto da
claustrofobia, que inclui o medo de espaços fechados, pequenos ou apertados
como elevadores.
Apesar de se levar
em conta a predisposição genética, a origem da fobia ainda não foi mapeada,
contudo, os fóbicos tendem a apresentar alguns traços em comum: são pessoas que
tiveram educação rígida e punitiva, disciplina excessiva e muita cobrança.
Quando adultos, tornam-se preocupados, exigentes, perfeccionistas e inseguros.
São regidos mais pelo estado de tensão e ansiedade do que pelo de relaxamento,
por isso, passam a maior parte do tempo em estado de vigília.
A melhor forma de
tratar a fobia e o medo é através da psicoterapia. É analisando a causa que o
indivíduo sai do próprio cárcere.
Ao contrário do que
muitos pensam, a terapia não tem a pretensão de acabar com o medo, mas sim de
estimular a coragem. Desta forma, todos estamos aptos a avançar nesse quesito.
Afinal, coragem não é a ausência do medo, e sim, o enfrentamento dele.
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