Um lugar feliz para se viver
Simone
Demolinari
Definir e atingir a
felicidade não é tarefa fácil, mas um grupo de pesquisadores vem, já há alguns
anos, avaliando em números, a satisfação da população de diversos países. É o
World Happiness Report, um relatório feito pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento
Sustentável da ONU, que mede o índice de felicidade de 156 países com base em
seis pilares: renda, liberdade, confiança, expectativa de vida, generosidade da
população e apoio social.
Nos últimos quatro
anos, quatro países se revezaram na primeira colocação do ranking, todos na
Europa: Dinamarca, Suíça, Noruega e Finlândia que levou o primeiro lugar nesse
ano.
Mas o que faz um país
ter a população mais feliz do mundo?
O levantamento de
dados traz uma pergunta interessante e simples e a partir dela outras perguntas
são feitas: “Imagine uma escada, com degraus numerados de zero na base e dez no
topo. O topo dessa escada representa a melhor vida possível que você pode ter e
a base da escada representa a pior vida possível que você pode ter. Em qual degrau
você acredita que está?”
O sucesso recorrente
dos países nórdicos tem a ver não só com os rendimentos da população e boa
governança, mas também com questões de bem estar. Nesse quesito, a generosidade
e a confiança, são fatores que fazem toda a diferença. Isso porque o relatório
leva em conta não só a saúde física da população, mas também a mental como
índice de ansiedade e estresse.
Os indicadores
atestam, mas para nós brasileiros, povo alegre e festeiro, fica um pouco
difícil entender porque pessoas de semblantes fechados, pouco afetuosas, nada
simpáticas e que vivem em temperaturas tão baixas podem ser tão felizes assim.
Para analisar melhor
essa questão, é importante pontuar a diferença entre felicidade e alegria. A
felicidade é um sentimento que ocorre para “dentro”. Tem a ver com satisfação,
contentamento, bem estar, plenitude. É algo que acontece no mundo interior e
diz respeito a um estado profundo de paz, tranquilidade e serenidade. Portanto,
é perfeitamente possível alguém estar com o semblante fechado ao mesmo tempo
que degusta uma enorme sensação de felicidade.
Já a alegria é
diferente, é um fenômeno que ocorre para “fora”, por isso conseguimos
percebe-la com mais facilidade. A alegria tem a ver com euforia, agito,
comemoração, risadas, carnaval. É algo que pode ocorrer mesmo quando o
indivíduo está infeliz. Já diz o ditado: “por fora bela viola, por dentro, pão
bolorento”.
Nós brasileiros,
somos os mestres da alegria, porém enquadramos o vigésimo oitavo lugar do
ranking da felicidade. Temos muito a evoluir.
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