sexta-feira, 20 de abril de 2018

UNIÃO EUROPEIA NÃO VAI IMPORTAR MAIS CARNE DE FRANCO DO BRASIL


União Europeia veta importação de carne de frango de 20 frigoríficos do País

Estadão Conteúdo










Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a UE representa cerca de 11% da receita de exportações de carne de frango do País, com US$ 770 milhões ante um total de US$ 7,1 bilhões em 2017

Os Estados-membros da União Europeia decidiram nessa quinta-feira (19), por unanimidade, descredenciar 20 unidades brasileiras exportadoras de carne, principalmente de ave, para o bloco. Em nota, a Comissão de Saúde e Segurança Alimentar da UE afirmou que a medida foi adotada em função de "deficiências detectadas no sistema de controle oficial brasileiro". A decisão começará a valer 15 dias após publicação oficial.

Até a noite de quinta, não havia ainda confirmação oficial das empresas envolvidas, mas o Broadcast Agro teve acesso a um rascunho da lista com as prováveis 20 unidades, de nove empresas, que devem sofrer sanções. No rol estão 11 unidades da BRF, mais a sua subsidiária SHB, e oito de cooperativas e agroindústrias: Copacol, Copagril, Zanchetta, São Salvador, Bello Alimentos, Coopavel, Avenorte Avícola Cianorte e LAR Cooperativa.

Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a UE representa cerca de 11% da receita de exportações de carne de frango do País, com US$ 770 milhões ante um total de US$ 7,1 bilhões em 2017. Nas estimativas do governo, a suspensão corresponde a uma parcela de 30% e 35% do que o Brasil exporta para o mercado europeu, ou US$ 230 milhões a US$ 270 milhões anuais.

Impacto

Em visita a Campo Mourão, no Paraná, o ministro da Agricultura Blairo Maggi afirmou que as companhias terão de buscar outros mercados enquanto os procedimentos de reabertura para a UE terão de ser feitos. "Temos um problema que não é o fim do mundo, e as empresas têm capacidade de superar", disse o ministro. Maggi afirmou que, apesar de o Ministério da Agricultura ser um "órgão regulador", a Pasta poderá auxiliar as companhias que tiverem dificuldades financeiras com uma intermediação junto a bancos.

O ministro explicou que, após a suspensão, o processo de reabertura recomeça "o mais breve possível", com a elaboração de um plano de contingência e a solicitação de uma nova missão da UE para auditorias nas plantas suspensas. Técnicos da Pasta calculam que a retomada do mercado demorará mais de um ano.

Maggi confirmou também que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pela UE para que a carne de frango salgada entre no bloco econômico com um rigor sanitário menor. "Estamos sendo penalizados, pois há uma proteção por parte de saúde (com o veto) que a gente põe uma interrogação, e uma proteção de mercado que a gente não quer mais aceitar e quer brigar", afirmou.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que a suspensão é "infundada", porque se trata de uma "medida protecionista que não se ampara em riscos sanitários ou de saúde pública".

Para a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Ligia Dutra, o maior perigo é o de outros países aderirem à medida. "O grande impacto seria um efeito cascata, já que exportamos para 160 mercados. A medida da União Europeia afeta a credibilidade do setor e temos que cuidar para reverter isso e manter a confiança do nosso importador." Ela defende que o Brasil adote medidas semelhantes às praticadas pelos europeus.

Respostas

Em nota, a BRF afirmou que acredita que a decisão da UE "não foi baseada em questões sanitárias, mas pautada em motivações políticas e de proteção de seu mercado local". Segundo a empresa, a medida "evidencia uma barreira comercial, que não impacta apenas a BRF, mas a balança comercial brasileira". Como não foi informada oficialmente, a empresa disse que não podia afirmar quais unidades foram contempladas e que vai procurar seus direitos perante os órgãos responsáveis europeus.

Procuradas, Zanchetta e Copagril afirmaram que vão se pronunciar apenas após a confirmação oficial. Avenorte e Coopavel não comentaram. As outras empresas não responderam os pedidos de entrevista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

GOVER NO LULA NÃO CONCORDA COM AS REDES SOCIAIS LIVRES DE CENSURA

  Brasil e Mundo ...