O Paraguai pede passagem
Manoel Hygino
Nutro grande
simpatia pelo povo do Paraguai, uma nação que aparece na América do Sul como
uma espécie de coitadinha, sobretudo depois do caos em que afundou o país com a
Guerra do Paraguai, no final do século XIX. Em verdade, o presidente Bartolomeu
Mitre, da Argentina, sempre tivera intenção de anexar a República do Paraguai à
Confederação da Argentina.
Para atrair o Brasil
à aventura bélica, houve proibição do ditador guarani Solano López de nossas
embarcações usarem o rio Paraguai para acesso à província de Mato Grosso,
impedindo a movimentação de valiosas cargas de erva mate, madeiras e tabaco e
causando vultosos prejuízos.
Assim, Buenos Aires, Rio de Janeiro e Montevidéu decidiram enfrentar Assunção, numa guerra que se desenvolveu de 1865 a 1870, com reflexos altamente perniciosos às três nações.
Assim, Buenos Aires, Rio de Janeiro e Montevidéu decidiram enfrentar Assunção, numa guerra que se desenvolveu de 1865 a 1870, com reflexos altamente perniciosos às três nações.
Houve transformações
profundas nas relações entre Brasil e Paraguai no decorrer do tempo, mas o
vizinho continuou o primo pobre. O Império virou República e esta, entre outros
fatos memoráveis, construiu a Hidrelétrica de Itaipu, o que assegura o
fornecimento de energia aos dois lados da fronteira, de modo a prover a demanda
industrial, inclusive futura. Ótimo.
Afora, leio nos
jornais a informação sobre um belo empreendimento no limite entre nossos
países, o que, em princípio, é motivo de gáudio.
O Paraguai vai propor ao Brasil financiar todo o orçamento de mais de U$ 6 milhões para a construção de uma ponte sobre o rio Aspa, que unirá San Lázaro, no departamento de Concepcion, ao Estado do Mato Grosso do Sul.
O Paraguai vai propor ao Brasil financiar todo o orçamento de mais de U$ 6 milhões para a construção de uma ponte sobre o rio Aspa, que unirá San Lázaro, no departamento de Concepcion, ao Estado do Mato Grosso do Sul.
O titular paraguaio
de Obras Públicas e Comunicação, Ramón Jiménez Gaona, anuncia que o ministro
Valter Casimiro Silveira, de Relações Exteriores, iria discutir o projeto
durante encontro em Brasília. A ponte terá extensão de 200 metros e o
investimento do governo paraguaio está estimado entre US$ 6 milhões e US$ 8
milhões. O Paraguai tem interesse de que essa infraestrutura seja construída o
mais rápido possível para garantir sua ligação com o Brasil. O empreendimento é
considerado estratégico pelos paraguaios. A minuta de acordo envolvendo a
proposta já foi entregue ao governo brasileiro.
Não ficou claro que tipo de produção será escoado pela nova ligação. Não consta do noticiário. Por outro lado, teme-se que se torne uma nova e rendosa rota de drogas, de que o nosso Hermano é pródigo.
Não ficou claro que tipo de produção será escoado pela nova ligação. Não consta do noticiário. Por outro lado, teme-se que se torne uma nova e rendosa rota de drogas, de que o nosso Hermano é pródigo.
Evidentemente, as
autoridades “brasilenãs” estão suficientemente atentas. O tráfico já nos
inquieta demais, exigindo até a participação das Forças Armadas no próprio
perímetro territorial.
Os inimigos do
Brasil não são mais os da II Grande Guerra. Naquela ocasião, terminado o
conflito, o Paraguai se tornou um paraíso para militares e civis nazistas, que
fugiam aos julgamentos na Europa. Sem esquecer Menghele, o Anjo da Morte,
médico responsável por experiências genéticas, que conseguiu transferir-se para
o Brasil e aqui morreu.
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