A luta entre a razão e a emoção
Simone
Demolinari
Vivemos na ilusão de
que somos totalmente livres, porém, experiências do dia a dia nos mostram
exatamente o contrário. Muitas vezes, não agimos da forma que gostaríamos por
estarmos presos às nossas emoções.
Tendemos a acreditar
que “agir com emoção” tem a ver com ser bondoso e amoroso, enquanto “agir com a
razão” está ligado a ser frio e calculista. Mas isso é um equívoco. Primeiro,
porque muitos agem pela emoção, não por bondade, mas por não conseguirem impor
suas vontades, ou seja, são vítimas de si mesmos. Além disso, nem sempre, as
emoções são positivas: orgulho e vaidade são bons exemplos disso.
Um indivíduo quando
é guiado pela emoção, perde o domínio sobre si, ficando vulnerável àquilo que
sente. Com isso se deixa vencer pela preguiça, impulsividade, consumismo,
muitas vezes, em detrimento daquilo que realmente é importante.
Viver à mercê da
emoção não é um bom negócio, primeiro pela ausência de autonomia e segundo pela
“corda bamba” que se estabelece na vida.
Mas a grande questão é: como mudar isso?
Mas a grande questão é: como mudar isso?
No campo da
neurociência, é sabido que as decisões mais impulsivas são guiadas diretamente
para uma região do cérebro chamada amígdala, enquanto as decisões mais
racionais passam pelo hipotálamo até chegar ao neocórtex. Ou seja, o caminho da
razão é mais extenso, por isso, mais complexo. Mas nem por isso estamos fadados
a permanecer assim. É possível, à partir de treinos e atualizações de conceitos
mentais, exercitar o caminho facilitando assim o raciocínio e as decisões mais
racionais.
Imagine duas linhas na
horizontais, sendo uma a “linha da emoção” e a outra da “razão”. Quanto mais
próximas estas linhas estiverem mais seremos pessoas capazes de tomar decisões
equilibradas. Ao contrário disso, quanto mais distantes elas estiverem, mais
extremistas e menos equilibrados seremos. O desafio consiste em tentar unir
essas duas linhas. A união definirá o nível da nossa Inteligência Intrapessoal.
Na teoria das
inteligências, a Intrapessoal é considerada a mais rara delas. Expressa a
capacidade de se autoconhecer, ter domínio das emoções, autocontrole,
ponderações e capacidade de tornar as ações conscientes. Pessoas com essa
inteligência desenvolvida são mais estáveis emocionalmente e têm maior comando
da própria vida.
Fortalecer essa
inteligência é possível, mas é importante ter em mente, que isso não ocorre
milagrosamente ou pela força do pensamento positivo. É preciso evoluir através
de experimentos progressivos e graduais, lutando com empenho para vencer a luta
entre duas forças poderosas: a razão, que sabe que o trabalho é duro, e a
emoção, que reage contra a decisão como um impulso involuntário. Nem todos
estão dispostos.
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