Temas polêmicos da sexualidade
Simone
Demolinari
“Meu ex marido só
queria sexo comigo imaginando que eu era outra pessoa. Ele gostava de me chamar
por outro nome e imaginar uma pessoa diferente de mim. No inicio, eu embarcava
na onda dele, mas com o tempo, me cansei daquilo. Eu só queria ser eu mesma. Cheguei
a conclusão que ele usava meu corpo para imaginar outra mulher”.
“Minha ex-namorada
sempre pedia para eu asfixia-la durante o sexo. No inicio até apimentava a
relação, mas logo isso começou a me incomodar até me desestimular. Brochava
quando ela vinha me pedindo isso”.
“Eu tinha o desejo
incontrolável de “encoxar” as pessoas no ônibus, em shows, onde tivesse muita
gente junta. Comecei a me policiar e consegui controlar isso. De vez em quando
sinto a vontade voltando, então fico sem sair de casa. Volto a sair quando essa
vontade passa”
No campo privado do
sexo, o que é excitante para uns, às vezes, é inimaginável para outros. As
fantasias, por exemplo, são práticas que aguçam o desejo de muitos. Ocorre com
o consentimento de ambos, mas nem sempre sai do imaginário, muitos se contentam
só em pensar ou falar, outros chegam a executar, porém de forma esporádica.
Alias, essa é uma característica da fantasia, ele é facultativa, e não
obrigatória.
A coisa se complica
quando sai do campo da fantasia e vai para a parafilia–práticas compulsivas que
se distanciam do comportamento sexual convencional. Impulsos intensos e
recorrentes que se tornam preferência exclusiva sem o qual o indivíduo não
consegue sentir prazer. Alguns exemplos:
– Asfixiofilia: é a
intensificação do prazer através da privação do oxigênio do parceiro. É comum o
uso de sacos plásticos ou técnicas de luta chamada “estrangulamento”.
– Froterismo: A
palavra “frotteurismo” deriva do francês “frottage”, que significa friccionar.
É a excitação que acontece friccionando o orgão sexual em outra pessoa que não
consentiu. Geralmente isso ocorre em locais públicos ou espaços apertados como
ônibus, metrôs, shows.
– Fetichismo: é a
excitação por meio de objetos: roupa íntima, sapato de salto, botas.
– Masoquismo: é a
obtenção do prazer através da dor.
– Sadismo: é o
prazer em provocar dor, seja através de agressões físicas ou até o não
consentimento na realização da prática. Um sexo forçado, por exemplo.
– Transtorno
transvéstico: é obtenção de prazer vestindo roupas do gênero oposto.
– Urofilia: é a
excitação sentida ao receber ou dar um jato de urina durante o ato sexual.
– Voyeurismo:
observar, à distância, pessoas nuas ou praticando sexo.
– Pluralismo: é o
prazer através do sexo com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
– Hipererotismo: é
chamado no homem de satiríase e na mulher de ninfomania. Trata-se de pessoas
que tem vontade incontrolável de manter relações sexuais. A falta de controle é
o que determina a compulsão e não simplesmente o desejo.
Tratar a parafilia
não é tarefa fácil. É necessário um trabalho terapêutico profundo para tentar
descobrir a sua origem. Contudo, pessoas com esses comportamentos, dificilmente
buscam tratamento espontaneamente. Só o fazem quando há prejuízos emocionais,
com o(a) parceiro(a) afetivo(a) ou em sociedade. Se não tratada, a tendência da
parafilia é se intensificar ao longo da vida.
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